28 janeiro 2020

Toxoplasmose


A toxoplasmose é uma infecção causada por um protozoário chamado “Toxoplasma Gondii”, encontrado nas fezes de gatos e outros felinos, que pode se hospedar em humanos e outros animais. É causada pela ingestão de água ou alimentos contaminados e é uma das zoonoses (doenças transmitidas por animais) mais comuns em todo o mundo.

Os casos agudos são, geralmente, limitados e com baixas incidências. A fase aguda da infecção tem cura, mas o parasita persiste por toda a vida da pessoa e pode se manifestar ou não em outros momentos, com diferentes tipos de sintomas. Quanto à infecção crônica, a taxa de incidência é baixa até os cinco anos de idade e começa a aumentar a partir dos 20.

Sintomas

A maioria das pessoas infectadas pela primeira vez não apresenta sintomas e, por isso, não precisam de tratamentos específicos. A doença em outros estágios, no entanto, pode trazer complicações, como sequelas pela infecção congênita (gestantes para os filhos), toxoplasmose ocular e toxoplasmose cerebral em pessoas que têm o sistema imunológico enfraquecido, como transplantados, pacientes infectados com o HIV ou em tratamento oncológico.
Os sintomas da toxoplasmose são variáveis e associados ao estágio da infecção, (agudo ou crônico).

Os sintomas normalmente são leves, similares à gripe, dengue e podem incluir dores musculares e alterações nos gânglios linfáticos.

Pessoas com baixa imunidade: podem apresentar sintomas mais graves, incluindo:
  • Febre,
  • Dor de cabeça,
  • Confusão mental,
  • Falta de coordenação e convulsões.
Gestantes: mulheres infectadas durante a gestação podem ter abortamento ou nascimento de criança com icterícia, macrocefalia, microcefalia e crises convulsivas.

Toxoplasmose Congênita dos recém-nascidos infectados, cerca de 85% dos casos não apresentam sinais clínicos evidentes ao nascimento.
No entanto, essas crianças podem indicar alterações como:
  • Restrição do crescimento intrauterino;
  • Prematuridade;
  • Anormalidades visuais e neurológicas.

Sequelas tardias são mais frequentes na toxoplasmose congênita não tratada. Há casos relatados de surgimento de sequelas da doença, não diagnosticadas previamente, ocorrendo apenas na adolescência ou na idade adulta.

Os recém-nascidos que apresentam manifestações clínicas podem ter sinais no período neonatal ou nos primeiros meses de vida. Esses casos costumam ter, com mais frequência, sequelas graves, tais como:
  • Acometimento visual em graus variados,
  • Retardo mental,
  • Anormalidades motoras e surdez.

As sequelas são ainda mais frequentes e mais graves nos RN que já apresentam sinais ao nascer, com:
  • Acometimento visual em graus variados,
  • Retardo mental,
  • Crises convulsivas,
  • Anormalidades motoras e surdez

.
Transmissão

As principais vias de transmissão da toxoplasmose são:

➨Via oral (ingestão de alimentos e água contaminados);
➨Congênita (transmitido de mãe para filho durante gestação), sendo raros os casos de transmissão por inalação de aerossóis contaminados, inoculação acidental, transfusão sanguínea e transplante de órgãos.

É importante saber que o contato com gatos não causa a doença. O perigo está no contato com as fezes contaminadas do felino e no consumo de água contaminada e alimentos mal lavados ou mal cozido.

Tratamento

A toxoplasmose normalmente evolui sem sequelas em pessoas com boa imunidade, desta forma não se recomenda tratamento específico, apenas tratamento para combater os sintomas. Pacientes com imunidade comprometida ou que já tenham desenvolvido complicações da doença (cegueira, diminuição auditiva) são encaminhados para acompanhamento médico especializado.

O tratamento e acompanhamento da doença estão disponíveis, de forma integral e gratuita, pelo Sistema Único de Saúde. Em caso de toxoplasmose na gravidez, é importante o acompanhamento no pré-natal e a pratica das orientações que forem repassadas pelas equipes de saúde.

Diagnóstico

O diagnóstico da toxoplasmose é baseado, principalmente, em exames de sangue. Em alguns casos, pode ser necessário combinar outros tipos de exames laboratoriais para uma avaliação mais detalhada.

