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02 junho 2020

Doença trofoblástica gestacional - Gravidez Molar

A Mola Hidatiforme (MH) ou Gravidez Molar é uma anomalia da gestação caracterizada pelo aumento anormal das vilosidades coriônicas placentárias acompanhada de intensa proliferação trofoblástica. Essa complicação é a mais frequente entre as Doenças Trofoblásticas Gestacionais (DTGs), que constituem um grupo de tumores originários do tecido trofoblástico placentário com diferente potencial para remissão, malignização e metastização, podendo levar a morte materna se não tratadas de forma apropriada.

A MH representa importante complicação obstétrica, além de sua capacidade de evolução para Neoplasia Trofoblástica Gestacional (NTG), podendo cursar com morte materna, demandando tratamento sistemático para essas mulheres. A característica comum às DTGs é a expressão sérica de níveis elevados de gonadotrofina coriônica humana (hCG), marcador biológico-hormonal da gravidez molar.

Fatores de Riscos
  • Gestações molares e abortos espontâneos anteriores;
  • Extremos de idade materna;
  • Aspectos genéticos e nutricionais.

Estudos mostram que mulheres com mais de 40 anos apresentam risco até 7,5 vezes maior de desenvolver MH em uma gestação quando comparadas a faixa etária entre 20 e 40 anos.

O histórico de gestação molar prévia, por sua vez, confere risco de 1-2% de desenvolvimento de uma nova gestação molar, cerca de 10 a 20 vezes maior que o observado na população geral. Esse risco aumenta para 15 a 20% para ocorrência de uma terceira gestação molar após 2 dois diagnósticos de MH em gestações anteriores. Além disso, o abortamento em gestações anteriores também já foi associado a um aumento de 2 a 3 vezes no risco de desenvolvimento DTGs.

A gestação é um período no qual os estados físico e mental maternos influenciam diretamente a saúde da mãe e do feto. Nesse período, o metabolismo energético é afetado pelo crescimento fetal e pela própria adaptação do organismo materno à gravidez. Dessa forma, um inadequado aporte energético materno pode levar a competição entre a mãe e feto, limitando a disponibilidade dos nutrientes necessários ao adequado crescimento fetal.

Tipos

A mola hidatiforme pode ser classificada em dois grupos:
  • Mola hidatiforme completa;
  • Mola hidatiforme parcial ou incompleta.

Mola hidatiforme completa, não há feto e também se verifica uma proliferação maior do trofoblasto. Ela é resultado da fecundação de um óvulo que não possui núcleo ou que se apresenta inativo por um espermatozoide com cariótipo duplicado ou por dois espermatozoides. O cariótipo geralmente é feminino (46 XX), entretanto, em 10% dos casos, foi observado cariótipo 46 XY. Nessa forma da doença, estima-se que aproximadamente 20% das mulheres tenham uma neoplasia trofoblástica posterior.



Mola hidatiforme parcial ou incompleta, é possível observar um feto, entretanto ele normalmente é inviável e apresenta uma grande quantidade de malformações. Esse tipo de mola ocorre pela fecundação de um óvulo normal, diferentemente da forma completa, por dois espermatozoides ou por um espermatozoide diploide. Percebe-se que, nesse caso, há triploidias ou, mais raramente, tetraploidias. Nesse tipo de mola, menos de 5% das mulheres desenvolvem formas malignas.



Etiologia

Apesar de a etiologia da MH ainda não estar completamente elucidada, sua origem parece estar relacionada a gametogênese e fertilização anormais e inúmeros.

Diagnostico

O diagnóstico precoce da MH é de extrema importância na prevenção das complicações decorrentes dessa doença. Com o advento da ultrassonografia, esse método tornou-se o principal artifício no diagnóstico da gestação molar, que passou a ocorrer já no primeiro trimestre ou início do segundo trimestre de gestação.
A dosagem de hCG também auxilia no diagnóstico da MH, especialmente nos casos de histopatológico.

