20 fevereiro 2020

Condiloma acuminado (Papilomavírus Humano - HPV)

O condiloma acuminado é uma doença sexualmente transmissível, causada pelo vírus HPV. A infecção se caracteriza pela presença de verrugas com aspecto de couve-flor na vulva, vagina, colo do útero, ânus, reto, pênis, boca e garganta.

O condiloma acuminado, conhecido, crista de galo, figueira ou cavalo de crista. Atualmente, existem mais de 200 tipos de HPV - alguns deles podendo causar câncer, principalmente no colo do útero e do ânus.

Os HPV são divididos em dois grupos de acordo com o potencial oncogênico:


Formas de Transmissão

A transmissão do HPV se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada. A principal forma de transmissão é pela via sexual, que inclui:
  • Contato oral-genital, 
  • Genital-genital ou mesmo manual-genital. 

Portanto, o contágio com o HPV pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal. Como também pode haver transmissão durante o parto.

Como muitas pessoas infectadas pelo HPV não apresentam sinais ou sintomas, elas não sabem que têm o vírus, mas podem transmiti-lo.

Sinais e Sintomas

A infecção pelo HPV não apresenta sintomas na maioria das pessoas. Em alguns casos, o HPV pode ficar latente de meses a anos, sem manifestar sinais (visíveis a olho nu), ou apresentar manifestações subclínicas (não visíveis a olho nu).

→A diminuição da resistência do organismo pode desencadear a multiplicação do HPV e, consequentemente, provocar o aparecimento de lesões. A maioria das infecções em mulheres (sobretudo em adolescentes) tem resolução espontânea, pelo próprio organismo, em um período aproximado de até 24 meses.

→As primeiras manifestações da infecção pelo HPV surgem, aproximadamente, entre dois e oito meses, mas pode demorar até 20 anos para aparecer algum sinal da infecção. 

→As manifestações costumam ser mais comuns em gestantes e em pessoas com imunidade baixa.

Lesões clínicas – Apresentam-se como verrugas na região genital e no ânus (denominadas tecnicamente condilomas acuminados e popularmente conhecidas como "crista de galo", "figueira" ou "cavalo de crista"). 
Podem ser únicas ou múltiplas, de tamanho variável, achatadas ou papulosas (elevadas e sólidas). 

Em geral, são assintomáticas, mas pode haver coceira no local. Essas verrugas, normalmente, são causadas por tipos de HPV não cancerígenos.

Lesões subclínicas (não visíveis ao olho nu) – Podem ser encontradas nos mesmos locais das lesões clínicas e não apresentam sinais/sintomas. As lesões subclínicas podem ser causadas por tipos de HPV de baixo e de alto risco para o desenvolvimento de câncer.

→Podem acometer vulva, vagina, colo do útero, região perianal, ânus, pênis (geralmente na glande), bolsa escrotal e/ou região pubiana.

→Menos frequentemente, podem estar presentes em áreas extragenitais, como conjuntivas e mucosas nasais, oral e laríngea.

→Mais raramente, crianças que foram infectadas no momento do parto podem desenvolver lesões verrucosas nas cordas vocais e laringe (Papilomatose Respiratória Recorrente).

Diagnóstico

Exames clínicos e laboratoriais, dependendo do tipo das lesões (clínicas ou subclínicas).

Lesões clínicas
  • Exame clínico urológico (pênis);
  • Ginecológico (vulva/vagina/colo uterino);
  • Anal (ânus e região perianal);
  • Dermatológico (pele).
Lesões subclínicas
  • Exames laboratoriais:
  • Exame preventivo Papanicolau (citopatologia),
  • Colposcopia,
  • Peniscopia;
  • Anuscopia;
  • Histopatologia.
Tratamento

O tratamento das verrugas genitais deve ser individualizado, dependendo da extensão, quantidade e localização das lesões.

➥Medicamentosos;
➥Cauterização elétrica (queimar as lesões);
➥Crioterapia (congelar as lesões);
➥Aplicação de laser;
➥Cirurgia.

Em alguns casos, também podem ser usados medicamentos imunomoduladores, que atuam no sistema imunológico e ajudam a combater o vírus HPV, causador da doença.

O condiloma nem sempre tem cura definitiva, uma vez que não existe um medicamento capaz de eliminar completamente o HPV do organismo. Por isso, o objetivo do tratamento é eliminar as verrugas. Mesmo assim, as lesões podem voltar a aparecer em cerca de 25% dos casos, já que o HPV continua circulante.

Se o condiloma afetar o colo do útero, o tratamento na fase inicial normalmente é feito com cauterização. Além de eliminar as verrugas, o objetivo do tratamento nesses casos é evitar que a infecção pelo HPV evolua para câncer.

Prevenção

↳Vacinação

Vacinar-se contra o HPV é a medida mais eficaz para se prevenir contra a infecção. A vacina é distribuída gratuitamente pelo SUS e é indicada para:

👉Meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos;
👉Pessoas que vivem HIV na faixa etária de 9 a 26 anos;
👉Pessoas transplantadas na faixa etária de 9 a 26 anos;

Lembrado que a vacina não é um tratamento e não apresenta eficácia contra infecções ou lesões por HPV já existentes. A vacina não previne infecções por todos os tipos de HPV, mas é focada para os tipos mais frequentes: 6, 11, 16 e 18.

↳Exame preventivo

O câncer do colo do útero é causado principalmente pela infecção persistente por alguns tipos do vírus HPV. 

O exame preventivo, também chamado de colpocitologia oncótica cervical ou Papanicolau, é o exame ginecológico preventivo mais comum para identificar lesões precursoras de câncer do colo do útero.

Esse exame ajuda a detectar células anormais no revestimento do colo do útero, que podem ser tratadas antes de se tornarem câncer. O exame não é capaz de diagnosticar a presença do HPV; no entanto, é considerado o melhor método para detectar o câncer do colo do útero e suas lesões precursoras.

Quando essas alterações que antecedem o câncer são identificadas e tratadas, é possível prevenir 100% dos casos. Por isso, é muito importante que as mulheres façam o exame de Papanicolau regularmente, mesmo que estejam vacinadas contra HPV.

↳Preservativo

O uso de preservativo (camisinha) nas relações sexuais é outra importante forma de prevenção do HPV. Porém, o seu uso, apesar de prevenir a maioria das IST, não impede totalmente a infecção pelo HPV, pois muitas vezes as lesões estão presentes em áreas não protegidas pela camisinha (vulva, região pubiana, períneo ou bolsa escrotal). A camisinha feminina, que cobre também a vulva, é mais eficaz para evitar a infecção, se utilizada desde o início da relação sexual.

↳Parceiro sexual

É crucial que as parcerias sexuais sejam aconselhadas e examinadas. Possa ser que a infecção inicial ter ocorrido na parceria sexual e que não apresente qualquer sinal ou sintoma. Dessa forma, faz-se necessária realizar a consulta para o casal.




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