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23 novembro 2020

Rins policísticos


Rins policísticos ou doença renal policística (PKD é uma doença genética que afeta os rins e tem caráter progressiva e hereditária. determinada por mutações nos genes PKD1 (85% dos casos) e PKD2 (15% dos casos). Ela se manifesta em ambos os sexos, não importa a idade nem a etnia. Pareça haver fatores ambientais envolvidos.

Sua principal característica é a formação de inúmeras dilatações semelhantes a bolhas de diferentes tamanhos, em alguma parte do néfron (ou nefrônio), a unidade funcional dos rins encarregada de filtrar o sangue e eliminar a urina.

Revestidos por tecido epitelial, os cistos renais contêm material líquido semelhante ao plasma sanguíneo (cistos simples) ou semisólido (cistos complexos), em seu interior, e podem afetar um ou os dois rins. Cistos simples, em pequeno número, isolados, com superfície regular, podem surgir nos rins à medida que as pessoas envelhecem sem constituir problema mais sério de saúde.

Quando já caracterizado doença renal policística, eles são em grande número, afetam os dois rins e podem estar associados ao aparecimento de cistos no fígado, pâncreas, vasos sanguíneos, vesículas seminais, coração e cérebro.

Tipos

Existem dois tipos de doença renal policística de caráter hereditário:

⇢Doença renal policística autossômica recessiva (DRPAR);
⇢Doença renal policística autossômica dominante (DRPAD). 

São consideradas autossômicas, porque são transmitidas pelos genes não sexuais.

A recessiva é mais rara, porém mais grave e de evolução mais rápida para a insuficiência renal crônica. Ela se manifesta na infância ou adolescência, não poupando os recém-nascidos, e pode estar associada a complicações hepáticas e pulmonares bastante graves, que colocam a vida em risco.

A forma autossômica dominante é congênita, acomete crianças e adultos. É dominante porque basta um dos pais ser portador de rins policísticos para que o risco de seus filhos receberem o gene defeituoso seja de 50%.  O mais comum é os pacientes apresentarem manifestações clinicas da doença depois dos 30, 40 anos. No entanto, por volta dos 60 anos, metade deles terá desenvolvido insuficiência renal crônica provocada pelo crescimento dos cistos e destruição do parênquima renal, o que favorece a retenção de toxinas lesivas ao organismo.

Vale mencionar, ainda, a doença renal policística adquirida que não é hereditária nem provoca o aparecimento de cistos em outros órgãos. Ela ocorre em pacientes com uremia prolongada ou fazendo hemodiálise há muito tempo, e representa uma complicação grave da doença renal.

Diagnóstico

  • Exames laboratoriais;
  • Exames de imagem:
  • USG;
  • Ressonância magnética.
 
Sintomas

No início, os cistos são assintomáticos. Porém com a evolução do quadro pode apresentar
→Dor no abdômen;
→Dor nas costas,
→Dor lombar;
→Cansaço,
→Edema (inchaço),
→Náusea,
→Hematúria (sangue na urina);
→Infecções urinárias,
→Cálculo renal.
→Hipertensão arterial,
→Proteinúria – (perda de proteínas pela urina);
→Noctúria – (Urina excessiva à noite).

 
Tratamento

Ainda não existe tratamento específico para curar, porém algumas condutas são adotadas para preservar a função renal.

➡Controle da pressão arterial;
➡Uso de alguns analgésicos, anti-inflamatório não esteroide (caso a função renal esteja preservada);
➡Drenagem do fluido do cisto;
➡Pacientes com insuficiência renal crônica e progressiva precisam recorrer à hemodiálise enquanto aguardam receber um rim saudável para transplante.

 
Complicações
  • Cistos no fígado,
  • Evolução para insuficiência renal crônica;
  • Hérnias abdominais;
  • Diverticulose;
  • Problemas de válvulas cardíacas;
  • Aneurismas;
  • AVC.


12 maio 2020

Pólipo Intestinal


Pólipo intestinal ou pólipo colônico é um pequeno aglomerado de células das paredes do intestino, geralmente inofensivos. É uma das condições mais comuns que afeta o intestino, ocorrendo em 15 a 20% da população. Alguns são baixos e planos, outros são altos e se assemelham a um cogumelo, podendo aparecer em qualquer parte do intestino grosso. Vale salientar que alguns pólipos podem conter câncer colorretal. Como medida de segurança os médicos removem e analisam todos pólipos suspeitos.