Tratamento

Uso de medicamentos

O uso de medicamentos ou drogas que provoquem contrações uterinas deve ser evitado, pois, a estimulação de contrações uterinas antes do processo de esvaziamento da mola, torna mais elevada o risco de evolução para doença persistente e de embolia (fechamento total ou parcial de vasos sanguíneos), principalmente, em vasos pulmonares.

Esvaziamento da cavidade uterina

Quando diagnosticado, o conteúdo da cavidade uterina deve ser esvaziado, imediatamente, para inibir a evolução maligna ou a possível perfuração do miométrio por células invasoras.

Técnica de Esvaziamento Uterino

→Vácuo-aspiração

A técnica usada para o esvaziamento a vácuo-aspiração que tem o objetivo de remover internamente todo o volume molar, evitando a disseminação por outros tecidos e órgãos internos.

→Curetagem

O esvaziamento pode ser completado com a curetagem das paredes uterinas para que seja verificada se houve a remoção completa do conteúdo molar. O material resultante da curetagem é encaminhado para análise histopatológica, para verificar se houve a completa retirada das células molares.

→Histerectomia – Em alguns casos raros.

Evitar gravidez

Após o esvaziamento uterino, a gravidez deve ser evitada durante o período de um ano. Evitado o seguimento de uma nova doença, eliminando quaisquer chances de evolução maligna ou recorrências das intercorrências gestacionais.

ABREVIATURAS E SIGLAS
DTG – Doença Trofoblástica Gestacional
MH – Mola Hidatiforme
MHC – Mola Hidatiforme Completa
MHP – Mola Hidatiforme Parcial
NTG – Neoplasia Trofoblástica Gestacional


04 março 2020

Ciclo Menstrual

O ciclo menstrual é um processo fisiológico que ocorre de modo cíclico em todas as mulheres férteis. A primeira menstruação da vida da mulher chama-se menarca, e a última, menopausa.

O ciclo menstrual

O ciclo menstrual inicia-se no primeiro da menstruação, dura em média 28 dias e termina no primeiro dia da menstruação seguinte. Algumas mulheres têm períodos mais curtos de até 21 dias enquanto outras possuem períodos mais longos, indo até 35 dias. Mulheres adolescente com menarca recente podem ter ciclos de até 45 dias, uma vez que seu sistema reprodutor ainda está amadurecendo. O mesmo prolongamento pode ocorrer com mulheres próximas da menopausa, quando já começa a haver sinais de falência dos ovários.
Os órgãos reprodutores das mulheres consistem em 2 ovários, 2 trompas, um útero e a vagina.
O ciclo menstrual é dividido igualmente em 2 fases: fase folicular e fase lútea. Para facilitar o entendimento, vamos considerar o ciclo normal aquele com 28 dias, sendo 14 dias de fase folicular e 14 dias de fase lútea.

Fase folicular

A fase folicular começa no primeiro dia da menstruação, ou seja, no primeiro dia do ciclo. No início desta fase, os hormônios estrogênio e progesterona estão baixos e o útero está menstruando, apesentando uma parede (endométrio) bem fina. O ovário nesta fase está em repouso.
Neste momento, a glândula pituitária (hipófise), que se localiza no sistema nervoso central, começa a aumentar a produção de um hormônio chamado hormônio folículo estimulante (FSH), que como o próprio nome diz, estimula os folículos do ovário.
Ao contrário dos homens que produzem seus espermatozóides continuamente, as mulheres nascem com um número contado de óvulos. São cerca de 450.000 e eles ficam estocados nos ovários, na forma imatura, dentro dos folículos ovarianos.
Na presença do FSH, os folículos começam a se desenvolver, crescendo e amadurecendo. Sete dias após o início do ciclo, é possível detectar na ultrassonografia do ovário vários folículos medindo entre 9 e 10 milímetros.
Estes folículos, agora, começam a produzir estrogênio. Conforme os níveis de estrogênio vão crescendo, um dos folículos se torna dominante, se desenvolvendo mais rápido que os outros, que na verdade, param de crescer e começam a involuir. O folículo dominante cresce cerca de 2 milímetros por dia até o tamanho final de 20 a 26 mm, quando completa seu desenvolvimento. Este folículo dominante é quem vai liberar o óvulo no momento da ovulação.
Além do desenvolvimento do folículo dominante, o estrogênio também age sobre o útero, preparando-o para uma eventual gravidez. A membrana da parede do útero, chamada de endométrio, começa a se proliferar, adquirindo camadas, tornando-se, assim, mais espessa.

