A toxoplasmose é uma infecção causada por um
protozoário chamado “Toxoplasma Gondii”, encontrado nas fezes de gatos e outros
felinos, que pode se hospedar em humanos e outros animais. É causada pela
ingestão de água ou alimentos contaminados e é uma das zoonoses (doenças transmitidas
por animais) mais comuns em todo o mundo.
Os casos agudos são, geralmente, limitados e
com baixas incidências. A fase aguda da infecção tem cura, mas o parasita
persiste por toda a vida da pessoa e pode se manifestar ou não em outros
momentos, com diferentes tipos de sintomas. Quanto à infecção crônica, a taxa
de incidência é baixa até os cinco anos de idade e começa a aumentar a partir
dos 20.
Sintomas
A maioria das pessoas infectadas pela
primeira vez não apresenta sintomas e, por isso, não precisam de tratamentos
específicos. A doença em outros estágios, no entanto, pode trazer complicações,
como sequelas pela infecção congênita (gestantes para os filhos), toxoplasmose
ocular e toxoplasmose cerebral em pessoas que têm o sistema imunológico
enfraquecido, como transplantados, pacientes infectados com o HIV ou em
tratamento oncológico.
Os sintomas da toxoplasmose são variáveis e
associados ao estágio da infecção, (agudo ou crônico).
Os sintomas normalmente são leves, similares
à gripe, dengue e podem incluir dores musculares e alterações nos gânglios
linfáticos.
Pessoas com baixa imunidade: podem apresentar
sintomas mais graves, incluindo:
- Febre,
- Dor de cabeça,
- Confusão mental,
- Falta de coordenação e convulsões.
Gestantes: mulheres infectadas
durante a gestação podem ter abortamento ou nascimento de criança com
icterícia, macrocefalia, microcefalia e crises convulsivas.
Toxoplasmose
Congênita dos
recém-nascidos infectados, cerca de 85% dos casos não apresentam sinais
clínicos evidentes ao nascimento.
No entanto, essas crianças podem indicar
alterações como:
- Restrição do crescimento intrauterino;
- Prematuridade;
- Anormalidades visuais e neurológicas.
Sequelas tardias são mais frequentes na
toxoplasmose congênita não tratada. Há casos relatados de surgimento de
sequelas da doença, não diagnosticadas previamente, ocorrendo apenas na adolescência
ou na idade adulta.
Os recém-nascidos que apresentam
manifestações clínicas podem ter sinais no período neonatal ou nos primeiros
meses de vida. Esses casos costumam ter, com mais frequência, sequelas graves, tais
como:
- Acometimento visual em graus variados,
- Retardo mental,
- Anormalidades motoras e surdez.
As sequelas são ainda mais frequentes e mais
graves nos RN que já apresentam sinais ao nascer, com:
- Acometimento visual em graus variados,
- Retardo mental,
- Crises convulsivas,
- Anormalidades motoras e surdez
.
Transmissão
As principais vias de transmissão da toxoplasmose
são:
➨Via oral (ingestão de alimentos e água
contaminados);
➨Congênita (transmitido de mãe para filho
durante gestação), sendo raros os casos de transmissão por inalação de
aerossóis contaminados, inoculação acidental, transfusão sanguínea e
transplante de órgãos.
É
importante saber que o contato com gatos não causa a doença. O perigo está no
contato com as fezes contaminadas do felino e no consumo de água contaminada e
alimentos mal lavados ou mal cozido.
Tratamento
A toxoplasmose normalmente evolui sem
sequelas em pessoas com boa imunidade, desta forma não se recomenda tratamento
específico, apenas tratamento para combater os sintomas. Pacientes com
imunidade comprometida ou que já tenham desenvolvido complicações da doença
(cegueira, diminuição auditiva) são encaminhados para acompanhamento médico
especializado.
O tratamento e acompanhamento da doença estão
disponíveis, de forma integral e gratuita, pelo Sistema Único de Saúde. Em caso
de toxoplasmose na gravidez, é importante o acompanhamento no pré-natal e a
pratica das orientações que forem repassadas pelas equipes de saúde.
Diagnóstico
O diagnóstico da toxoplasmose é baseado,
principalmente, em exames de sangue. Em alguns casos, pode ser necessário
combinar outros tipos de exames laboratoriais para uma avaliação mais
detalhada.
Contaminação por água e alimentos: a
confirmação de casos de toxoplasmose decorrentes de surtos de transmissão por
água ou alimentos deve ser feita, necessariamente, por critério laboratorial
específico a partir dos resultados dos exames de sangue, uma vez que a doença é
comum em diversas regiões.
Adquirida
ou congênita:
É diagnosticada principalmente pela
identificação de anticorpos específicos contra o parasito. A sorologia é
sensível, específica e possível de ser realizada em laboratórios de menor
complexidade. Em situações de surto, a identificação do vínculo de casos à
fonte de transmissão deve ser feita criteriosamente, considerando sempre os
achados laboratoriais que indicam o tempo provável da infecção.