Causas

Mutações genéticas podem fazer com que as células continuem a se dividir, mesmo quando novas células não são necessárias. Quando este crescimento não regulado ocorre nas mucosas, como as paredes do tubo digestivo, são chamados de pólipos.

Tipos


Existem duas categorias principais de pólipos

Os não neoplásicos e os neoplásicos.

Os pólipos não neoplásicos incluem:

  • Pólipos hiperplásicos,
  • Pólipos inflamatórios;
  • Pólipos hamartomatosos.


Os pólipos não neoplásicos normalmente não se tornam cancerígenos.

Pólipos inflamatórios podem ser observados com colite ulcerosa ou doença de Crohn do cólon. Embora os pólipos em si não sejam uma ameaça significativa, ter colite ulcerosa ou doença de Crohn no cólon aumenta o risco geral de câncer de cólon.

Os pólipos neoplásicos incluem:

Adenomas e tipos serrilhados. A maioria dos pólipos do cólon são adenomas. Os pólipos serrilhados podem se tornar cancerosos, dependendo do tamanho e localização no cólon. Quanto maior um pólipo, maior o risco de câncer, especialmente com pólipos neoplásicos.

Fatores de risco

Fatores que podem contribuir para a formação de pólipos do cólon ou câncer incluem:

➜Idade - A maioria das pessoas com pólipos do cólon tem 50 anos ou mais;
➜Condições intestinais inflamatórias, como colite ulcerosa e doença de Crohn.
➜Histórico familiar;
➜Cigarro e consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
➜Obesidade e falta de exercício;
➜Raça. Afro-americanos estão em maior risco de desenvolver câncer de cólon.
➜Diabetes tipo 2 não controlada;
➜Doenças hereditárias como Polipose adenomatosa familiar, Síndrome de Gardner, Síndrome de Turcot e Síndrome de Lynch.

Sintomas

Os pólipos do cólon geralmente não causam sintomas. Porém algumas pessoas apresentam:

➡Sangramento retal. Isso pode ser um sinal de pólipos do cólon ou câncer ou outras condições, como hemorroidas ou pequenas lágrimas no ânus.
➨Mudança na cor das fezes. O sangue pode aparecer como faixas vermelhas nas fezes ou fazer as fezes parecerem pretas. Uma mudança de cor também pode ser causada por alimentos, medicamentos e suplementos.
➨Mudança nos hábitos intestinais. Constipação ou diarreia que dura mais de uma semana pode indicar a presença de um pólipo do cólon grande. Mas várias outras condições também podem causar mudanças nos hábitos intestinais.
➨Dor abdominal;
➨Anemia por deficiência de ferro. O sangramento dos pólipos pode ocorrer lentamente ao longo do tempo, sem sangue visível nas fezes. O sangramento crônico rouba o corpo do ferro necessário para produzir a substância que permite que os glóbulos vermelhos transportem oxigênio para o corpo (hemoglobina). O resultado é anemia por deficiência de ferro, que pode fazer você se sentir cansado e com falta de ar.

Diagnóstico

O exame mais sensível e frequentemente usado para examinar pólipos e câncer intestinais é a colonoscopia.
  • Colonoscopia;
  • Colonografia;
  • Sigmoidoscopia;
  • Toque retal.


Tratamento

Pólipos com mais de 1 cm são removidos durante a colonoscopia e examinados ao microscópio. Se os pólipos são muito extensos ou inacessíveis para serem removidos na colonoscopia, pode ser necessário uma ressecção cirúrgica da mucosa. Se é detectado um câncer, pode exigir radioterapia e quimioterapia. Em algumas síndromes, toda a porção do intestino afetada pode ser removida de uma vez (colectomia).

Complicações

Alguns pólipos do cólon podem se tornar cancerosos. Os pólipos anteriores são removidos, menos provável é que eles se tornem malignos.