Fase Lútea

O pico de estrogênio ocorre 1 dia antes da ovulação. No momento de concentração máxima do estrogênio, outro hormônio da hipófise é liberado, o hormônio luteinizante (LH). Estamos agora exatamente no meio do ciclo, 14º dia em casos de ciclos menstruais de 28 dias.
O pico de estrogênio e surgimento do LH, fazem com que a mulher comece a produzir um muco viscoso, chamado de muco fértil, que favorece a mobilidade dos espermatozoides.
A liberação do LH completa o processo de maturação do folículo dominante, e aproximadamente 36 horas após a sua liberação, ocorre o rompimento do folículo e a liberação do óvulo, ou seja, a mulher ovula.
Algumas mulheres apresentam dor no momento da ovulação pela irritação do peritônio após o rompimento do folículo ovariano. Esta dor se localiza na parte inferior do abdômen, no lado do ovário que ovulou. Esta dor pode durar algumas horas e costuma ser cíclica, ocorrendo praticamente tod0 mês. Esta síndrome recebe o nome de mittelschmerz, que significa dor do meio (do ciclo), em alemão.
Logo após o pico de LH que induz a ovulação, a temperatura corporal da mulheres se eleva discretamente, cerca de 0,5ºC, permanecendo assim por mais 10 dias.
A medicação da temperatura é um método bom para saber retrospectivamente se a mulher ovulou recentemente, mas essa subida costuma ocorrer tardiamente em relação a ovulação, não servindo para indicar o momento certo da relação sexual.

Corpo lúteo

Logo antes da ovulação, as células ao redor do folículo ovariano, sob influência do LH, começam a formar o corpo lúteo, estrutura responsável pela produção de estrogênio e, principalmente, progesterona. Quando a mulher ovula, o óvulo é liberado em direção às trompas, permanecendo apenas o corpo lúteo no ovário.
Durante toda a parte final do fase lútea, o corpo lúteo permanece produzindo a progesterona, que age inibindo a secreção de LH pela hipófise. No útero, a progesterona age interrompendo a proliferação do endométrio. Na verdade, a progesterona organiza as camadas da mucosa tornando-a mais homogênea, deixando-a rica em fluídos e nutrientes para o potencial feto. Quando se faz um ultra-som do útero na fase proliferativa do ciclo, é possível detectar 3 camadas distintas de endométrio. Quando o mesmo exame é feito na fase lútea, não há mais essa distinção e o endométrio encontra-se todo uniforme, pronto para receber o óvulo fecundado.
Como a progesterona inibe o LH, se o óvulo não for fecundado, a queda do LH faz com que o corpo lúteo começa a involuir, o que por sua vez provoca a queda na produção de progesterona e estrogênio pelo mesmo. Sem esses hormônios a grossa parede do endométrio não mais se sustenta, seu suprimento de sangue é cortado, e ela acaba por desabar, caracterizando a menstruação e reiniciando o ciclo na fase folicular.
A ovulação ocorre 14 dias antes do primeiro dia da próxima menstruação. Portanto, se você menstruou, conte 14 dias para trás e saberá quando ovulou.
Se o óvulo for fecundado, o embrião começa a produzir um hormônio chamado gonadotropina coriônica, responsável por manter o corpo lúteo e a produção de progesterona ativos.