Contaminação por água e alimentos: a confirmação de casos de toxoplasmose decorrentes de surtos de transmissão por água ou alimentos deve ser feita, necessariamente, por critério laboratorial específico a partir dos resultados dos exames de sangue, uma vez que a doença é comum em diversas regiões.

Adquirida ou congênita:

É diagnosticada principalmente pela identificação de anticorpos específicos contra o parasito. A sorologia é sensível, específica e possível de ser realizada em laboratórios de menor complexidade. Em situações de surto, a identificação do vínculo de casos à fonte de transmissão deve ser feita criteriosamente, considerando sempre os achados laboratoriais que indicam o tempo provável da infecção.

Durante a investigação de surtos, o diagnóstico laboratorial deve ser feito por exames realizados nos Laboratórios Centrais de Saúde Pública, Laboratórios de Referência Regional ou Nacional ou Centros Colaboradores do Ministério da Saúde. Na ausência de surtos, a confirmação dos casos de toxoplasmose deve ocorrer por meio de avaliação clínica em conjunto com exames laboratoriais realizados de acordo com avaliação e recomendações médicas.

Prevenção

A principal medida de prevenção da toxoplasmose é a promoção de ações de educação em saúde, principalmente em mulheres que estão em idade fértil e pessoas com imunidade comprometida. É fundamental manter uma higiene alimentar. Saiba mais sobre as medidas de prevenção e controle que devem ser adotados para evitar a infecção por toxoplasmose.

Alimentos de origem animal

➥Cortes inteiros de carne de porco, cordeiro, vitela ou vaca a pelo menos 65,6 °C, com 3 minutos de repouso após o cozimento; carne moída e carne de caça selvagem a 71,1º C e aves a 73,9º C;

➥O cozimento de microondas não é confiável para matar o protozoário;

➥Congelamento de carne a uma temperatura interna de -12º C;

➥Evite a contaminação cruzada para outros alimentos, lavando as mãos completamente após o manuseio de carnes cruas ou frutos do mar, assim como as tábuas de corte, pratos, bancadas e utensílios;
Frutos do mar, incluindo mariscos, devem ser bem cozidos;

➥Evite comer qualquer carne crua ou malpassada e carne crua curada;

➥Evite beber leite não pasteurizado e produtos lácteos feitos com leite não pasteurizado.

Em situações de surto, deve-se identificar e retirar, imediatamente, o alimento contaminado dos locais de produção e distribuição, para interromper a cadeia de transmissão e evitar a ocorrência de novos casos.
Em todos os casos, deve-se orientar que os pacientes não utilizem medicamentos sem indicação médica e procurem atendimento para realizar o tratamento adequado.

Frutas e verduras

➨Lave bem as frutas e legumes corretamente e com água adequadamente tratada antes de comê-las, antes mesmo de descascar;

➨Limpe as superfícies de cozimento e os utensílios após contato com frutas ou legumes não lavados;

➨A lavagem adequada de verduras, frutas e legumes inclui a escovação dos alimentos.

Em situações de surto, deve-se identificar e retirar, imediatamente, o alimento contaminado dos locais de produção e distribuição, para interromper a cadeia de transmissão e evitar a ocorrência de novos casos.
Em todos os casos, deve-se orientar que os pacientes não utilizem medicamentos sem indicação médica e procurem atendimento para realizar o tratamento adequado.

Água

👉Consumo de água tratada: uma das principais formas de prevenção da doença é consumir água que tenha recebido o devido tratamento. Por isso, é essencial dar preferência ao consumo de água 100% potável;

👉Fervura da água: antes de consumir a água é indicado o uso de filtros e a fervura, por 5 minutos, como tratamento adicional, principalmente em situações de surto da doença;

👉Limpeza de caixas de água: é importante realizar periodicamente a limpeza de reservatórios e caixa d’águas para a manutenção da potabilidade da água, assim como se deve manter a caixa-d’água bem vedada para minimizar os riscos de contaminação.