Prevenção

➽Realizar exames regulares;
➽Mudanças no estilo de vida;
➽Reduzir consumo de álcool;
➽Abandone o cigarro;
➽Praticar exercícios regularmente;
➽Manter uma alimentação rica em fibras;
➽Uso de cálcio e vitamina D.



02 abril 2020

Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)


Para compreender o que é a esclerose lateral amiotrófica, é necessário antes saber como funciona a interação entre nervos e músculos.

O sistema motor é que nos permite executar todos os movimentos. Qualquer contração muscular voluntária é realizada graças à ativação de um grupo de neurônios chamados de “neurônio motor”. Se você mexe as penas, levanta os braços, abaixa a cabeça ou resolve sentar, todos esses movimentos nasceram dentro do seu cérebro, que, através de estímulos elétricos, fez a mensagem chegar aos grupamentos musculares que você pretende usar.
 
Existem 2 tipos de neurônio motor:
➨Neurônio motor superior, também chamado de primeiro neurônio motor;

➨Neurônio motor inferior, conhecido como segundo neurônio motor.

O primeiro neurônio motor fica dentro do cérebro, em uma área chamada córtex cerebral. Para que qualquer músculo de contração voluntária se mova, o primeiro neurônio emite um impulso elétrico que viaja pelo cérebro, passa pelo tronco cerebral e chega à medula espinhal localizada na coluna vertebral.

Na medula espinhal encontra-se o segundo neurônio motor, que é estimulado ao receber o impulso elétrico vindo do primeiro neurônio. O segundo neurônio motor dá origem aos nervos periféricos que se distribuem pelo corpo de forma a inervar os músculos.

A medula espinhal ocupa todo o canal central da coluna vertebral, indo da região cervical (pescoço) até o início da coluna lombar. As regiões do corpo são inervadas de cima para baixo, ou seja, os segundos neurônios motores que inervam os membros superiores se localizam na região da coluna cervical, enquanto que os segundos neurônios motores que inervam os membros inferiores localizam-se mais embaixo, na altura das primeiras vértebras lombares.

Os nervos periféricos são principalmente constituídos de axônios, às vezes muito longos, como os que levam informações da medula até a ponta dos pés.

Obs: no caso dos nervos cranianos, que inervam os músculos da face, como olhos e boca, o segundo neurônio motor fica no tronco cerebral, região logo abaixo do cérebro.

Quando uma pessoa sofre um acidente com grave injúria da medula espinhal, ela perde exatamente esse contato entre o primeiro neurônio motor do cérebro e do segundo neurônio motor na medula. 

Se a lesão medular for na altura da coluna cervical, o paciente perde os movimentos do pescoço para baixo. Se a lesão for mais baixa, no final da coluna torácica ou na coluna lombar, ele perde apenas os movimentos dos membros inferiores.
Esclerose Lateral Amiotrófica é uma doença que afeta o sistema nervoso de forma degenerativa e progressiva e acarreta em paralisia motora irreversível. Pacientes com a doença sofrem paralisia gradual e morte precoce como resultado da perda de capacidades cruciais, como falar, movimentar, engolir e até mesmo respirar. 

O físico britânico Stephen Hawking, morto em 2018, foi um dos portadores mais conhecidos mundialmente da ELA.

Não há cura para a Esclerose Lateral Amiotrófica. Com o tempo, as pessoas com doença perdem progressivamente a capacidade funcional e de cuidar de si mesmas. O óbito, em geral, ocorre entre três e cinco anos após o diagnóstico. Cerca de 25% dos pacientes sobrevivem por mais de cinco anos depois do diagnóstico.

A descrição do seu nome, Esclerose Lateral Amiotrófica.

Esclerose - endurecimento e cicatrização.

Lateral - endurecimento da porção lateral da medula espinhal.

Amiotrófica - fraqueza que resulta na redução do volume real do tecido muscular, atrofia.

A ELA é uma das principais doenças neurodegenerativas ao lado das doenças de Parkinson e Alzheimer. A idade é o fator preditor mais importante para a sua ocorrência, sendo mais prevalente nos pacientes entre 55 e 75 anos de idade.
Por ser um distúrbio progressivo, a ELA envolve a degeneração do sistema motor em vários níveis:
  • Bulbar;
  • Cervical;
  • Torácico;
  • Lombar.

