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31 janeiro 2020

Placenta Prévia


Placenta prévia é uma complicação obstétrica na qual a placenta está fixada à parede uterina cobrindo parcial ou totalmente o cérvice uterino.
A placenta fica implantada, inteira ou parcialmente, no segmento inferior do útero, a partir da 22.ª semana de gestação.
Classificação quanto a sua localização como placenta acreta, increta e percreta.
  • Acreta é quando quando está inserida profundamente na decídua – camada interna do útero;
  • Increta quando chega a musculatura uterina;
  • Percreta quando ultrapassa a musculatura uterina podendo invadir até órgãos adjacentes, como a bexiga.
O acretismo placentário é uma patologia não muito frequente, afetando cerca de 1 a cada 2.500 partos. A placenta acreta é muito raramente reconhecida antes do nascimento, sendo muito difícil de ser diagnosticada. Enquanto ela pode causar algum sangramento vaginal durante o terceiro trimestre, ela é mais comumente associada com os fatores que desencadeiam a condição.
Tipos:
Existem Três tipos de placenta prévia. O tipo de placenta prévia define o tratamento mais indicado e se a mãe deve fazer uma cesárea ou poderá optar pelo parto normal.
É importante ressaltar que todos os tipos de placenta prévia podem causar hemorragia intensa em algum momento, implicando na necessidade de cesárea de emergência.

Placenta prévia completa

➡Este é o tipo mais grave, com a placenta cobrindo a totalidade do orifício interno do colo do útero. A cesárea é recomendada e, em casos graves, o bebê pode precisar nascer prematuramente.

Placenta prévia parcial

➡A placenta cobre parcialmente a abertura do colo do útero. Nesse caso, o parto vaginal ainda é possível, mas depende do quanto a placenta está cobrindo a abertura uterina. Se necessário, será feita cesárea.

Placenta prévia marginal

➡A placenta prévia marginal acontece quando a parte inferior na placenta encosta nas margens do orifício interno do colo uterino. Qualquer sobreposição durante o parto pode causar pequenos sangramentos. No entanto, partos vaginais são normalmente seguros.

Causas:

Quando ocorre a fecundação do óvulo, este apresenta 2 regiões distintas, uma que vai dar origem ao embrião e a outra que dará origem à placenta. Normalmente, a placentação ocorre na região corporal ou perto do fundo da cavidade uterina, portanto longe do orifício interno do colo uterino. Em alguns casos, essa implantação se dá na porção mais baixa da cavidade uterina, o que pode predispor à ocorrência da placenta de inserção baixa ou mesmo à placenta prévia. Não se sabe exatamente o que causa a placenta prévia. No entanto, os tipos persistentes de placenta prévia têm sido associados com:
  • Cicatrizes do revestimento do útero, como aquelas formadas em cirurgias;
  • Placentas grandes, como aquelas formadas em gestações múltiplas;
  • Mulheres que tem 35 anos ou mais durante a gravidez;
  • Histórico pessoal de placenta prévia.
Fatores de risco:
  • Idade maior que 35 anos;
  • Ter um histórico de abortos múltiplos;
  • Gravidez gemelar ou mais (como ele pode exigir a placenta para crescer mais, aumentando a sua área de superfície);
  • A fertilização in vitro;
  • Uso de drogas;
  • Cirurgias e procedimentos, como a dilatação e curetagem  e remoção de miomas uterinos;
Ter uma placenta prévia aumenta as chances de desenvolver a placenta acreta, increta ou percreta, onde os tecidos da placenta crescer muito profundamente nas paredes uterinas.

Sintomas:

É comum a placenta prévia não apresentar nenhum sintoma, sendo diagnosticada em exames de rotina. No entanto, podem acontecer alguns sinais de alerta, como:
  • Sangramento indolor, especialmente após a 20- 21 semanas é considerado os sintomas característicos mais importantes, ocorrendo em cerca de 80% de todos os casos;
  • Sangramento na gravidez, principalmente na segunda metade;
  • Sinais de trabalho de parto prematuro, como cólicas abdominais, menor dor nas costas e contrações;
  • Sangramento após relações sexuais;
  • Útero medição maior do que a sua idade gestacional;
  • Bebé restante numa posição transversal da culatra ou devido à falta de espaço no útero mais baixo devido à placenta;
No entanto, também é possível ter nenhum sintoma em tudo, com o problema a ser diagnosticada em um exame de ultra-som de rotina.

