31 julho 2015

Trauma Raquimedular (TRM)


O Trauma Raquimedular (TRM) constitui o conjunto de alterações, temporárias ou permanentes, nas funções motora, sensitiva ou autonômica, consequentes à ação de agentes físicos sobre a coluna vertebral e os elementos do sistema nervoso nela contidos.

O acometimento da coluna cervical acontece em 2/3 dos pacientes com TRM e frequentemente apresentam lesões simultâneas, como trauma torácico, abdominal e lesões vasculares do sistema vértebro-carotídeo.

Fisiopatologia

Tipos de Lesões:

Primária

→Lesão imediata ao trauma devido contusão mecânica e hemorragia.

Secundária

→Eventos bioquímicos que levam à disfunção e morte celular. Lesão Produzida por Manejo Inadequado ou pela sua severidade (Hipóxia, edema, hipotensão, compressão). 

Medula Espinhal

·         Pares de nervos se ramificam e chegam à todo o corpo; 
·         Levam impulsos sensitivos do corpo para o cérebro;
·         Levam impulsos motores de cérebro para o corpo.

Anatomia

Coluna Vertebral é composta por: 
  • 7 vértebras cervicais,
  • 12 vértebras torácicas,
  • 5 vértebras lombares,
  • 5 vértebras sacrais-Cóccix.


Principais causas de TEM
  • Acidente automobilístico e motocicleta;
  • Mergulho em água rasa; 
  • Queda de altura; 
  • FAF - Ferimento por arma de fogo;
  • Acidentes esportivos.
Lesões de coluna 
  • Fraturas por compressão de vértebras;
  • Fraturas que produzem pequenos fragmentos de ossos, que podem alojar-se no canal espinhal, próximo à medula;
  • Subluxação, que é o deslocamento parcial de vértebras do seu alinhamento normal na coluna espinhal;
  • Superestiramento ou laceração dos ligamentos e músculos, produzindo uma relação instável entre as vértebras. 
Mecanismo da Lesão
➜Hiperflexão – súbita desaceleração da cabeça e pescoço;
➜Hiperextensão – provocadas por queda, acidente automobilístico atingido por trás e golpe na cabeça.
➜Pode provocar contusão, e isquemia da medula espinhal sem comprometimento da coluna vertebral;
➜Carga axial – compressão – queda sobre os pés ou nádegas após cair ou saltar de altura.
➜A coluna vertebral é comprimida, causando fratura e LM;
➜Rotacional – torção extrema ou flexão lateral da cabeça e pescoço, fratura ou luxação das vértebras cervicais.


Avaliação neurológica da lesão medular

➠Aspectos motores;
➠Distúrbios da sensibilidade;
➠Alterações dos reflexos.

Disfunção do sistema autônomo: identificada pela perda de controle esfincteriano da bexiga/ do reto, priapismo.

Choque medular

➥Condição neurológica imediatamente após a lesão da medula espinhal;
➥A vítima pode apresentar-se sem nenhuma função motora ou sensitiva mesmo que nem toda a medula esteja lesada;
➥Permanentemente – paralisia flácida;
➥Produz flacidez, perda de reflexos e sinal de babinski.  

Nível da lesão

ü Lesões cervicais altas (C1-C2) - fratura do atlas, fratura do enforcado;
ü Lesões cervicais inferiores (C3-C8);
ü Lesões torácicas (T1-T12);
ü Lesões lombares (L1-L5);
ü Lesões sacrais ( S1-S5).

Sinais e Sintomas
·      Dor;
·      Parestesia, amortecimento ou fraqueza;
·      Dor com movimentação;
·      Dificuldade de respirar;
·      Deformidade;
·      Inchaço;
·      Paralisia ou anestesia;
·      Incontinência.

Consequência da Lesão

Paraplegia – É uma enfermidade provocada por lesão da medula, geralmente desencadeada em consequência de acidentes que ocasionam feridas e contusões sérias; pelo desenvolvimento de tumores e eclosão de infecções.

Ela pode ser completa ou incompleta, em virtude da presença ou da ausência do domínio sobre a região lesada e da capacidade de sentir estímulos na esfera periférica, ou seja, no campo inferior à contusão do paciente;
  • Paralisia de ambas as pernas;
  • Quadriplégica ou Tetraplegia – paralisia de ambos os braços e pernas;
  • Hemiplegia – paralisia do braço e perna do mesmo lado.

Complicações Precoces

Depende da gravidade da lesão

  • Mais freqüente – cervical ou torácica alta;
  • Insuficiência respiratória;
  • Choque neurogênico.

Complicações Tardias – Seqüelas neurológicas graves.

Tratamento

⇢Restaurar vias aéreas; 
⇢Ventilação adequada; 
⇢Controle de hemorragia; 
⇢Atenção ao choque medular ou neurogênico – hipotensão, bradicardia, vasodilatação; 
⇢Imobilização antes mesmo de qualquer mobilização; 
⇢Todos pacientes com suspeita de TRM devem receber O2; 
⇢Lesões cervicais e torácicas podem causar paralisia da musculatura da parede torácica e a respiração ser apenas diafragmática. 
⇢Cirúrgico. 


Referências

Delfino, HKA. Lesões traumáticas da coluna cervical. 1ª ed. Ed. Bevilacqua,2005. PHTLS. Atendimento pré-hospitalar ao traumatizado: básico e avançado. 5 ed.

GALLO, Hudak. Cuidados críticos de enfermagem: uma abordagem holística. 8ª ed., 2007, Rio de Janeiro, Guanabara Koogan.

GALLO, Hudak. Cuidados críticos de enfermagem: uma abordagem holística. 8ª ed., 2007, Rio de Janeiro, Guanabara Koogan.

Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Modulo XV – Traumas e Emergências Cirúrgicas II.
Rio de Janeiro: Comitê do PHTLS do National Association of Emergency Medical Technicans (NAEMT) em colaboração com o Colégio Americano de Cirurgiões, 2006.

SCHETTINO, Guilherme. Paciente crítico: diagnóstico e tratamento. 1ª edição, São Paulo, 2006, Manole.




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