A incidência da ELA - Esclerose Lateral Amiotrófica (média cerca de 1 / 50, 000 por ano) e prevalência (média cerca de 1 / 20, 000) são relativamente uniformes nos países ocidentais, apesar de terem descritos focos de maior frequência no Pacífico Ocidental. No geral, há uma ligeira preponderância do sexo masculino (razão entre homens e mulheres de cerca de 1,5:1).

Causas

As causas ainda não são conhecidas, no entanto sabe-se que em cerca de 10% dos casos ela é causada por um defeito genético. Na prática, os neurônios dos pacientes acometidos pela doença se desgastam ou morrem e já não conseguem mais mandar mensagens aos músculos.

Isso gera a curto e médio prazo enfraquecimento dos músculos, contrações involuntárias e incapacidade de mover os braços, as pernas e o corpo. A doença piora lentamente. Quando os músculos do peito param de trabalhar, fica muito difícil respirar por conta própria.
Além disso, outras causas que podem estar são:

➔Mutação genética;

➜Desequilíbrio químico no cérebro (níveis de glutamato mais elevado), o que é tóxico para as células nervosas;

➜Doenças autoimunes;

➜Mau uso de proteínas.

Fatores de Risco

Não existem fatores de risco ou comportamentos de risco conhecidos. No entanto, sabe-se que parentes próximos de alguém que tenha a doença têm chances de adquiri-la também, tendo em vista que uma das causas são exatamente os fatores genéticos/hereditários.

Sintomas

Os sintomas começam a aparecer após os 50 anos, mas também podem surgir em pessoas mais novas. Entre outros sinais e sintomas:

⇨Perda gradual de força e coordenação muscular;

⇨Incapacidade de realizar tarefas rotineiras, como subir escadas, andar e levantar;

⇨Dificuldades para respirar e engolir;

⇨Engasgar com facilidade;

⇨Babar;

⇨Gagueira (disfemia);

⇨Cabeça caída;

⇨Cãibras musculares;

⇨Contrações musculares;

⇨Problemas de dicção, como um padrão de fala lento ou anormal (arrastando as palavras);

⇨Alterações da voz, rouquidão;

⇨Perda de peso.
ELA - Esclerose Lateral Amiotrófica não afeta os sentidos (visão, olfato, paladar, audição e tato) e raramente atinge o funcionamento da bexiga, dos intestinos ou a capacidade de pensamento e raciocínio de uma pessoa.

 

 Diagnóstico

Análise clínica e exame físico, que pode mostrar algumas deficiências físicas, sinais e sintomas que podem estar relacionados à doença.

👉Tremores;

👉Espasmos e contrações musculares, ou perda de tecido muscular (atrofia)

👉Atrofia e contrações involuntárias da língua são comuns.

👉Além disso, a pessoa pode ter um jeito de andar rígido ou desajeitado. 

👉Os reflexos são anormais. Há mais reflexos nas articulações, mas pode haver perda do reflexo faríngeo;

👉Alguns pacientes têm problemas para controlar o choro ou o riso, estado chamado de "incontinência emocional".

👉Exames de sangue, para descartar outras doenças;

👉Teste respiratório, para verificar se os músculos do pulmão foram afetados;

👉Tomografia computadorizada;

👉Ressonância magnética da coluna cervical, para garantir que não exista uma doença ou lesão no pescoço, que pode ser semelhante à ELA;

👉Eletromiografia;

👉Teste genético, se houver um histórico familiar de ELA;

👉Estudos de condução nervosa;

👉Testes de deglutição;

👉Punção lombar.

Tratamento
 

👉A cura ainda não existe, porém o MS dispõe de uma medicação por nome de riluzol que é distribuído gratuitamente por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).


O riluzol reduz a velocidade de progressão da doença e prolonga a vida do paciente.

O tratamento, portanto, visa desacelerar a progressão da doença, impedir suas complicações e melhorar a qualidade de vida.

A fisioterapia, apoio psicológico, fonoaudiólogo e nutricional são essenciais para se atingir estes objetivos.