Diagnóstico:

Clínico: Clinicamente, pela anamnese, é relatada perda sanguínea por via vaginal, indolor, súbita, de cor vermelho-viva, em geral de pequena quantidade. É episódica, recorrente e progressiva. O exame obstétrico revela volume e tono uterinos normais. Habitualmente, os batimentos cardíacos fetais estão mantidos.

Ultra-sonográfico - Confirma o diagnóstico e a localização placentária. Quando o exame ultra-sonográfico não é possível, o toque não deve ser realizado (precavendo-se contra eventual perda sanguínea placentária maciça) e, de preferência, em ambiente com recursos cirúrgicos.

Tratamento:
A conduta depende dos seguintes parâmetros:
  • Tipo de localização placentária;
  • Volume de sangramento;
  • Idade gestacional e condições de vitalidade fetal.
A via de parto dependerá, além das condições maternas, do tipo de placenta prévia.
  • Nas marginais, a via preferencial é a vaginal.
  • Para as totais a indicação de cesariana, com feto vivo ou morto.
  • Para as parciais, há indicação de cesariana.
Se a placenta prévia é descoberta no início da gestação, as chances de melhorar por conta própria são altas. A posição da placenta pode mudar à medida que o útero cresce. Assim, até ao final da gravidez, a placenta pode estar no lugar correto.
Caso o diagnóstico aconteça após a vigésima semana de gravidez e não há sangramento, serão necessários alguns cuidados para evitar uma visita de emergência ao hospital:
  • Atividades extenuantes, como corrida ou levantamento de peso;
  • Evite manter relações sexuais;
  • nem coloque nada em sua vagina.
Procure ajuda se houver algum sangramento vaginal, pode ser necessária internação. Se a data prevista para o parto está próxima, pode ser feita uma cesárea de emergência, uma vez que o parto vaginal poderia perturbar a placenta e causar hemorragia grave.

Complicações possíveis
  • Sangramento vaginal grave, que pode ocorrer durante o trabalho de parto ou nas primeiras horas após o parto.
  • Parto prematuro, uma vez que hemorragias graves podem requerer cesárea de emergência.
Prevenção:

Como as causas de placenta prévia não são conhecidas, não é possível prevenir o problema. O ideal é fazer o acompanhamento pré-natal e informar qualquer  alteração ou sangramento durante a gravidez.



As Vitaminas Fundamentais na Gravidez


Manter uma alimentação saudável durante a gestação é fundamental para garantir que o bebê se desenvolva de maneira saudável enquanto ainda está dentro da sua barriga. A formação inicial de sua estrutura física e cerebral fará diferença no seu desenvolvimento a longo prazo.

Pesquisas realizadas por cientistas europeus, em um grande projeto batizado de Nutrimenthe, que estão sendo concluídas este ano, confirmam a importância de certos nutrientes para a saúde da criança. Eles acompanharam centenas de famílias na Europa para observar o desenvolvimento de seus filhos desde antes do nascimento até os 9 anos.

Os estudos concluíram que o ácido fólico (vitamina B9), recomendado pelos obstetras no primeiro trimestre de gravidez, pode reduzir a chance de problemas comportamentais na infância.
Para chegar a esse resultado, os cientistas do Centro Médico Erasmus, em Roterdã, na Holanda, observaram 4 mil crianças de 18 meses. Eles perceberam que aquelas crianças cujas mães não tomaram ácido fólico durante a gestação tiveram mais chances de desenvolver um comportamento retraído, agressivo, depressivo ou ainda ter problemas de atenção.

Outra pesquisa publicada na revista da Associação Médica Americana (JAMA) diz que o consumo diário de ácido fólico pela mulher, antes de engravidar e nas primeiras semanas de gestação, reduz em até 40% o risco de a criança apresentar autismo.

Para a cientista Cristina Campoy, uma das coordenadoras do projeto, “é importante tentar manter uma boa alimentação durante a gravidez e na primeira infância, pois a nutrição adequada pode ter um efeito positivo na performance mental, anos mais tarde”.

