02 junho 2020

Doença trofoblástica gestacional - Gravidez Molar

A Mola Hidatiforme (MH) ou Gravidez Molar é uma anomalia da gestação caracterizada pelo aumento anormal das vilosidades coriônicas placentárias acompanhada de intensa proliferação trofoblástica. Essa complicação é a mais frequente entre as Doenças Trofoblásticas Gestacionais (DTGs), que constituem um grupo de tumores originários do tecido trofoblástico placentário com diferente potencial para remissão, malignização e metastização, podendo levar a morte materna se não tratadas de forma apropriada.

A MH representa importante complicação obstétrica, além de sua capacidade de evolução para Neoplasia Trofoblástica Gestacional (NTG), podendo cursar com morte materna, demandando tratamento sistemático para essas mulheres. A característica comum às DTGs é a expressão sérica de níveis elevados de gonadotrofina coriônica humana (hCG), marcador biológico-hormonal da gravidez molar.

Fatores de Riscos
  • Gestações molares e abortos espontâneos anteriores;
  • Extremos de idade materna;
  • Aspectos genéticos e nutricionais.

Estudos mostram que mulheres com mais de 40 anos apresentam risco até 7,5 vezes maior de desenvolver MH em uma gestação quando comparadas a faixa etária entre 20 e 40 anos.

O histórico de gestação molar prévia, por sua vez, confere risco de 1-2% de desenvolvimento de uma nova gestação molar, cerca de 10 a 20 vezes maior que o observado na população geral. Esse risco aumenta para 15 a 20% para ocorrência de uma terceira gestação molar após 2 dois diagnósticos de MH em gestações anteriores. Além disso, o abortamento em gestações anteriores também já foi associado a um aumento de 2 a 3 vezes no risco de desenvolvimento DTGs.

A gestação é um período no qual os estados físico e mental maternos influenciam diretamente a saúde da mãe e do feto. Nesse período, o metabolismo energético é afetado pelo crescimento fetal e pela própria adaptação do organismo materno à gravidez. Dessa forma, um inadequado aporte energético materno pode levar a competição entre a mãe e feto, limitando a disponibilidade dos nutrientes necessários ao adequado crescimento fetal.

Tipos

A mola hidatiforme pode ser classificada em dois grupos:
  • Mola hidatiforme completa;
  • Mola hidatiforme parcial ou incompleta.

Mola hidatiforme completa, não há feto e também se verifica uma proliferação maior do trofoblasto. Ela é resultado da fecundação de um óvulo que não possui núcleo ou que se apresenta inativo por um espermatozoide com cariótipo duplicado ou por dois espermatozoides. O cariótipo geralmente é feminino (46 XX), entretanto, em 10% dos casos, foi observado cariótipo 46 XY. Nessa forma da doença, estima-se que aproximadamente 20% das mulheres tenham uma neoplasia trofoblástica posterior.



Mola hidatiforme parcial ou incompleta, é possível observar um feto, entretanto ele normalmente é inviável e apresenta uma grande quantidade de malformações. Esse tipo de mola ocorre pela fecundação de um óvulo normal, diferentemente da forma completa, por dois espermatozoides ou por um espermatozoide diploide. Percebe-se que, nesse caso, há triploidias ou, mais raramente, tetraploidias. Nesse tipo de mola, menos de 5% das mulheres desenvolvem formas malignas.



Etiologia

Apesar de a etiologia da MH ainda não estar completamente elucidada, sua origem parece estar relacionada a gametogênese e fertilização anormais e inúmeros.

Diagnostico

O diagnóstico precoce da MH é de extrema importância na prevenção das complicações decorrentes dessa doença. Com o advento da ultrassonografia, esse método tornou-se o principal artifício no diagnóstico da gestação molar, que passou a ocorrer já no primeiro trimestre ou início do segundo trimestre de gestação.
A dosagem de hCG também auxilia no diagnóstico da MH, especialmente nos casos de histopatológico.

Tratamento

Uso de medicamentos

O uso de medicamentos ou drogas que provoquem contrações uterinas deve ser evitado, pois, a estimulação de contrações uterinas antes do processo de esvaziamento da mola, torna mais elevada o risco de evolução para doença persistente e de embolia (fechamento total ou parcial de vasos sanguíneos), principalmente, em vasos pulmonares.

Esvaziamento da cavidade uterina

Quando diagnosticado, o conteúdo da cavidade uterina deve ser esvaziado, imediatamente, para inibir a evolução maligna ou a possível perfuração do miométrio por células invasoras.

Técnica de Esvaziamento Uterino

→Vácuo-aspiração

A técnica usada para o esvaziamento a vácuo-aspiração que tem o objetivo de remover internamente todo o volume molar, evitando a disseminação por outros tecidos e órgãos internos.

→Curetagem

O esvaziamento pode ser completado com a curetagem das paredes uterinas para que seja verificada se houve a remoção completa do conteúdo molar. O material resultante da curetagem é encaminhado para análise histopatológica, para verificar se houve a completa retirada das células molares.

→Histerectomia – Em alguns casos raros.

Evitar gravidez

Após o esvaziamento uterino, a gravidez deve ser evitada durante o período de um ano. Evitado o seguimento de uma nova doença, eliminando quaisquer chances de evolução maligna ou recorrências das intercorrências gestacionais.

ABREVIATURAS E SIGLAS
DTG – Doença Trofoblástica Gestacional
MH – Mola Hidatiforme
MHC – Mola Hidatiforme Completa
MHP – Mola Hidatiforme Parcial
NTG – Neoplasia Trofoblástica Gestacional


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