O Ministério da Saúde oferece ainda Práticas Integrativas e Complementares, como cuidados paliativos terapêuticos, ajudando na promoção, prevenção e tratamento de doenças crônicas ou raras, como ELA. Essas práticas possuem recursos tecnológicos simplificados e potentes, que podem contribuir ao longo de todo o tratamento, tanto para o paciente quanto para os familiares.

Os cuidados paliativos são uma abordagem de tratamento que promove a qualidade de vida de pacientes que enfrentam doenças que ameacem a continuidade de vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento. Estão previstos nos cuidados paliativos tratamentos para dor e outros problemas de natureza física, psíquica, espiritual e social.

Reabilitação

No âmbito da reabilitação, a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) pode englobar medidas relacionadas à dor, prevenção de contraturas musculares e articulares fixas com uso de órteses, tratamento das dificuldades da fala, da deglutição, dificuldades respiratórias e suporte familiar. Esses tratamentos podem ser feitos nos Centros Especializados em Reabilitação do SUS.

O acompanhamento na reabilitação é baseado em avaliações multidisciplinares das necessidades e capacidades das pessoas com deficiência, incluindo dispositivos e tecnologias assistivas, e com foco na produção da autonomia e o máximo de independência em diferentes aspectos da vida. 

O processo de reabilitação tem o objetivo de melhorar a funcionalidade e promover a inclusão social das pessoas com deficiência em seu ambiente social, por meio de medidas de prevenção da perda funcional, de redução do ritmo da perda funcional, da melhora ou recuperação da função; da compensação da função perdida; e da manutenção da função atual.

Complicações
  • Aspiração de comida ou líquido;
  • Perda da capacidade de cuidar de si mesmo;
  • Insuficiência pulmonar;
  • Pneumonia;
  • Escaras (úlceras de pressão);
  • Perda de peso acentuada;
  • Incapacidade de respirar sozinho;
  • Incapacidade de engolir;
  • Incapacidade de falar;
  • Morte.

Prevenção

Infelizmente, não existem evidências na literatura médica e científica mundial formas de prevenir a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).



09 março 2020

Meningite


Meningite é uma inflamação aguda das membranas protetoras que revestem o cérebro e a medula espinal, denominadas coletivamente por meninges.

Causas

A meningite de origem infecciosa pode ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas.

Existem muitos tipos de bactérias que podem causar meningite. As principais causas no Brasil são:
  • Neisseria meningitidis (meningococo);
  • Streptococcus pneumoniae (pneumococo);
  • Haemophilus influenzae;
  • Mycobacterium tuberculosis;
  • Streptococcus sp., especialmente os do Grupo B;
  • Listeria monocytogenes;
  • Escherichia coli;
  • Treponema pallidum;
  • Entre outras

As causas mais comuns de meningite bacteriana variam de acordo com o grupo etário:

👉Recém-nascidos: Streptococcus do grupo B, Streptococcus pneumoniae, Listeria monocytogenes, Escherichia coli.

👉Bebes e crianças: Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae, Streptococcus do grupo B.

👉Adolescentes e adultos jovens: Neisseria meningitidis, Streptococcus pneumoniae.

👉Idosos: Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae, Streptococcus do grupo B, Listeria monocytogenes.

Os principais agentes virais que podem causar meningite são:

⤷Enterovírus não-pólio (tais como os vírus Coxsackie, e Echovírus);

⤷Vírus do grupo Herpes (incluindo o herpes simplex, o vírus da varicela zoster, Epstein-Barr e Citomegalovírus);

⤷Arbovírus (tais como dengue, Zika, Chikungunya, febre amarela, e o vírus da febre do Nilo Ocidental);

⤷Vírus do Sarampo;

⤷Vírus da Caxumba;

⤷Adenovírus;

⤷Entre outros.

Por Fungos:

  • Cryptococcus neoformans;
  • Cryptococcus gatti;
  • Candida albicans;
  • Candida tropicalis;
  • Histoplasma capsulatum;
  • Paracoccidioides brasiliensis;
  • Aspergillus fumigatus.

Por Protozoários
  • Toxoplasma gondii;
  • Trypanosoma cruzi;
  • Plasmodium sp.

