Uma vez
que o vírus HIV invade uma célula humana, ele ficará lá para sempre, inserindo
seu genoma mortal de forma definitiva, obrigando suas vítimas a tomarem
medicamentos por toda a vida.
Porém,
pela primeira vez, pesquisadores da Filadélfia, nos EUA, descobriram uma
maneira de retirar o HIV de forma completa das células humanas.
A equipe
da Escola de Medicina da Universidade de Temple disse que a descoberta é a
primeira tentativa bem sucedida de eliminar vírus HIV-1 latentes em células
humanas.
"Este
é um passo importante no caminho para uma cura permanente para a Aids",
disse Kamel Khalili, PhD, professor e presidente do Departamento de
Neurociência da Temple. "É uma descoberta excitante, mas ainda não está
pronta para ser colocada em prática. É apenas um conceito que estamos tentando
manter na direção correta ", explicou.
Em um
estudo publicado pela revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências, o
Dr. Khalili e sua equipe detalham como eles criaram ferramentas moleculares
para excluir o DNA pró-viral do HIV-1, através da remoção total do vírus. “Uma
vez que o HIV-1 não é eliminado pelo sistema imunitário, a remoção do vírus é
necessária, a fim de curar a doença”, explica o Dr. Khalili.
Estas ferramentas
moleculares também podem servir como vacinas terapêuticas. No mundo todo, mais
de 33 milhões de pessoas têm HIV, sendo mais de 1 milhão apenas nos Estados
Unidos.
Todos os anos, mais
de 50.000 norte-americanos contraem o vírus, de acordo com os Centros dos EUA
para Controle e Prevenção de Doenças. No Reino Unido, cerca de 100.000 pessoas
viviam com HIV em 2013. Isso é, aproximadamente, uma pessoa em cada 665.
Embora a terapia
anti-retroviral altamente ativa (HAART), desenvolvida nos últimos 15 anos,
possa controlar o HIV-1 em pessoas infectadas, o vírus pode atacar novamente
com qualquer interrupção no tratamento.
"O baixo nível
de replicação do HIV-1 torna os pacientes mais propensos a sofrer de doenças
normalmente associadas ao envelhecimento", disse o Dr. Khalili. Isso
inclui a cardiomiopatia - um enfraquecimento do músculo do coração -, problemas
ósseos, renais e distúrbios cognitivos. "Estes problemas são muitas vezes
agravados pelas drogas tóxicas que devem ser tomadas para controlar o
vírus," acrescentou.
O laboratório do Dr.
Khalili desenvolveu uma cadeia de 20 nucleotídeos de gRNA para alvejar o DNA do
HIV-1. Ele é emparelhado com uma enzima chamada Cas9, utilizada para alterar o
genoma humano.
"Estamos
trabalhando em uma série de estratégias para que possamos levar a construção em
estudos pré-clínicos. Queremos erradicar cada cópia única de HIV-1 do paciente.
Isso seria a cura da AIDS”, explica o pesquisador, empolgado com uma possível
descoberta que mudaria o mundo.
Fonte: DailyMail Foto: Reprodução / DailyMail
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