Período fértil

Após a sua liberação, óvulo só fica viável por cerca de 12-24 horas. Isso significa que a fecundação é mais provável quando já há espermatozoides presentes antes da ovulação. Apesar do curto período de viabilidade do óvulo, o intervalo fértil é bem mais longo, pois, dependendo da qualidade do sêmen masculino, os espermatozoides podem ficar viáveis dentro do sistema reprodutor da mulher por até 5-7 dias. Portanto, o período fértil vai do 5º dia antes da ovulação até um dia após a mesma.
Homens com sêmen de pior qualidade podem ter espermatozoides que sobrevivam menos tempo, reduzindo assim, o período da janela fértil
O período de maior chance de fecundação ocorre quando há coito 1 ou 2 dias antes da ovulação.
Trabalhos atuais mostram que a qualidade do sêmen é maior quando ocorre intervalo de 2 a 3 dias entre as ejaculações. Por isso, indica-se o coito dia sim, dia não, ou a cada 2 dias. Para casais que querem engravidar, uma dica é ter relações sexuais 3 vezes por semana, iniciando-as logo após o fim da menstruação (para aprender a calcular o período fértil.

27 fevereiro 2020

Clamídia

A clamídia é uma doença sexualmente transmissível (DST) causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. Afeta os órgãos genitais masculinos ou femininos. Assim como os Vírus e as rickettsias, a clamídia é um parasita intrecelular obrigatório. Pode produzir esporos, o que torna sua disseminação mais fácil.



Existem apenas três tipos de Chlamydia. São elas:
  • Chlamydia trachomatis;
  • Chlamydia psitaci;
  • Chlamydia pneumoniae.
Todas elas causam doenças aos seres humanos:
A espécie Trachomatis causa cegueira e DSTs.
A espécie Pneumoniae causa doenças respiratórias semelhante à pneumonia causada por Micoplasmas.
A espécie Psitaci causa ornitose (doença respiratória nos pulmões) e é transmitida pelas aves.

Etiologia

Clamídia é uma doença sexualmente transmissível (DST) causada pela bactéria chlamydia trachomatis. Ela pode ser transmitida via contato sexual anal, oral ou vaginal e pode também ser congênita, ou seja, pode ser passada de mãe para filho durante a gravidez.

Fatores de risco

Manter relações sexuais desprotegidas é o principal fator de risco para contaminação por clamídia. Independentemente do número de parceiros que uma pessoa venha a ter, o fator determinante para a transmissão dessa e de outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) é a ausência de preservativo durante o ato sexual.

Sintomas

Nos homens, a clamídia pode produzir sintomas similares à gonorreia. Eles podem incluir: 
  • Sensação de queimação ao urinar;
  • Corrimento peniano;
  • Secreção do pênis ou do reto;
  • Sensibilidade ou dor nos testículos;
  • Dor ou secreção retal.
Nas mulheres
  • Sensação de queimação ao urinar;
  • Dor no ato sexual;
  • Dor abdominal;
  • Dor ou secreção retal;
  • Sintomas de doença inflamatória pélvica (DIP), salpingite, inflamação do fígado semelhante à hepatite;
  • Secreção vaginal;
  • Sangramento intermenstrual e após a relação sexual.
Um em cada quatro homens com clamídia não apresentam sintomas, e somente cerca de 30% das mulheres infectadas manifestam os sinais típicos da doença.

Exames e testes

O diagnóstico da infecção por clamídia envolve amostras da secreção uretral nos homens ou das secreções do colo do útero nas mulheres. Se o indivíduo pratica sexo anal, amostras extraídas do reto também podem ser solicitadas. 
A amostra é encaminhada para um teste de anticorpos monoclonais ou fluorescentes, teste de sonda de DNA ou cultura celular. Alguns desses testes também podem ser realizados em amostras de urina.

Tratamento

O tratamento de clamídia não garante imunidade para a doença. Ou seja, se não houver o devido cuidado, ela pode retornar.
Em geral, o tratamento para clamídia é feito com antibióticos, incluindo tetraciclinas, azitromicina ou eritromicina.
Você pode contrair clamídia com gonorreia ou sífilis, assim, se você tiver uma doença sexualmente transmissível, deverá ser testado para outras DSTs também. Todos com quem você manteve contato sexual devem fazer o teste para clamídia.