Por Helmintos

  • Infecção larvária da Taenia solium;
  • Cysticercus cellulosae (Cisticercose);
  • Angyostrongylus cantonensis.

Sintomas

Meningite bacteriana

Os sintomas da meningite incluem início súbito de febre, dor de cabeça e rigidez do pescoço. Muitas vezes há outros sintomas, como:

→Mal estar;
→Náusea;
→Vômito;
→Fotofobia (aumento da sensibilidade à luz);
→Status mental alterado (confusão).

Com o passar do tempo, alguns sintomas mais graves de meningite bacteriana podem aparecer, como: convulsões, delírio, tremores e coma.

Em recém-nascidos e bebês, alguns dos sintomas descritos acima podem estar ausentes ou difíceis de serem percebidos. O bebê pode ficar irritado, vomitar, alimentar-se mal ou parecer letárgico ou irresponsivo a estímulos. Também podem apresentar a fontanela (moleira) protuberante ou reflexos anormais.

Na septicemia meningocócica (também conhecida como meningococemia) que é uma infecção na corrente sanguínea causada pela bactéria Neisseria meningitidis, além dos sintomas descritos acima, podem aparecer outros como:
  • Fadiga;
  • Mãos e pés frios;
  • Calafrios;
  • Dores severas ou dores nos músculos, articulações, peito ou abdômen (barriga);
  • Respiração rápida;
  • Diarreia;
  • Manchas vermelhas pelo corpo.

Meningite viral

Os sintomas iniciais da meningite viral são semelhantes aos da meningite bacteriana. No entanto, a meningite bacteriana é geralmente mais grave.
  • Febre;
  • Dor de cabeça;
  • Rigidez no pescoço;
  • Náusea;
  • Vômito;
  • Falta de apetite;
  • Irritabilidade;
  • Sonolência ou dificuldade para acordar do sono;
  • Letargia (falta de energia);
  • Fotofobia (aumento da sensibilidade à luz).

Em recém-nascidos e bebês, alguns dos sintomas descritos acima podem estar ausentes ou difíceis de serem percebidos. O bebê pode ficar irritado, vomitar, alimentar-se mal ou parecer letárgico (falta de energia) ou irresponsivo a estímulos. Também podem apresentar a fontanela (moleira) protuberante ou reflexos anormais.

Meningite de parasitas

Tal como acontece com a meningite causada por outras infecções, as pessoas que desenvolvem este tipo de meningite podem apresentar dores de cabeça, rigidez no pescoço, náuseas, vômitos, fotofobia (sensibilidade à luz) e/ou estado mental alterado (confusão).

Meningite por fungos

Os sinais e sintomas de meningite fúngica são parecidos com os causados por outros tipos de agentes etiológicos, como segue: febre, dor de cabeça, rigidez no pescoço, náusea, vômitos, fotofobia (sensibilidade à luz), e status mental alterado (confusão).

Transmissão

A transmissão varias de acordo o tipo.

Meningite Bacteriana

Geralmente, as bactérias que causam meningite bacteriana se espalham de uma pessoa para outra por meio das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. Já outras bactérias podem se espalhar por meio dos alimentos, como é o caso da Listeria monocytogenes e da Escherichia coli.
É importante saber que algumas pessoas podem transportar essas bactérias dentro ou sobre seus corpos sem estarem doentes. Essas pessoas são chamadas de “portadoras”. A maioria dessas pessoas não adoece, mas ainda assim pode espalhar as bactérias para outras pessoas.

Meningite Viral

As meningites virais podem ser transmitidas de diversas maneiras a depender do vírus causador da doença.
No caso dos Enterovírus, a contaminação é fecal-oral, e os vírus podem ser adquiridos por contato próximo (tocar ou apertar as mãos) com uma pessoa infectada; tocar em objetos ou superfícies que contenham o vírus e depois tocar nos olhos, nariz ou boca antes de lavar as mãos, trocar fraldas de uma pessoa infectada, depois tocar nos olhos, nariz ou boca antes de lavar as mãos, beber água ou comer alimentos crus que contenham o vírus. Já os Já os Arbovírus são transmitidos por meio de picada de mosquitos contaminados.