É possível garantir a maior parte dos nutrientes por meio de uma alimentação balanceada. Segundo o obstetra Rubens Paulo Gonçalves Filho, do Hospital Israelita Albert Einstein (SP), o único suplemento vitamínico que o médico seguramente vai receitar para quem acabou de descobrir a gravidez ou está planejando engravidar é justamente o ácido fólico devido a sua importância para a formação neural dos bebês. “Há evidências científicas de que essa vitamina precisa ser reposta, mesmo que a mulher se alimente de maneira adequada. Ela deve ser ingerida preferencialmente três meses antes de engravidar e até a 13ª semana de gestação”, explica o médico.

Rubens afirma que pesquisas recentes reforçaram a importância do consumo do óleo de peixe, rico em ômega 3, para a inteligência da criança e da manutenção de níveis adequados de vitamina D no organismo, o que diminuiria a probabilidade de o bebê nascer com baixo peso. A suplementação desses dois nutrientes, no entanto, não é consenso entre os obstetras. Em alguns casos, as gestantes são orientadas a tomar suplemento de ferro, para evitar anemia no pós-parto.

O mais importante é ter um obstetra de confiança e fazer as consultas de pré-natal. Também é papel do médico orientar a gestante sobre a dieta adequada, identificar possíveis carências nutricionais e eventualmente indicar suplementos ou encaminhá-la para um nutricionista. A grávida não deve tomar suplementos vitamínicos sem o aval do médico. Para saber mais sobre as vitaminas e onde encontrá-las, confira a lista abaixo:

VITAMINA A

Participa do desenvolvimento das células, coração, aparelho circulatório e digestivo do bebê.
Onde encontrar: Óleos de peixe, gema de ovo, frutas vermelhas e amarelas, vegetais amarelos, vermelhos e verde escuros.

COMPLEXO B

Essa família inclui as vitaminas B1, B2, B3, B6, B12 e o ácido fólico. Elas contribuem para a formação de células novas. A vitamina B6 ajuda no desenvolvimento do sistema nervoso do bebê e a B12 é importante para a produção de células vermelhas no sangue.

Onde encontrar: Vegetais, grãos integrais, carne, peixe e leite.

VITAMINA C

Essa vitamina ajuda a produzir tecidos novos, portanto é fundamental para o desenvolvimento do bebê. Além disso, ela ajuda o organismo a absorver o ferro dos alimentos.

Onde encontrar: Frutas cítricas, papaia, vegetais verdes e batatas.

VITAMINA D

É fundamental para a absorção do cálcio e para o desenvolvimento dos ossos e dentes do bebê.

Onde encontrar: Peixes de carne gordurosa, como salmão, ovos, margarina e manteiga. Mas lembre-se: tomar banho de sol nos braços e pernas por 15 minutos sem protetor é fundamental para sintetizar essa vitamina.

VITAMINA E

É antioxidante que ajuda a defender as células.

Onde encontrar: Germe de trigo, gema de ovo, sementes, margarinas, nozes e vegetais verdes.



29 janeiro 2020

Descolamento prematuro da placenta (DPP)


O descolamento prematuro da placenta (DPP) é uma patologia obstétrica na qual há ocorre à separação prematura da placenta do seu leito de implantação, habitualmente ocorrendo antes de vinte semanas de gestação.


Etiologia


Aproximadamente 1/3 dos bebês nascidos de mulheres com DPP morrem. Mais de 50% dessas mortes resultam do nascimento prematuro ou hipóxia.

As etiologias traumáticas são responsáveis por, aproximadamente, 1% dos deslocamentos prematuros da placenta, e podem ser divididas em externas e internas. Dentre as primeiras, os acidentes de trânsito e domésticos os maiores culpados. Já com relação às internas, destacam-se o cordão umbilical curto, escoamento rápido de polidrâmnio, movimentos fetais exacerbados, retração uterina após o parto do primeiro gemelar, hipertonia uterina, entre outras.