Os parceiros sexuais devem ser tratados para evitar a retransmissão da doença. Não existe imunidade significativa após a infecção, e uma pessoa pode ser infectada novamente.
Deve ser realizada uma avaliação de acompanhamento após quatro semanas para determinar se a infecção foi curada.

Complicações

Clamídia não tratada pode levar a problemas mais sérios de saúde, como:
  • Outras doenças sexualmente transmissíveis;
  • Doença inflamatória pélvica;
  • Epididimite;
  • Inflamação na próstata;
  • Contaminação de um recém-nascido, em caso de doença congênita;
  • Infertilidade;
  • Artrite reativa.
As infecções por clamídia em mulheres podem causar inflamação do colo uterino. Em homens, as infecções por clamídia podem provocar inflamação da uretra, denominada uretrite.
A clamídia não tratada pode se espalhar para o útero ou para as trompas de Falópio, resultando em salpingite ou doença inflamatória pélvica. Essas doenças podem levar à infertilidade e ao aumento do risco de gravidez ectópica.
Caso a mulher tenha contraído clamídia durante a gravidez, ela pode causar uma infecção no útero após o parto (endometrite pós-parto). Além disso, o bebê pode desenvolver conjuntivite (infecção ocular) associada à clamídia e pneumonia.

Prevenção

→Todas as mulheres sexualmente ativas acima de 25 anos devem realizar exames de clamídia anuais. Todas as mulheres com novos ou múltiplos parceiros devem também realizar testes.
→Um relacionamento sexual reciprocamente monogâmico com um parceiro não infectado é uma maneira de evitar essa infecção.
→O uso correto de preservativos durante o ato sexual normalmente previne a infecção.



20 fevereiro 2020

Condiloma acuminado (Papilomavírus Humano - HPV)

O condiloma acuminado é uma doença sexualmente transmissível, causada pelo vírus HPV. A infecção se caracteriza pela presença de verrugas com aspecto de couve-flor na vulva, vagina, colo do útero, ânus, reto, pênis, boca e garganta.

O condiloma acuminado, conhecido, crista de galo, figueira ou cavalo de crista. Atualmente, existem mais de 200 tipos de HPV - alguns deles podendo causar câncer, principalmente no colo do útero e do ânus.

Os HPV são divididos em dois grupos de acordo com o potencial oncogênico:


Formas de Transmissão

A transmissão do HPV se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada. A principal forma de transmissão é pela via sexual, que inclui:
  • Contato oral-genital, 
  • Genital-genital ou mesmo manual-genital. 

Portanto, o contágio com o HPV pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal. Como também pode haver transmissão durante o parto.

Como muitas pessoas infectadas pelo HPV não apresentam sinais ou sintomas, elas não sabem que têm o vírus, mas podem transmiti-lo.

Sinais e Sintomas

A infecção pelo HPV não apresenta sintomas na maioria das pessoas. Em alguns casos, o HPV pode ficar latente de meses a anos, sem manifestar sinais (visíveis a olho nu), ou apresentar manifestações subclínicas (não visíveis a olho nu).

→A diminuição da resistência do organismo pode desencadear a multiplicação do HPV e, consequentemente, provocar o aparecimento de lesões. A maioria das infecções em mulheres (sobretudo em adolescentes) tem resolução espontânea, pelo próprio organismo, em um período aproximado de até 24 meses.

→As primeiras manifestações da infecção pelo HPV surgem, aproximadamente, entre dois e oito meses, mas pode demorar até 20 anos para aparecer algum sinal da infecção. 

→As manifestações costumam ser mais comuns em gestantes e em pessoas com imunidade baixa.

Lesões clínicas – Apresentam-se como verrugas na região genital e no ânus (denominadas tecnicamente condilomas acuminados e popularmente conhecidas como "crista de galo", "figueira" ou "cavalo de crista"). 
Podem ser únicas ou múltiplas, de tamanho variável, achatadas ou papulosas (elevadas e sólidas). 

