29 janeiro 2020

Refluxo Gastroesofágico




O refluxo gastroesofágico ou doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) consiste no refluxo de conteúdo alimentar presente no estômago para o esôfago, normalmente com pH ácido, embora possa ser também de conteúdo biliar, neste caso chamado refluxo alcalino.

O refluxo, que contém material ácido, atinge a faringe e até a boca, provocando, tal como na pirose, ardor, queimação, mal estar e em casos extremos a morte.

Sinais e sintomas

O sintoma mais comum é a azia (sensação de queimor retroesternal e epigástrica,subir até à garganta) e sensação de regurgitação.
➡Tosse seca crônica;
➡Sibilos;
➡Asma e pneumonia recorrente;
➡Náusea;
➡Vômitos;
➡Dor de garganta, rouquidão ou laringite - inchaço e irritação das cordas vocais;
➡Dificuldade ou dor à deglutição;
➡Dor no peito ou parte superior do abdome;
➡Erosão dentária e mau hálito.

Fatores de risco

→Obesidade;

→Aumento da pressão intra-abdominal;

→Ingestão de alimentos como, café, chá preto, chá mate, chocolate, molho de tomate, comidas ácidas, bebidas alcoólicas e gasosas.

→Gestação - A pirose e a regurgitação aumentam durante a gestação pelo crescimento do útero e compressão do estômago;

→Hérnia de hiato Os fatores anatômicos de contensão do refluxo gastroesofágico são alterados pela presença da hérnia hiatal, principalmente nas hérnias moderadas a grandes;

→Uso de medicamentos como os antidepressivos, anti-hipertensivos ente outros aumentam a incidência de refluxos;

→Tabagismo;

→Bebidas alcoólicas;

→Refeições copiosas;

→Esforços físicos excessivo Carregar pesos e atividade física após alimentação.

Diagnóstico
  • Clinico;
  • Laboratorial;
  • Por Imagens.

➼O diagnóstico é baseado nos aspectos clínicos do pacientes.

➼A Endoscopia Digestiva Alta (EDA), método utilizado para diagnosticar as complicações da DRGE e a esofagite de refluxo (presente em 40% dos pacientes com essa patologia).

➼Para detecção do DRGE, o exame padrão ouro é a pHmetria de 24 horas.

Complicações

➩Broncoespasmo (irritação e espasmo das vias respiratórias devido ao suco gástrico) e asma;

➩Fibrose pulmonar;

➩Tosse ou rouquidão crônica;

➩Problemas dentais;

➩Úlcera esofágica;

➩Inflamação do esôfago;

➩Infecções de vias aéreas superiores como sinusite e otite;

➩Estrangulamento (um estreitamento do esôfago devido à cicatrização da inflamação);

➩Esofagite - irritação do esôfago pelo ácido refluído do estômago que danifica o seu revestimento e causa sangramento ou úlceras. Os adultos que têm esofagite crônica, durante muitos anos, são mais propensos a desenvolver alterações pré-cancerosas do esôfago;

➩Estenoses (estreitamentos) que levam a dificuldades de deglutição;

➩Esôfago de Barrett, uma condição em que o tecido que reveste o esôfago é substituído por tecido semelhante ao revestimento do intestino. Um pequeno número de pessoas com esôfago de Barrett desenvolve um tipo raro, no entanto, muitas vezes mortal de câncer do esôfago.

Imagem endoscópica de um esôfago de Barrett.
Observe a mancha de "cor salmão" da lesão causada pela exposição prolongada do esôfago ao conteúdo gástrico ácido.
   

Tratamento
  • Clinico;
  • Medicamentosos;
  • Cirurgicos.
➦Clínico é baseado na mudança do estilo e hábitos de vida, no controle da secreção de ácido pelo estômago e acelerando o esvaziamento gástrico.

➦Medicamentosos são os chamados inibidores de bomba protônica (omeprazol, lanzoprazol, rabeprazol), que diminuem muito a secreção de ácido pelo estômago e os pró-cinéticos (bromoprida, domperidona), que promovem o esvaziamento gástrico mais rápido.

➦Cirúrgico geralmente é realizado por videolaparoscopia e consiste em se confeccionar uma válvula utilizando o fundo gástrico que é costurado em volta do esôfago.

Pode-se corrigir a hérnia de hiato (quando esta estiver presente) colocando o estômago na sua posição normal e diminuindo o hiato esofágico através da crurorrafia, que é a aproximação dos músculos do pilar diafragmático.

A cirurgia só é indicada quando o paciente não se adapta às medidas comportamentais e aos medicamentos ou quando não se obtém o desaparecimento dos sintomas.

O tratamento cirúrgico deve ser individualizado caso a caso e é quase consenso diante do esôfago de Barrett.

Quase 95% dos pacientes ficam livres dos sintomas e de medicamentos com a cirurgia.


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