Com relação às etiologias não-traumáticas, o aspecto etiológico de maior importância são os denominados fatores predisponentes, como os estados hipertensivos associados à vasculopatias antigas (responsáveis por cerca de 75% dos casos), condição socioeconômica, multiparidade, idade materna avançada, passado obstétrico ruim, caso de DPP em gestação anterior, restrição do crescimento intra-uterino, cesárea prévia, entre outros.


Causa


A causa do DPP é desconhecida. Porém, as mulheres com hipertensão arterial, doenças cardíacas, diabetes, toxemia gravídica ou doença reumatóide, que sofrem traumas e que fazem uso de cocaína tem uma maior probabilidade de ter um DPP.


Diagnóstico


É exclusivamente clínico, com base no quadro clínico. Normalmente, caracteriza-se por apresentar dor repentina e intensa localizada habitualmente no fundo do útero, com conseguinte perda sanguínea em cerca de 80% dos casos.

➟Durante o exame físico, a paciente tem preferência pelo decúbito lateral homônimo ao lado da implantação placentária.

➟A paciente pode apresentar sinais de estado hipovolêmico, com pressão arterial em níveis normais, devido às alterações presentes.


Com relação à hemorragia, é importante ressaltar que a lesão primária é a vascular, atingindo as arteríolas espiraladas da decídua levando ruptura ou oclusão dos vasos, com conseqüente formação de áreas hemorrágicas no interior da placenta. Essa hemorragia, por sua vez, pode ficar mais profusa, resultando no deslocamento prematuro da placenta.


A hipertonia aparece como um mecanismo reflexo. Há colapso das veias, com significativa diminuição do fluxo; todavia, o arterial, de maior pressão, quase não se altera. Ocorre aumento da pressão intra-uterina, estase sanguínea e ruptura dos vasos útero-placentários, levando a um aumento e agravamento da região de deslocamento.


A concepção do coágulo retroplacentário e as alterações vasculares culminam no aumento progressivo da altura uterina.


Prognóstico


O prognóstico da DPP para os RNs não é bom, especialmente pela prematuridade e anóxia, apresentando, com freqüência, seqüelas.

Quanto ao prognóstico materno, este é reservado, pois pode haver lesões em múltiplos órgãos, resultantes do choque hipovolêmico e da instalação de coagulopatias.


A coagulopatia pode ser conseqüente do hiperconsumo local, na composição de amplo coágulo retroplacentário, exterminando o fibrinogênio e outros fatores de coagulação do organismo. Outro mecanismo disparador da coagulopatia é a passagem da trombloplastina para a circulação materna, levando a coagulação intravascular disseminada (CID).

Diagnóstico


⇒Através de utilização de USG, capaz de mostrar imagem heterogênea retroplacentária, irregular e com regiões líquidas.
⇒A ressonância magnética.


Tratamento
  • Repouso ao leito, exceto quando o sangramento é potencialmente letal, quando o feto apresenta sofrimento ou quando a gestação está próxima do termo;
  • Monitorização da freqüência cardíaca fetal;
  • Transfusão sanguínea e reposição do volume de líquido;
  • Antibióticos (pela susceptibilidade a infecções causada pela perda sanguínea);
  • Uso de corticosteróide para acelerar a maturidade pulmonar fetal;
  • Reposição de sangue e do volume de líquido;
  • Parto cesáreo (quando o sangramento persiste ou piora);
  • Apoio emocional.



28 janeiro 2020

Toxoplasmose


A toxoplasmose é uma infecção causada por um protozoário chamado “Toxoplasma Gondii”, encontrado nas fezes de gatos e outros felinos, que pode se hospedar em humanos e outros animais. É causada pela ingestão de água ou alimentos contaminados e é uma das zoonoses (doenças transmitidas por animais) mais comuns em todo o mundo.

Os casos agudos são, geralmente, limitados e com baixas incidências. A fase aguda da infecção tem cura, mas o parasita persiste por toda a vida da pessoa e pode se manifestar ou não em outros momentos, com diferentes tipos de sintomas. Quanto à infecção crônica, a taxa de incidência é baixa até os cinco anos de idade e começa a aumentar a partir dos 20.