Em geral, são assintomáticas, mas pode haver coceira no local. Essas verrugas, normalmente, são causadas por tipos de HPV não cancerígenos.

Lesões subclínicas (não visíveis ao olho nu) – Podem ser encontradas nos mesmos locais das lesões clínicas e não apresentam sinais/sintomas. As lesões subclínicas podem ser causadas por tipos de HPV de baixo e de alto risco para o desenvolvimento de câncer.

→Podem acometer vulva, vagina, colo do útero, região perianal, ânus, pênis (geralmente na glande), bolsa escrotal e/ou região pubiana.

→Menos frequentemente, podem estar presentes em áreas extragenitais, como conjuntivas e mucosas nasais, oral e laríngea.

→Mais raramente, crianças que foram infectadas no momento do parto podem desenvolver lesões verrucosas nas cordas vocais e laringe (Papilomatose Respiratória Recorrente).

Diagnóstico

Exames clínicos e laboratoriais, dependendo do tipo das lesões (clínicas ou subclínicas).

Lesões clínicas
  • Exame clínico urológico (pênis);
  • Ginecológico (vulva/vagina/colo uterino);
  • Anal (ânus e região perianal);
  • Dermatológico (pele).
Lesões subclínicas
  • Exames laboratoriais:
  • Exame preventivo Papanicolau (citopatologia),
  • Colposcopia,
  • Peniscopia;
  • Anuscopia;
  • Histopatologia.
Tratamento

O tratamento das verrugas genitais deve ser individualizado, dependendo da extensão, quantidade e localização das lesões.

➥Medicamentosos;
➥Cauterização elétrica (queimar as lesões);
➥Crioterapia (congelar as lesões);
➥Aplicação de laser;
➥Cirurgia.

Em alguns casos, também podem ser usados medicamentos imunomoduladores, que atuam no sistema imunológico e ajudam a combater o vírus HPV, causador da doença.

O condiloma nem sempre tem cura definitiva, uma vez que não existe um medicamento capaz de eliminar completamente o HPV do organismo. Por isso, o objetivo do tratamento é eliminar as verrugas. Mesmo assim, as lesões podem voltar a aparecer em cerca de 25% dos casos, já que o HPV continua circulante.

Se o condiloma afetar o colo do útero, o tratamento na fase inicial normalmente é feito com cauterização. Além de eliminar as verrugas, o objetivo do tratamento nesses casos é evitar que a infecção pelo HPV evolua para câncer.

Prevenção

↳Vacinação

Vacinar-se contra o HPV é a medida mais eficaz para se prevenir contra a infecção. A vacina é distribuída gratuitamente pelo SUS e é indicada para:

👉Meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos;
👉Pessoas que vivem HIV na faixa etária de 9 a 26 anos;
👉Pessoas transplantadas na faixa etária de 9 a 26 anos;

Lembrado que a vacina não é um tratamento e não apresenta eficácia contra infecções ou lesões por HPV já existentes. A vacina não previne infecções por todos os tipos de HPV, mas é focada para os tipos mais frequentes: 6, 11, 16 e 18.

↳Exame preventivo

O câncer do colo do útero é causado principalmente pela infecção persistente por alguns tipos do vírus HPV. 

O exame preventivo, também chamado de colpocitologia oncótica cervical ou Papanicolau, é o exame ginecológico preventivo mais comum para identificar lesões precursoras de câncer do colo do útero.

Esse exame ajuda a detectar células anormais no revestimento do colo do útero, que podem ser tratadas antes de se tornarem câncer. O exame não é capaz de diagnosticar a presença do HPV; no entanto, é considerado o melhor método para detectar o câncer do colo do útero e suas lesões precursoras.

Quando essas alterações que antecedem o câncer são identificadas e tratadas, é possível prevenir 100% dos casos. Por isso, é muito importante que as mulheres façam o exame de Papanicolau regularmente, mesmo que estejam vacinadas contra HPV.