Em situações de surto, deve-se identificar e retirar, imediatamente, o alimento contaminado dos locais de produção e distribuição, para interromper a cadeia de transmissão e evitar a ocorrência de novos casos.
Em todos os casos, deve-se orientar que os pacientes não utilizem medicamentos sem indicação médica e procurem atendimento para realizar o tratamento adequado.

Meio ambiente

→Cobrir as caixas de areia das crianças quando não estiverem jogando para evitar que os gatos as utilizem;

→Não alimente gatos com carne crua ou malpassada;

→Mude a caixa de areia dos gatos de estimação diariamente;

→Mulheres grávidas e indivíduos com baixa imunidade devem evitar manusear as caixas de areia;

→Se não houver mais ninguém disponível para trocar a areia, use, se possível, máscaras faciais e luvas, além de lar bem as mãos com sabão e água tratada adequadamente;

→As mulheres grávidas e os indivíduos com baixa imunidade devem usar luvas ao jardinar;

→A indústria da carne deve continuar empregando boas práticas de produção, como manter gatos e roedores fora das áreas de produção de alimentos e usar fontes de água com qualidade e adequadamente tratadas para os animais;

→A indústria agrícola deve empregar boas práticas de produção para reduzir a contaminação.

Em situações de surto, deve-se identificar e retirar, imediatamente, o alimento contaminado dos locais de produção e distribuição, para interromper a cadeia de transmissão e evitar a ocorrência de novos casos.
Em todos os casos, deve-se orientar que os pacientes não utilizem medicamentos sem indicação médica e procurem atendimento para realizar o tratamento adequado.



Síndrome do Ovário Policístico

A Síndrome do Ovário Policístico (SOP) é um distúrbio hormonal que provoca formação de cistos nos ovários, o que fazem com que eles aumentem de tamanho. Ela atinge, principalmente, mulheres em idade reprodutiva (da puberdade à menopausa),e se caracteriza pela menstruação irregular, alta produção de testosterona (hormônio masculino) e presença de micro cistos nos ovários. Esses cistos são chamados de funcionais.


A testosterona produzida pela mulher interfere nesse mecanismo e, ao mesmo tempo, aumenta a possibilidade da incidência de cistos, porque eles resultam de um defeito na ação dos hormônios do ovário, impedindo a ovulação.

Cistos ovarianos na menopausa são pouco comuns. Um cisto funcional pode ser tanto folicular quanto lúteo. Todo mês, durante o ciclo menstrual, um folículo cresce no ovário. Os folículos são o local onde o óvulo se desenvolve.

Na maioria dos meses, um óvulo é liberado deste folículo, num processo conhecido como ovulação. Se o folículo não conseguir abrir e liberar o óvulo, o líquido permanece dentro dele e origina um cisto. Isto é chamado de cisto folicular.

O cisto folicular é o tipo de cisto benigno mais frequente do ovário, que normalmente encontra-se cheio de líquido ou de sangue.

Já o cisto de corpo lúteo ocorre após o óvulo ter sido liberado de um folículo. Esses geralmente contêm uma pequena quantidade de sangue.

Etiologia

A etiologia da SOP permanece desconhecida.

Sabe-se que 50% das mulheres com essa síndrome têm hiperinsulinismo e o restante apresenta problemas no hipotálamo, na hipófise, nas adrenais e produz maior quantidade de hormônios masculinos.

Fatores de Risco

➥Histórico familiar;
➥Fatores metabólicos pré e pós-natais;
➥Distúrbios endócrinos hereditários;
➥Resistência à insulina;
➥Doenças cardiovasculares;
➥Fatores ambientais;
➥Obesidade.

Sintomas

👉Alterações menstruais;
👉Infertilidade;
👉Hirsutismo - Aumento dos pelos no rosto, seios e abdômen;
👉Obesidade;
👉Acne - Em virtude da maior produção de material oleoso pelas glândulas sebáceas.

Diagnóstico
  • Exame clínico;
  • USG ginecológica;
  • Exames laboratoriais.

Através do ultrassom, a doença é percebida pelo aparecimento de muitos folículos ao mesmo tempo na superfície de cada ovário. Esse ultrassom deve ser feito entre o terceiro e o quinto dia do ciclo menstrual.


Tratamento

É sintomático e direcionado de acordo com a manifestação clínica, desejo de contracepção ou gestação e a presença de distúrbios metabólicos associados.