Sintomas

A maioria das pessoas infectadas pela primeira vez não apresenta sintomas e, por isso, não precisam de tratamentos específicos. A doença em outros estágios, no entanto, pode trazer complicações, como sequelas pela infecção congênita (gestantes para os filhos), toxoplasmose ocular e toxoplasmose cerebral em pessoas que têm o sistema imunológico enfraquecido, como transplantados, pacientes infectados com o HIV ou em tratamento oncológico.
Os sintomas da toxoplasmose são variáveis e associados ao estágio da infecção, (agudo ou crônico).

Os sintomas normalmente são leves, similares à gripe, dengue e podem incluir dores musculares e alterações nos gânglios linfáticos.

Pessoas com baixa imunidade: podem apresentar sintomas mais graves, incluindo:
  • Febre,
  • Dor de cabeça,
  • Confusão mental,
  • Falta de coordenação e convulsões.
Gestantes: mulheres infectadas durante a gestação podem ter abortamento ou nascimento de criança com icterícia, macrocefalia, microcefalia e crises convulsivas.

Toxoplasmose Congênita dos recém-nascidos infectados, cerca de 85% dos casos não apresentam sinais clínicos evidentes ao nascimento.
No entanto, essas crianças podem indicar alterações como:
  • Restrição do crescimento intrauterino;
  • Prematuridade;
  • Anormalidades visuais e neurológicas.

Sequelas tardias são mais frequentes na toxoplasmose congênita não tratada. Há casos relatados de surgimento de sequelas da doença, não diagnosticadas previamente, ocorrendo apenas na adolescência ou na idade adulta.

Os recém-nascidos que apresentam manifestações clínicas podem ter sinais no período neonatal ou nos primeiros meses de vida. Esses casos costumam ter, com mais frequência, sequelas graves, tais como:
  • Acometimento visual em graus variados,
  • Retardo mental,
  • Anormalidades motoras e surdez.

As sequelas são ainda mais frequentes e mais graves nos RN que já apresentam sinais ao nascer, com:
  • Acometimento visual em graus variados,
  • Retardo mental,
  • Crises convulsivas,
  • Anormalidades motoras e surdez

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Transmissão

As principais vias de transmissão da toxoplasmose são:

➨Via oral (ingestão de alimentos e água contaminados);
➨Congênita (transmitido de mãe para filho durante gestação), sendo raros os casos de transmissão por inalação de aerossóis contaminados, inoculação acidental, transfusão sanguínea e transplante de órgãos.

É importante saber que o contato com gatos não causa a doença. O perigo está no contato com as fezes contaminadas do felino e no consumo de água contaminada e alimentos mal lavados ou mal cozido.

Tratamento

A toxoplasmose normalmente evolui sem sequelas em pessoas com boa imunidade, desta forma não se recomenda tratamento específico, apenas tratamento para combater os sintomas. Pacientes com imunidade comprometida ou que já tenham desenvolvido complicações da doença (cegueira, diminuição auditiva) são encaminhados para acompanhamento médico especializado.

O tratamento e acompanhamento da doença estão disponíveis, de forma integral e gratuita, pelo Sistema Único de Saúde. Em caso de toxoplasmose na gravidez, é importante o acompanhamento no pré-natal e a pratica das orientações que forem repassadas pelas equipes de saúde.

Diagnóstico

O diagnóstico da toxoplasmose é baseado, principalmente, em exames de sangue. Em alguns casos, pode ser necessário combinar outros tipos de exames laboratoriais para uma avaliação mais detalhada.

Contaminação por água e alimentos: a confirmação de casos de toxoplasmose decorrentes de surtos de transmissão por água ou alimentos deve ser feita, necessariamente, por critério laboratorial específico a partir dos resultados dos exames de sangue, uma vez que a doença é comum em diversas regiões.

Adquirida ou congênita:

É diagnosticada principalmente pela identificação de anticorpos específicos contra o parasito. A sorologia é sensível, específica e possível de ser realizada em laboratórios de menor complexidade. Em situações de surto, a identificação do vínculo de casos à fonte de transmissão deve ser feita criteriosamente, considerando sempre os achados laboratoriais que indicam o tempo provável da infecção.