↳Preservativo

O uso de preservativo (camisinha) nas relações sexuais é outra importante forma de prevenção do HPV. Porém, o seu uso, apesar de prevenir a maioria das IST, não impede totalmente a infecção pelo HPV, pois muitas vezes as lesões estão presentes em áreas não protegidas pela camisinha (vulva, região pubiana, períneo ou bolsa escrotal). A camisinha feminina, que cobre também a vulva, é mais eficaz para evitar a infecção, se utilizada desde o início da relação sexual.

↳Parceiro sexual

É crucial que as parcerias sexuais sejam aconselhadas e examinadas. Possa ser que a infecção inicial ter ocorrido na parceria sexual e que não apresente qualquer sinal ou sintoma. Dessa forma, faz-se necessária realizar a consulta para o casal.




19 fevereiro 2020

Vulvovaginite


Vulvovaginite é inflamação ou infecção da vulva e da vagina, que também pode ser chamada de vulvite ou vaginite. É uma condição comum que afeta pessoas de todas as idades.

Etiologia

A vulvovaginite tem uma variedade de causas dentre elas podemos destacar:

Infecciosas
  • Vaginose bacteriana;
  • Candidíase e Tricomoníase.
Inflamatórias:
  • Vaginite atrófica;
  • Corpo estranho;
  • Vaginite inflamatória descamativa;
  • Vaginite citolítica.
Não-infecciosas:

⇒Química ou outro irritante;
⇒Alérgica;
⇒Dermatite de contato;
⇒Traumática;
⇒Colagenoses e dentre outras.

Quadro clínico:

👉O corrimento principal manifestação da vulvovaginite, deve ser caracterizado quanto à cor, consistência, quantidade, viscosidade, odor;
👉Coceira ou irritação vaginal;
👉Dor durante a relação sexual;
👉Dor ao urinar;

Sangramento vaginal

As características do corrimento vaginal podem indicar o tipo de vaginite.

Vaginose bacteriana: corrimento de odor fétido branco acinzentado. O odor, muitas vezes descrito como cheiro de peixe, pode ser mais óbvio após a relação sexual;

Infecção por fungos: o principal sintoma é a coceira, mas você pode ter um corrimento branco e espesso que se assemelha ao queijo cottage;

Tricomoníase: pode causar um corrimento amarelo, espumoso, por vezes esverdeado.

Fatores de risco

➯Alterações hormonais, tais como aquelas decorrentes da gravidez, uso de pílulas anticoncepcionais ou menopausa;
➯Atividade sexual;
➯Diabetes;
➯Ter uma doença sexualmente transmissível;
➯Uso prolongado de medicamentos, como antibióticos e esteroides.

Diagnóstico
  • Anamnese e exame físico;
  • Exames laboratoriais;
  • O diagnóstico etiológico de certeza só será confirmado com exame bacterioscópico e cultura;
  • O antibiograma pode auxiliar a orientação terapêutica; principalmente em casos de quadros de etiologia bacteriana e/ou resistência ao tratamento convencional.

Tratamento

O tratamento da vulvovaginite dependerá da sua causa e do resultado das análises laboratoriais realizadas.

Prevenção
  • Tenha uma dieta equilibrada;
  • Controle o diabetes;
  • Evite o uso desnecessário de antibióticos;
  • Tenha bons hábitos de higiene íntima;
  • Após a micção, limpe a vagina em um movimento de frente para trás, evitando assim a propagação de leveduras ou bactérias do ânus para a vagina ou trato urinário
  • Use roupas íntimas de algodão e evite tecidos sintéticos. Isso ajuda a manter a área arejada e evita a proliferação de bactérias e fungos;
  • Evite roupas apertadas;
  • Não faça duchas íntimas nem use desodorantes pós, ou perfumes na área genital. Esses itens podem alterar o equilíbrio normal de organismos da vagina;
  • Mantenha hábitos de sexo seguro.