O fígado é um órgão de primordial importância, sendo a principal unidade de fabricação de proteínas sanguíneas, metabolismo de toxinas e medicamentos, produção de linfa e um dos responsáveis pela transformação das proteínas, dos açúcares e das gorduras que ingerimos.
Classificação
Esteatose
hepática associada ao álcool;
Esteatose
hepática não-associada ao álcool.
Causas
Não
se sabe exatamente por que alguns indivíduos desenvolvem esteatose hepática não
alcoólica, mas algumas doenças estão claramente ligadas a esse fato. Podemos
citar:
➜Consumo
de álcool - O consumo frequente de bebidas alcoólicas é a principal causa de
esteatose e esteato-hepatite;
Desnutrição;
➜Diabetes
mellitus Tipo 2 mal controlada - A resistência à insulina também estão
intimamente relacionados ao acúmulo de gordura no fígado;
➜Hepatites
virais;
➜Hepatotoxinas
como certos cogumelos alucinógenos;
➜Presença
de Klebsiella pneumoniae no intestino (é uma espécie de bactéria gram-negativa);
➜Obesidade
– Mais de 80% dos pacientes com esteatose hepática são obesos. Quanto maior o
sobrepeso, maior o risco;
➜Colesterol
elevado – Principalmente níveis altos de triglicerídeos;
➜Medicamentos;
➜Apneia
obstrutiva do sono;
➜Hipotiroidismo;
➜Cirurgias
abdominais;
➜Gravidez
- A esteatose hepática é mais comum no sexo feminino, provavelmente por ação do
estrogênio.
Fatores
de risco
- Os fatores de risco;
- Excesso de triglicerídeos;
- Excesso de colesterol LDL;
- Terceiro trimestre da gravidez;
- Grande perda de peso brusca;
- Má nutrição.
Sintomas
Essa
doença demora a apresentar sintomas que podem passar despercebido até que
surjam complicações. Nos primeiros anos, dentre os sintomas possíveis estão:
- Desconforto abdominal;
- Pequeno aumento do tamanho do fígado;
- Perda de apetite.
Alguns
pacientes com esteatose hepática queixa-se de fadiga e sensação de peso no quadrante
superior direito do abdômen. Não há evidências, entretanto, que esses sintomas
estejam relacionados ao acúmulo de gordura no fígado. Há pacientes com graus
avançados de esteatose que não apresentam sintoma algum.
O
aumento do tamanho do fígado, chamado de hepatomegalia, pode ser detectável
através do exame físico nos pacientes com esteatose mais avançada ou
esteato-hepatite. Nesses casos, a dor e o desconforto na região do fígado estão
justificados.
O
que diferencia o acúmulo de gordura benigno da esteatose hepática do acúmulo de
gordura prejudicial da esteato hepatite é a presença de inflamação no fígado. Ambas
situações não costumam causar sintomas. Clinicamente é impossível
distingui-los.
Diagnóstico
- Anamnese;
- Exames Laboratoriais;
- Exames por Imagens.
A
história clínica, exame físico e análises laboratoriais são imprescindíveis
para a avaliação do paciente. Sorologias para hepatite A, B e C são necessárias
para descartar a presença de hepatite viral.
As
análises laboratoriais servem para avaliar o grau de lesão do fígado através
das chamadas enzimas hepáticas (TGO e TGP ou AST e ALT) e de outros marcadores
de doença do fígado, como a gama GT. Na esteatose hepática, as enzimas do
fígado estão normais, enquanto na esteato-hepatite há aumento das mesmas.
Os
exames por imagem, nem sempre é possível diferenciar casos de esteatose,
principalmente em fase avançada, da esteato-hepatite.
A
ultrassonografia, consegue-se ver bem a gordura, mas não possui sensibilidade
suficiente para descartar ou confirmar a presença de inflamação no fígado, bem
como não conseguem distinguir a esteato-hepatite das outras causas de hepatite.
Graus
de esteatose hepática
Geralmente
é possível quantificar a quantidade de gordura acumulada no fígado através da
ultrassonografia.
Esteatose
hepática grau 1 (esteatose hepática
leve) quando há pequeno acúmulo de gordura;
Esteatose
hepática grau 2 quando há acúmulo
moderado;
Esteatose
hepática grau 3 quando há grande
acúmulo de gordura no fígado.
Biópsia
hepática - O único modo de se
diagnosticar uma esteato-hepatite com certeza é através da biópsia hepática.
Este procedimento costuma ser indicado apenas nos pacientes com sinais
clínicos, radiológicos e/ou laboratoriais de lesão do fígado.
O paciente com um
esteatose leve não precisa se submeter à biópsia.
Tratamento
Esta
doença não tem um tratamento específico, sendo a assim o objetivo é o foco em
tratar sua causa. Devem-se adotar medidas que conduzam à regressão e ao
desaparecimento da esteatose ou que evitem a progressão para situações mais
graves.
➡Perda
de peso;
➡Prática
de atividade física;
➡Dieta
hipocalórica;
➡Consumo
de álcool - A suspensão do consumo de álcool é extremamente necessária para
evitar que uma esteatose evolua para esteato-hepatite e cirrose hepática.
➡Doença
cardiovascular, Pacientes com esteatose hepática apresentam maior risco de
doenças cardiovasculares, por isso, o controle dos fatores de risco é essencial
para diminuir o risco de complicações cardíacas.
➡Vacinação
contra hepatite A e B.
Complicações
Quando
não tratada, ela pode evoluir para uma inflamação do fígado chamada
esteato-hepatite. 20% dos casos desta inflamação que não são tratados podem
evoluir para uma cirrose hepática, situação em que o tecido do fígado pode ser
substituído por fibroses. Se a cirrose avançar, pode ser necessário um
transplante de fígado. Além disso, a cirrose é um fator de risco comum para o
câncer de fígado (hepatocarcinoma).
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