Durante a investigação de surtos, o diagnóstico laboratorial deve ser feito por exames realizados nos Laboratórios Centrais de Saúde Pública, Laboratórios de Referência Regional ou Nacional ou Centros Colaboradores do Ministério da Saúde. Na ausência de surtos, a confirmação dos casos de toxoplasmose deve ocorrer por meio de avaliação clínica em conjunto com exames laboratoriais realizados de acordo com avaliação e recomendações médicas.

Prevenção

A principal medida de prevenção da toxoplasmose é a promoção de ações de educação em saúde, principalmente em mulheres que estão em idade fértil e pessoas com imunidade comprometida. É fundamental manter uma higiene alimentar. Saiba mais sobre as medidas de prevenção e controle que devem ser adotados para evitar a infecção por toxoplasmose.

Alimentos de origem animal

➥Cortes inteiros de carne de porco, cordeiro, vitela ou vaca a pelo menos 65,6 °C, com 3 minutos de repouso após o cozimento; carne moída e carne de caça selvagem a 71,1º C e aves a 73,9º C;

➥O cozimento de microondas não é confiável para matar o protozoário;

➥Congelamento de carne a uma temperatura interna de -12º C;

➥Evite a contaminação cruzada para outros alimentos, lavando as mãos completamente após o manuseio de carnes cruas ou frutos do mar, assim como as tábuas de corte, pratos, bancadas e utensílios;
Frutos do mar, incluindo mariscos, devem ser bem cozidos;

➥Evite comer qualquer carne crua ou malpassada e carne crua curada;

➥Evite beber leite não pasteurizado e produtos lácteos feitos com leite não pasteurizado.

Em situações de surto, deve-se identificar e retirar, imediatamente, o alimento contaminado dos locais de produção e distribuição, para interromper a cadeia de transmissão e evitar a ocorrência de novos casos.
Em todos os casos, deve-se orientar que os pacientes não utilizem medicamentos sem indicação médica e procurem atendimento para realizar o tratamento adequado.

Frutas e verduras

➨Lave bem as frutas e legumes corretamente e com água adequadamente tratada antes de comê-las, antes mesmo de descascar;

➨Limpe as superfícies de cozimento e os utensílios após contato com frutas ou legumes não lavados;

➨A lavagem adequada de verduras, frutas e legumes inclui a escovação dos alimentos.

Em situações de surto, deve-se identificar e retirar, imediatamente, o alimento contaminado dos locais de produção e distribuição, para interromper a cadeia de transmissão e evitar a ocorrência de novos casos.
Em todos os casos, deve-se orientar que os pacientes não utilizem medicamentos sem indicação médica e procurem atendimento para realizar o tratamento adequado.

Água

👉Consumo de água tratada: uma das principais formas de prevenção da doença é consumir água que tenha recebido o devido tratamento. Por isso, é essencial dar preferência ao consumo de água 100% potável;

👉Fervura da água: antes de consumir a água é indicado o uso de filtros e a fervura, por 5 minutos, como tratamento adicional, principalmente em situações de surto da doença;

👉Limpeza de caixas de água: é importante realizar periodicamente a limpeza de reservatórios e caixa d’águas para a manutenção da potabilidade da água, assim como se deve manter a caixa-d’água bem vedada para minimizar os riscos de contaminação.

Em situações de surto, deve-se identificar e retirar, imediatamente, o alimento contaminado dos locais de produção e distribuição, para interromper a cadeia de transmissão e evitar a ocorrência de novos casos.
Em todos os casos, deve-se orientar que os pacientes não utilizem medicamentos sem indicação médica e procurem atendimento para realizar o tratamento adequado.

Meio ambiente

→Cobrir as caixas de areia das crianças quando não estiverem jogando para evitar que os gatos as utilizem;

→Não alimente gatos com carne crua ou malpassada;

→Mude a caixa de areia dos gatos de estimação diariamente;

→Mulheres grávidas e indivíduos com baixa imunidade devem evitar manusear as caixas de areia;

→Se não houver mais ninguém disponível para trocar a areia, use, se possível, máscaras faciais e luvas, além de lar bem as mãos com sabão e água tratada adequadamente;

→As mulheres grávidas e os indivíduos com baixa imunidade devem usar luvas ao jardinar;

→A indústria da carne deve continuar empregando boas práticas de produção, como manter gatos e roedores fora das áreas de produção de alimentos e usar fontes de água com qualidade e adequadamente tratadas para os animais;

→A indústria agrícola deve empregar boas práticas de produção para reduzir a contaminação.