Durante a investigação de surtos, o
diagnóstico laboratorial deve ser feito por exames realizados nos Laboratórios
Centrais de Saúde Pública, Laboratórios de Referência Regional ou Nacional ou
Centros Colaboradores do Ministério da Saúde. Na ausência de surtos, a
confirmação dos casos de toxoplasmose deve ocorrer por meio de avaliação
clínica em conjunto com exames laboratoriais realizados de acordo com avaliação
e recomendações médicas.
Prevenção
A principal medida de prevenção da
toxoplasmose é a promoção de ações de educação em saúde, principalmente em
mulheres que estão em idade fértil e pessoas com imunidade comprometida. É
fundamental manter uma higiene alimentar. Saiba mais sobre as medidas de
prevenção e controle que devem ser adotados para evitar a infecção por
toxoplasmose.
Alimentos
de origem animal
➥Cortes inteiros de carne de porco, cordeiro,
vitela ou vaca a pelo menos 65,6 °C, com 3 minutos de repouso após o cozimento;
carne moída e carne de caça selvagem a 71,1º C e aves a 73,9º C;
➥O cozimento de microondas não é confiável
para matar o protozoário;
➥Congelamento de carne a uma temperatura
interna de -12º C;
➥Evite a contaminação cruzada para outros
alimentos, lavando as mãos completamente após o manuseio de carnes cruas ou
frutos do mar, assim como as tábuas de corte, pratos, bancadas e utensílios;
Frutos do mar, incluindo mariscos, devem ser
bem cozidos;
➥Evite comer qualquer carne crua ou malpassada
e carne crua curada;
➥Evite beber leite não pasteurizado e produtos
lácteos feitos com leite não pasteurizado.
Em situações de surto, deve-se identificar e
retirar, imediatamente, o alimento contaminado dos locais de produção e
distribuição, para interromper a cadeia de transmissão e evitar a ocorrência de
novos casos.
Em todos os casos, deve-se orientar que os
pacientes não utilizem medicamentos sem indicação médica e procurem atendimento
para realizar o tratamento adequado.
Frutas
e verduras
➨Lave bem as frutas e legumes corretamente e
com água adequadamente tratada antes de comê-las, antes mesmo de descascar;
➨Limpe as superfícies de cozimento e os
utensílios após contato com frutas ou legumes não lavados;
➨A lavagem adequada de verduras, frutas e
legumes inclui a escovação dos alimentos.
Em situações de surto, deve-se identificar e
retirar, imediatamente, o alimento contaminado dos locais de produção e
distribuição, para interromper a cadeia de transmissão e evitar a ocorrência de
novos casos.
Em todos os casos, deve-se orientar que os
pacientes não utilizem medicamentos sem indicação médica e procurem atendimento
para realizar o tratamento adequado.
Água
👉Consumo de água tratada: uma das principais
formas de prevenção da doença é consumir água que tenha recebido o devido
tratamento. Por isso, é essencial dar preferência ao consumo de água 100%
potável;
👉Fervura da água: antes de consumir a água é
indicado o uso de filtros e a fervura, por 5 minutos, como tratamento
adicional, principalmente em situações de surto da doença;
👉Limpeza de caixas de água: é importante
realizar periodicamente a limpeza de reservatórios e caixa d’águas para a
manutenção da potabilidade da água, assim como se deve manter a caixa-d’água
bem vedada para minimizar os riscos de contaminação.
Em situações de surto, deve-se identificar e
retirar, imediatamente, o alimento contaminado dos locais de produção e
distribuição, para interromper a cadeia de transmissão e evitar a ocorrência de
novos casos.
Em todos os casos, deve-se orientar que os
pacientes não utilizem medicamentos sem indicação médica e procurem atendimento
para realizar o tratamento adequado.
Meio
ambiente
→Cobrir as caixas de areia das crianças quando
não estiverem jogando para evitar que os gatos as utilizem;
→Não alimente gatos com carne crua ou
malpassada;
→Mude a caixa de areia dos gatos de estimação
diariamente;
→Mulheres grávidas e indivíduos com baixa imunidade
devem evitar manusear as caixas de areia;
→Se não houver mais ninguém disponível para
trocar a areia, use, se possível, máscaras faciais e luvas, além de lar bem as
mãos com sabão e água tratada adequadamente;
→As mulheres grávidas e os indivíduos com
baixa imunidade devem usar luvas ao jardinar;
→A indústria da carne deve continuar
empregando boas práticas de produção, como manter gatos e roedores fora das
áreas de produção de alimentos e usar fontes de água com qualidade e
adequadamente tratadas para os animais;
→A indústria agrícola deve empregar boas
práticas de produção para reduzir a contaminação.
Em situações de surto, deve-se identificar e
retirar, imediatamente, o alimento contaminado dos locais de produção e
distribuição, para interromper a cadeia de transmissão e evitar a ocorrência de
novos casos.
Em todos os casos, deve-se orientar que os
pacientes não utilizem medicamentos sem indicação médica e procurem atendimento
para realizar o tratamento adequado.
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