A meta do tratamento:

➪Reduzir os sintomas de hiperandrogenismo,
➪Regularizar o ciclo menstrual,
➪Reduzir as anormalidades metabólicas,
➪Reduzir o risco de DM2 e doença cardiovascular;
➪Prevenir a hiperplasia e câncer de endométrio;
➪Uso contracepção para as que não desejam gravidez e indução da ovulação nas que pretendem engravidar.

OBS: Caso o medicamento não dê resultados, pode-se optar pela Cirurgia que é a cauterização laparoscópica dos cistos.

Prevenção
  • Educação e conscientização sobre a enfermidade;
  • Aconselhamento;
  • Modificações do estilo de vida;
  • Acompanhamento multidisciplinar.



27 janeiro 2020

Câncer no ovário


O termo câncer ovariano refere-se a neoplasias (tumores malignos) com origem no ovário estrutura responsável pela produção dos óvulos nas mulheres.
Acontece com maior frequência a partir da oitava década de vida, sendo relativamente raro em idades mais precoces.

Causas:

O câncer de ovário é o quinto tipo de câncer mais comum entre as mulheres e causa mais mortes que qualquer outro tipo de câncer nos órgãos reprodutores femininos.
A causa é desconhecida.

Fatores de risco:

→Histórico familiar prévio da doença;

→Nuliparidade (ausência de gestações prévias);

→Menarca precoce;

→Menopausa tardia e idade avançada;

→Mulheres com um histórico pessoal de câncer de mama ou histórico familiar de câncer de mama ou de ovário apresentam um risco maior de contrair câncer de ovário;

→Mulheres portadoras de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, cuja chance de desenvolver câncer pode chegar a mais de 50%, sendo por isso recomendada a retirada dos ovários e as tubas uterinas quando tiverem idades entre 35 e 40 anos;

→Mulheres que fazem somente reposição de estrogênio (sem progesterona) por cinco anos ou mais parecem ter mais risco de desenvolver câncer de ovário. No entanto, as pílulas anticoncepcionais diminuem o risco de câncer de ovário.

Estudos sugerem que os medicamentos para fertilidade não aumentam o risco de câncer de ovário.

Exames:

Um exame físico pode revelar um abdômen inchado e líquido na cavidade abdominal (ascite). Um exame pélvico pode revelar uma massa no abdômen ou em um dos ovários.

O exame de sangue CA-125 não é considerado um bom teste de triagem do câncer de ovário. Entretanto, ele pode ser feito se a mulher:

Tiver sintomas de câncer de ovário;

Já tiver sido diagnosticada com câncer de ovário, para determinar o funcionamento do tratamento.

Outros testes que podem ser realizados incluem:
  • Contagem de células sanguínea completa e química sanguínea
  • Teste de gravidez (HCG soro)
  • Tomografia computadorizada ou ressonância magnética da pelve e do abdome
  • Ultrassom da pelve;
  • Nenhum exame de laboratório ou de imagem demonstrou até hoje ser capaz de diagnosticar o câncer de ovário nos seus estágios iniciais.
Sintomas:

Normalmente, os sintomas do câncer de ovário são muito vagos. As mulheres e seus médicos frequentemente colocam a culpa dos sintomas em outras doenças mais comuns. Quando o câncer é finalmente diagnosticado, o tumor muitas vezes já se espalhou para outros órgãos.

Procure seu médico se apresentar os sintomas a seguir diariamente por mais de algumas semanas:
  • Inchaço;
  • Dificuldade para comer ou sentir-se satisfeita rapidamente;
  • Dor pélvica ou abdominal.
Outros sintomas também acompanham o câncer de ovário. Entretanto, esses sintomas também são comuns em mulheres que não têm câncer:
  • Ciclos menstruais anormais;
  • Constipação;
  • Aumento de gases;
  • Indigestão;
  • Falta de apetite;
  • Náusea e vômitos;
  • Sensação de peso na pélvis;
  • Abdômen ou barriga inchada;
  • Dor nas costas inexplicável, que piora com o tempo;.
  • Sangramento vaginal;
  • Desconforto vago no baixo abdome;
  • Ganho ou perda de peso;
  • Aumento excessivo de pelos;
  • Aumento na frequência ou urgência urinária.
Marque uma consulta com seu médico se você estiver com mais de 40 anos e não tiver feito um exame pélvico recentemente. Os exames pélvicos de rotina são recomendados para todas as mulheres com mais de 20 anos.