Em situações de surto, deve-se identificar e retirar, imediatamente, o alimento contaminado dos locais de produção e distribuição, para interromper a cadeia de transmissão e evitar a ocorrência de novos casos.
Em todos os casos, deve-se orientar que os pacientes não utilizem medicamentos sem indicação médica e procurem atendimento para realizar o tratamento adequado.



Síndrome do Ovário Policístico

A Síndrome do Ovário Policístico (SOP) é um distúrbio hormonal que provoca formação de cistos nos ovários, o que fazem com que eles aumentem de tamanho. Ela atinge, principalmente, mulheres em idade reprodutiva (da puberdade à menopausa),e se caracteriza pela menstruação irregular, alta produção de testosterona (hormônio masculino) e presença de micro cistos nos ovários. Esses cistos são chamados de funcionais.


A testosterona produzida pela mulher interfere nesse mecanismo e, ao mesmo tempo, aumenta a possibilidade da incidência de cistos, porque eles resultam de um defeito na ação dos hormônios do ovário, impedindo a ovulação.

Cistos ovarianos na menopausa são pouco comuns. Um cisto funcional pode ser tanto folicular quanto lúteo. Todo mês, durante o ciclo menstrual, um folículo cresce no ovário. Os folículos são o local onde o óvulo se desenvolve.

Na maioria dos meses, um óvulo é liberado deste folículo, num processo conhecido como ovulação. Se o folículo não conseguir abrir e liberar o óvulo, o líquido permanece dentro dele e origina um cisto. Isto é chamado de cisto folicular.

O cisto folicular é o tipo de cisto benigno mais frequente do ovário, que normalmente encontra-se cheio de líquido ou de sangue.

Já o cisto de corpo lúteo ocorre após o óvulo ter sido liberado de um folículo. Esses geralmente contêm uma pequena quantidade de sangue.

Etiologia

A etiologia da SOP permanece desconhecida.

Sabe-se que 50% das mulheres com essa síndrome têm hiperinsulinismo e o restante apresenta problemas no hipotálamo, na hipófise, nas adrenais e produz maior quantidade de hormônios masculinos.

Fatores de Risco

➥Histórico familiar;
➥Fatores metabólicos pré e pós-natais;
➥Distúrbios endócrinos hereditários;
➥Resistência à insulina;
➥Doenças cardiovasculares;
➥Fatores ambientais;
➥Obesidade.

Sintomas

👉Alterações menstruais;
👉Infertilidade;
👉Hirsutismo - Aumento dos pelos no rosto, seios e abdômen;
👉Obesidade;
👉Acne - Em virtude da maior produção de material oleoso pelas glândulas sebáceas.

Diagnóstico
  • Exame clínico;
  • USG ginecológica;
  • Exames laboratoriais.

Através do ultrassom, a doença é percebida pelo aparecimento de muitos folículos ao mesmo tempo na superfície de cada ovário. Esse ultrassom deve ser feito entre o terceiro e o quinto dia do ciclo menstrual.


Tratamento

É sintomático e direcionado de acordo com a manifestação clínica, desejo de contracepção ou gestação e a presença de distúrbios metabólicos associados.

A meta do tratamento:

➪Reduzir os sintomas de hiperandrogenismo,
➪Regularizar o ciclo menstrual,
➪Reduzir as anormalidades metabólicas,
➪Reduzir o risco de DM2 e doença cardiovascular;
➪Prevenir a hiperplasia e câncer de endométrio;
➪Uso contracepção para as que não desejam gravidez e indução da ovulação nas que pretendem engravidar.

OBS: Caso o medicamento não dê resultados, pode-se optar pela Cirurgia que é a cauterização laparoscópica dos cistos.

Prevenção
  • Educação e conscientização sobre a enfermidade;
  • Aconselhamento;
  • Modificações do estilo de vida;
  • Acompanhamento multidisciplinar.



27 janeiro 2020

Câncer no ovário


O termo câncer ovariano refere-se a neoplasias (tumores malignos) com origem no ovário estrutura responsável pela produção dos óvulos nas mulheres.
Acontece com maior frequência a partir da oitava década de vida, sendo relativamente raro em idades mais precoces.

