Trauma
facial trata-se de qualquer ferimento físico localizado na face, podendo
afetar, consecutivamente, sua pele, gordura, músculos, nervos e ossos e, nos
casos mais graves, se associar a dano cerebral. O trauma facial pode acarretar
em perda de sensibilidade na pele, cicatrizes anti-estéticas, retrações, lesões
na visão, dificuldade na respiração, paralisia facial e perdas dentárias.
O trauma é um problema mundial de saúde
pública. As lesões por trauma intencional ou acidental afetam crianças,
adolescentes, adultos jovens e idosos são as principais causas de morte entre
pacientes de 1 a 44 anos e a quarta maior causa considerando-se todas as faixas
etárias. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), as lesões em
cabeça e face podem representar metade das mortes traumáticas.
Considerações
anatômicas
O tipo de fratura do esqueleto facial e sua
extensão são determinados por fatores anatômicos de forma, tamanho, densidade
das estruturas ósseas e suas relações com cavidades ósseas, estruturas
musculares e tecido mole que o reveste. Isso vai influenciar no maior ou menor
deslocamento dos segmentos fraturados ou proteção da estrutura óssea.
➡A cabeça é constituída pelos ossos do crânio
e ossos da face.
➡O crânio ou neurocrânio, como é chamado, delimita a cavidade craniana, local onde se encontra o encéfalo e as meninges, estruturas do Sistema Nervoso Central (SNC). É constituído pelos ossos:
➡O crânio ou neurocrânio, como é chamado, delimita a cavidade craniana, local onde se encontra o encéfalo e as meninges, estruturas do Sistema Nervoso Central (SNC). É constituído pelos ossos:
Frontal,
Parietais, Temporais, Esfenoide, Etmoide e Occipital.
O
arcabouço facial, viscerocrânio, constitui-se pelos ossos:
Mandíbula,
Vômer, Conchas nasais inferiores, Lacrimais, Nasais, Zigomáticos (ou malares),
Palatinos, Maxilas e osso hioide.
Ossos
da face
Mandíbula
- é
um osso ímpar e móvel, articula-se com os temporais através dos côndilos,
formando a articulação têmporo-mandibular (ATM). A mandíbula consta de um
corpo, em forma de ferradura, que apresenta os alvéolos da arcada dentária
inferior, e dois ramos, continuação do corpo numa angulação conhecida como
ângulo da mandíbula. O ramo da mandíbula apresenta um côndilo, que se articula
com a fossa mandibular do temporal, e um processo coronóide; entre o côndilo e
o processo coronóide há uma incisura mandibular.
Vômer - é um pequeno osso
situado na face inferior do crânio, onde se articula com o osso esfenoide;
possui uma lâmina que, juntamente com a lâmina perpendicular do osso etmoide,
concorre para a formação do septo nasal ósseo.
Conchas
nasais inferiores -
são ossos independentes, laminares, situados na cavidade nasal, podem ser
observadas através da abertura piriforme do nariz.
Lacrimais
-
estão situados na parte anterior da parede medial da órbita, e delimitam a
fossa do saco lacrimal, que se continua no canal naso-lacrimal, que se abre no
meato inferior da cavidade nasal.
Nasais
- os
ossos nasais, direito e esquerdo, articulam-se entre si no plano mediano,
formam o esqueleto ósseo de parte do dorso do nariz.
Zigomáticos
(ou malares) -
os ossos zigomáticos, direito e esquerdo, são duas massas ósseas salientes que
formam as proeminências da face; através do seu processo temporal do osso
zigomático, que se articula com o processo zigomático do osso temporal, forma o
arco zigomático; limitam a órbita juntamente com a maxila.
Palatinos
- direito e esquerdo,
são dois pequenos ossos em forma de L, com uma lâmina horizontal e outra,
lâmina vertical, localizados atrás das maxilas e anteriormente aos processos
pterigóides do osso esfenoide, participam da delimitação das cavidades bucal,
nasal e orbitária.
Maxilas
-
direita e esquerda, ocupam quase toda a face, formando o maxilar. Cada maxila
apresenta um corpo, um processo frontal, que se articula com o osso frontal, um
processo palatino que, juntamente com a lâmina horizontal do osso palatino,
forma o palato duro; processo alveolar, em cujos alvéolos estão implantados os
dentes, e um processo zigomático.
Osso
hioide -
é um osso pequeno, em forma de ferradura, ímpar, e não pertence nem ao crânio
nem à face, estando situado na região do pescoço, abaixo da mandíbula e acima
da cartilagem tireoide da laringe.
Classificação
- Fratura nasal;
- Fratura alvéolo dentária;
- Fratura de mandíbula;
- Terço médio da face.
➠Fratura naso-orbitoetmoidal - A fratura
ocorre quando há o envolvimento da estrutura nasal, da maxila e órbita. São
fraturas complexas e necessitam de cirurgia sob anestesia geral para redução e
fixação das fraturas. Geralmente, ocorre em trauma de alto impacto e muitas
vezes há fraturas e lesões concomitantes em outras partes do corpo.
➠Fratura do zigoma.
Os danos do tecido mole incluem:
- Abrasão dentária;
- Lacerações;
- Extirpação, contusão e outros.
➠Em fraturas faciais, os ossos mais acometidos
são geralmente os ossos nasais, enquanto que o arco zigomático se encontra em
segundo lugar e o osso frontal o mais resistente de todos os outros.
Causas
A causa mais frequente de fraturas e
ferimentos faciais graves ainda São:
→Acidente automobilístico;
→Acidente automobilístico;
→Ferimentos por arma de fogo;
→Ferimento por arma branca;
→Agressões Físicas,
→Acidentes domésticos (quedas em escadas, jardins,
colégio, praça, etc.),
→Acidentes no trabalho e trauma esportivo.
Recém-nascidos podem sofrer fraturas nasais
em seus partos por conta da força na expulsão ou por conta do uso de fórceps.
Os segmentos da população mais afetados são
os adolescentes e os adultos jovens.
Sinais
e sintomas
As fraturas dos ossos faciais, como em outras
fraturas, podem estar relacionadas a dor e inchaço dos tecidos circundantes
(tais sintomas podem ocorrer na ausência de fraturas também).
➪Fraturas nasais, na base do crânio ou na
maxila podem estar associadas a hemorragias profusas.
➪Deformidades na face, como um osso malar
(zigomático) afundado ou dentes que não estão alinhados corretamente, sugerem a
presença de fraturas.
➪Assimetrias podem sugerir a fraturas faciais
ou danos a determinados nervos do rosto. Sujeitos com fraturas mandibulares
possuem, frequentemente, dores e dificuldades em abrir e fechar a boca, e podem
ter dormência no lábio e no queixo.
➪Comumente, a pessoa que está com trauma
facial sente dor na região frontal, hipoestesia na região do supratroclear,
epistaxe e rinoliquorragia, isto é, laceração da dura.
Diagnóstico
O diagnóstico de fraturas faciais é
basicamente clínico, com uma avaliação da história do trauma do paciente,
através do mesmo ou por familiares e amigos.
- Através de palpação e inspeção procurando sinais de trauma;
- Assimetria facial;
- Afundamento da face;
- Hemorragia subconjuntival;
- Observar deslocamentos e movimentações ósseas e edemas.
- Exames por Imagens:
- RX;
- Tomografia computadorizada;
- Ressonância magnética.
Prevenção
- Uso o cinto de segurança;
- Uso de "airbag";
- Fazer o uso do capacete;
- O uso de equipamentos de proteção adequados na pratica esportiva;
- Obedecer às normas de segurança no trabalho.
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