Tratamento:

Uma cirurgia, como a laparoscopia pélvica ou a laparotomia exploradora, pode ser realizada a fim de avaliar os sintomas e fazer uma biópsia para ajudar a chegar ao diagnóstico.
Nenhum exame de laboratório ou de imagem demonstrou até hoje ser capaz de diagnosticar o câncer de ovário nos seus estágios iniciais.

A cirurgia é usada para tratar todos os estágios do câncer de ovário. Nos estágios iniciais, ela talvez seja o único tratamento possível. A cirurgia envolve:

⇒Remoção do útero (histerectomia total);

⇒Remoção dos ovários e trompas de Falópio (salpingo-ooforectomia bilateral);

⇒Remoção parcial ou completa do omento, camada de gordura que cobre e protege os órgãos no abdômen;

⇒Exame, biopsia ou remoção dos linfonodos e de outros tecidos da pélvis e do abdome;

→A cirurgia feita por um especialista em câncer do aparelho reprodutivo feminino tem o maior índice de sucesso.

→A quimioterapia é usada após a cirurgia para tratar de qualquer resíduo da doença. Ela também pode ser usada se o câncer reincidir. A administração da quimioterapia pode ser feita nas veias ou, algumas vezes, diretamente na cavidade abdominal (intraperitoneal).

→A radioterapia é raramente usada em casos de câncer de ovário nos Estados Unidos.

Após a cirurgia e a quimioterapia, as pacientes devem fazer:

➡Um exame físico (incluindo exame pélvico) a cada dois a quatro meses nos primeiros dois anos, depois a cada seis meses durante três anos e depois anualmente;

➡Um exame de sangue CA 125 a cada consulta médica se o nível inicial estava alto;

➡Uma tomografia computadorizada do tórax, abdome e região pélvica e uma radiografia do tórax, caso solicitadas pelo médico.

Expectativas:

O câncer de ovário é raramente diagnosticado nos seus estágios iniciais. Ele geralmente está muito avançado quando o diagnóstico é feito.
Cerca de três a cada quatro mulheres com câncer de ovário sobrevivem um ano após o diagnóstico.
Cerca de 50% vivem mais que cinco anos após o diagnóstico.
Se o diagnóstico for feito no início da doença, e o tratamento acontecer antes que o câncer se espalhe para fora do ovário, à taxa de sobrevivência de cinco anos é muito alta.

Complicações:
  • Espalhamento do câncer para outros órgãos;
  • Perda de função dos órgãos;
  • Líquido no abdome (ascite);
  • Obstrução intestinal.

Prevenção:

👉Não existe uma recomendação padrão para fazer a triagem do câncer de ovário. Fazer a triagem de mulheres com ultrassom pélvico ou exames de sangue, como o Ca-125, não é eficiente nem recomendado;
👉O teste BRCA pode ser feito em mulheres com alto risco de câncer de ovário;
👉A remoção dos ovários e das trompas de mulheres que apresentam mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 pode diminuir o risco de desenvolver o câncer de ovário, embora ele possa se desenvolver em outras áreas da pelve.


Hipotireoidismo

O hipotireoidismo é a alteração na produção dos hormônios da tireoide, que é uma glândula localizada na região do pescoço.
No hipotireoidismo os hormônios triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4) passam a ser produzidos em um nível inferior do que o organismo necessita, interferindo no funcionamento do metabolismo.
O T3 é produzido em pouca quantidade e atua no ritmo do funcionamento dos órgãos, já o T4 é produzido em maior quantidade, porém é menos potente no organismo e, no decorrer do trajeto percorrido pelo corpo, ele é transformado em T3.

Essa falha na produção do T3 e T4 que causa o hipotireoidismo.

Causas

A causa mais comum é a Tireoidite de Hashimoto, uma doença autoimune que atinge com mais frequência mulheres com mais de 50 anos, no qual a glândula tiroide passa a ser alvo dos anticorpos, agindo como se fosse nociva ao próprio corpo.