Fungos

A meningite fúngica não é transmitida de pessoa para pessoa. Geralmente os fungos são adquiridos por meio da inalação dos esporos (pequenos pedaços de fungos) que entram nos pulmões e podem chegar até as meninges (membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal). Alguns fungos encontram-se em solos ou ambientes contaminados com excrementos de pássaros ou morcegos.
Já um outro fungo, chamado Cândida, que também pode causar meningite, geralmente é adquirido em ambiente hospitalar.

Parasitas

Os parasitas que causam meningite não são transmitidos de uma pessoa para outra, e normalmente infectam animais e não pessoas. As pessoas são infectadas pela ingestão de produtos ou alimentos contaminados que tenha a forma ou a fase infecciosa do parasita.

Diagnóstico

Exame Clinico;

→O sinal de Kernig pode ser avaliado deitando a pessoa de costas, com a anca e joelho flectidos 90º. Numa pessoa com sinal de Kernig positivo, a dor limita a extensão excessiva do joelho. 

→Um sinal de Brudziński positivo ocorre quando a flexão do pescoço causa a flexão involuntária do joelho e anca. Embora estes sinais sejam geralmente usados no diagnóstico de meningite, são de sensibilidade limitada; ou seja, nem sempre ocorrem. No entanto, são muito específicos para a meningite, o que significa que raramente ocorrem em outras doenças. 
Exames laboratoriais são solicita imediatamente para detectar marcadores da inflamação.

  • Proteína C - reativa,
  • Hemograma completo);
  • Hemocultura.
  • LCR - Exame mais importante para o diagnóstico definitivo da meningite, obtido por punção lombar.
  • Exame quimiocitológico do líquor;
  • Bacterioscopia direta (líquor);
  • Cultura (líquor, sangue, petéquias ou fezes);
  • Contra-imuneletroforese cruzada – CIE (líquor e soro);
  • Aglutinação pelo látex (líquor e soro).
O aspecto do líquor, embora não considerado um exame, funciona como um indicativo. O líquor normal é límpido e incolor, como “água de rocha”.
Nos processos infecciosos, ocorre o aumento de elementos figurados (células), causando turvação, cuja intensidade varia de acordo com a quantidade e o tipo desses elementos.

Tratamento

A meningite é uma emergência médica potencialmente fatal. Quando não é tratada atempadamente, a taxa de mortalidade é elevada e a demora no tratamento está associada a um prognóstico menos favorável.

Meningites bacterianas, faz-se uso de antibioticoterapia em ambiente hospitalar;

Meningites virais, na maioria dos casos, não se faz tratamento com medicamentos antivirais. Em geral as pessoas são internadas e monitoradas quanto a sinais de maior gravidade, e se recuperam espontaneamente. Porém alguns vírus como herpes vírus e influenza podem vir a provocar meningite com necessidade de uso de antiviral específico. A devida conduta sempre é determinada pela equipe médica que acompanha o caso.

Meningites fúngicas o tratamento é mais longo, com altas e prolongadas dosagens de medicação antifúngica, escolhida de acordo com o fungo identificado no organismo do paciente. A resposta ao tratamento também é dependente da imunidade da pessoa, e pacientes com história de HIV/AIDS, diabetes, câncer e outras doenças imunodepressoras são tratados com maior rigor e cuidado pela equipe médica.

Meningites por parasitas, tanto o medicamento contra a infecção como as medicações para alívio dos sintomas são administrados por equipe médica em paciente internado. Nestes casos, os sintomas como dor de cabeça e febre são bem fortes, e assim a medicação de alívio dos sintomas se faz tão importante quanto o tratamento contra o parasita.

Prevenção

A meningite é uma síndrome que pode ser causada por diferentes agentes infecciosos. Para alguns destes, existem medidas de prevenção primária, tais como vacinas e quimioprofilaxia.

Vacinas disponíveis no calendário de vacinação da criança do Programa Nacional de Imunização:

➜Vacina meningocócica conjugada sorogrupo C: protege contra a Doença Meningocócica causada pelo sorogrupo C;

➜Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite;

➜Pentavalente: protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo b, como meningite, e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B;

➜BCG: protege contra as formas graves da tuberculose.