Considerada uma doença congênita, o hipotireoidismo pode ocorrer em pessoas que possuem familiares próximos com a doença ou que já tenham sofrido intervenções cirúrgicas para retirada parcial ou total da tireoide.

A baixa produção dos hormônios pela tireoide também pode estar relacionada à deficiência de iodo, aumento do tamanho da tireoide e até mesmo consequência do tratamento para hipertireoidismo, pois com a ingestão dos hormônios que já estão presentes no organismo, a tireoide passa a diminuir a produção natural.

Além dessas causas, outros fatores podem indicar hipotireoidismo:

→Quem fez radioterapia na região da cabeça ou pescoço;
→Pessoas com diabetes tipo 1;
→Pessoas com doença autoimune;
→Casos de insuficiência cardíaca;
→Portadores de Síndrome de Down;
→Portadores de Síndrome de Turner;
→Produção de leite sem estar amamentando ou fora da gravidez.

Sintomas

Os sintomas do hipotireoidismo estão relacionados à alteração no metabolismo e muitas vezes são percebidos somente no decorrer dos anos, sendo os mais comuns:
  • Cansaço;
  • Desânimo;
  • Indisposição;
  • Dores nos músculos e articulações;
  • Diminuição de concentração;
  • Sensação de frio excessivo;
  • Ganho de peso sem causa aparente;
  • Alteração nos batimentos cardíacos;
  • Pele seca, unhas frágeis e quebradiças.

Diagnóstico

O hipotireoidismo pode ser diagnosticado através de exames físicos, laboratoriais e ultrassom.

➟O exame físico consiste na análise manual realizada pelo médico, que palpa a região do pescoço e analisa se há inchaço e alteração de formato. Diferente do hipertireoidismo, o hipotireoidismo não costuma ter alteração visual.

➞O exame laboratorial é a realização de exames de sangue para detectar as dosagens dos hormônios T3, T4 e TSH. O TSH é o hormônio estimulante da tireoide, que por sua vez é produzido pela glândula hipófise.
Também pode ser realizado um exame de anticorpos para que se tenha conhecimento se a glândula tiroide já possui alterações ou se ainda vai desenvolvê-las.

➞A realização do ultrassom é feita para identificar possíveis nódulos sentidos durante a palpação.

Tratamento

O tratamento para o hipotireoidismo consiste basicamente na reposição hormonal, que deve ser realizada de acordo com cada paciente.
➠É recomendada a ingestão de hormônios T4, que são absorvidos pelo corpo e transformados no hormônio T3 naturalmente pelo corpo.
➠O ajuste da dose de hormônios deve ser feita de forma regular, com acompanhamento médico, que verifica a partir dos níveis de TSH a necessidade de aumentar ou diminuir a ingestão de T4.

Alimentação como parte do tratamento do hipotireoidismo

A alimentação também pode contribuir positivamente para o tratamento do hipotireoidismo, auxiliando na diminuição dos sintomas.

Os alimentos que podem ajudar na conversão dos hormônios de forma ativa são:

Vitamina A: cenoura, abóbora, manga, mamão e batata doce;

Zinco: feijão e oleaginosas como castanhas, grão de bico e amendoim;

Ômega 3: peixes de água salgada, como sardinha e pescada.

Alguns alimentos podem interferir na conversão dos hormônios e sugere-se que sejam evitados por quem possui hipotireoidismo. 

Esses alimentos são:
  • Soja e derivados
  • Flúor
  • Cloro contido nos adoçantes.


24 janeiro 2020

Embolia pulmonar

Embolia pulmonar, também conhecida como tromboembolismo pulmonar (TEP), é o bloqueio da artéria pulmonar ou de um de seus ramos. Geralmente, ocorre quando um trombo venoso (sangue coagulado de uma veia) se desloca de seu local de formação e viaja, ou emboliza, para o fornecimento sanguíneo arterial de um dos pulmões.

Essas obstruções são mais comumente causadas por coágulos sanguíneos, também chamados de trombos, originários do sistema venoso profundo ou das veias pélvicas, renais, dos membros superiores ou do coração direito.

Causas

➠Uma embolia pulmonar é mais frequentemente causada pela presença um coágulo de sangue em uma artéria, que bloqueia a passagem de sangue. Esse coágulo é geralmente proveniente de veias perna (principalmente da região da coxa) ou da pélvis (área dos quadris). 

➠Esse tipo de coágulo é chamado também de trombose venosa profunda (TVP). O TVP se solta e se desloca para os pulmões.

➠Causas menos comum incluem bolhas de ar, gotículas de gordura, líquido amniótico, parasitas ou células cancerosas.

Fatores de risco

Existem diversos fatores de risco que podem contribuir para o surgimento da embolia pulmonar.

➜Imobilidade no leito;
➜Repouso prolongado;
➜Anestesia;
➜Insuficiência cardíaca;
➜Trombose venosa prévia;
➜Gravidez;
➜Imobilização de membros por gessos e ataduras;
➜Politraumatismos;
➜Fraturas ósseas;
➜Inflamação;
➜Cirurgias de grande porte;
➜Queimaduras;
➜Enfarte do miocárdio;
➜ICC;
➜Idade acima de 40 anos;
➜AVE;
➜Parto e puerpério.

Sinais e sintomas

A embolia pulmonar desencadeia uma série de sintomas, os quais variam de uma pessoa para outra. Os sinais e sintomas desse problema de saúde dependerão de fatores como o tamanho do trombo, onde ele está alojado e o quadro clínico do paciente. 

Muitas vezes, os sintomas observados no paciente são inespecíficos, o que dificulta o diagnóstico mais rápido e preciso.
  • Taquicardia - Aumento da frequência cardíaca;
  • Taquipneia - Aumento do ritmo respiratório;
  • Hipotensão - Pressão baixa.
  • Cianose - Coloração azulada da pele e mucosas;
  • Dispneia - Dificuldade para respirar;
  • Hemoptise - Expectoração de sangue vindo dos pulmões;
  • Sincope - Perda temporária de consciência;
  • Dor torácica;
  • Tosse;
  • Febre;
  • Ansiedade;
  • Pele fria e úmida;
  • Dor na perna, vermelhidão e inchaço;
  • Sudorese.
Diagnóstico
  • Raios-X;
  • USG;
  • Tomografia;
  • Ressonância magnética.
  • Angiografia pulmonar.
Tratamento

O pronto-atendimento de embolia pulmonar é essencial para se evitar complicações.

→O tratamento pode ser feito via medicamentosa, como anticoagulantes e trombolíticos, usados para dissolver coágulos sanguíneos.

→Para pacientes que apresentam algum tipo de contraindicação ao uso de anticoagulantes, ou cujo tratamento com anticoagulantes não apresenta efeitos, pode ser necessária a colocação de um filtro de veia cava.
→O procedimento nada mais é do que um dispositivo de metal que facilita a circulação sanguínea no local onde o coágulo está localizado.

→Nos casos mais graves o tratamento é cirúrgico.

Complicações

Hipertensão pulmonar - Ocorre quando a pressão arterial nos pulmões e no lado direito do coração é mais elevada do que o normal.

Isso ocorre porque, por conta da presença das obstruções nas artérias pulmonares, o coração é obrigado a trabalhar mais para empurrar sangue por dentro dos vasos.

Como consequência, há o aumento da pressão arterial dentro desses vasos e do coração. Isso pode levar a um desgaste desses órgãos e aumentar o risco para outras doenças cardiovasculares, como hipertensão, infarto e AVC.

Trombose crônica - Durante os processos de dissolução dos coágulos sanguíneos, é possível que o corpo fique com sequelas no interior das veias, com o funcionamento das válvulas comprometido.
Por conta dessas alterações valvulares, o retorno de sangue fica prejudicado e pode levar ao aparecimento de inchaço, varizes, escurecimento e endurecimento da pele e até feridas.

Morte - Caso a doença não seja diagnosticada a tempo ou não seja tratada corretamente, o quadro sintomático do paciente pode piorar drasticamente.
A dificuldade em respirar pode dificultar a oxigenação de diversos órgãos, incluindo o coração, o que pode levar a uma parada cardíaca fatal.