Causas:

O câncer de ovário é o quinto tipo de câncer mais comum entre as mulheres e causa mais mortes que qualquer outro tipo de câncer nos órgãos reprodutores femininos.
A causa é desconhecida.

Fatores de risco:

→Histórico familiar prévio da doença;

→Nuliparidade (ausência de gestações prévias);

→Menarca precoce;

→Menopausa tardia e idade avançada;

→Mulheres com um histórico pessoal de câncer de mama ou histórico familiar de câncer de mama ou de ovário apresentam um risco maior de contrair câncer de ovário;

→Mulheres portadoras de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, cuja chance de desenvolver câncer pode chegar a mais de 50%, sendo por isso recomendada a retirada dos ovários e as tubas uterinas quando tiverem idades entre 35 e 40 anos;

→Mulheres que fazem somente reposição de estrogênio (sem progesterona) por cinco anos ou mais parecem ter mais risco de desenvolver câncer de ovário. No entanto, as pílulas anticoncepcionais diminuem o risco de câncer de ovário.

Estudos sugerem que os medicamentos para fertilidade não aumentam o risco de câncer de ovário.

Exames:

Um exame físico pode revelar um abdômen inchado e líquido na cavidade abdominal (ascite). Um exame pélvico pode revelar uma massa no abdômen ou em um dos ovários.

O exame de sangue CA-125 não é considerado um bom teste de triagem do câncer de ovário. Entretanto, ele pode ser feito se a mulher:

Tiver sintomas de câncer de ovário;

Já tiver sido diagnosticada com câncer de ovário, para determinar o funcionamento do tratamento.

Outros testes que podem ser realizados incluem:
  • Contagem de células sanguínea completa e química sanguínea
  • Teste de gravidez (HCG soro)
  • Tomografia computadorizada ou ressonância magnética da pelve e do abdome
  • Ultrassom da pelve;
  • Nenhum exame de laboratório ou de imagem demonstrou até hoje ser capaz de diagnosticar o câncer de ovário nos seus estágios iniciais.
Sintomas:

Normalmente, os sintomas do câncer de ovário são muito vagos. As mulheres e seus médicos frequentemente colocam a culpa dos sintomas em outras doenças mais comuns. Quando o câncer é finalmente diagnosticado, o tumor muitas vezes já se espalhou para outros órgãos.

Procure seu médico se apresentar os sintomas a seguir diariamente por mais de algumas semanas:
  • Inchaço;
  • Dificuldade para comer ou sentir-se satisfeita rapidamente;
  • Dor pélvica ou abdominal.
Outros sintomas também acompanham o câncer de ovário. Entretanto, esses sintomas também são comuns em mulheres que não têm câncer:
  • Ciclos menstruais anormais;
  • Constipação;
  • Aumento de gases;
  • Indigestão;
  • Falta de apetite;
  • Náusea e vômitos;
  • Sensação de peso na pélvis;
  • Abdômen ou barriga inchada;
  • Dor nas costas inexplicável, que piora com o tempo;.
  • Sangramento vaginal;
  • Desconforto vago no baixo abdome;
  • Ganho ou perda de peso;
  • Aumento excessivo de pelos;
  • Aumento na frequência ou urgência urinária.
Marque uma consulta com seu médico se você estiver com mais de 40 anos e não tiver feito um exame pélvico recentemente. Os exames pélvicos de rotina são recomendados para todas as mulheres com mais de 20 anos.

Tratamento:

Uma cirurgia, como a laparoscopia pélvica ou a laparotomia exploradora, pode ser realizada a fim de avaliar os sintomas e fazer uma biópsia para ajudar a chegar ao diagnóstico.
Nenhum exame de laboratório ou de imagem demonstrou até hoje ser capaz de diagnosticar o câncer de ovário nos seus estágios iniciais.

A cirurgia é usada para tratar todos os estágios do câncer de ovário. Nos estágios iniciais, ela talvez seja o único tratamento possível. A cirurgia envolve:

⇒Remoção do útero (histerectomia total);

⇒Remoção dos ovários e trompas de Falópio (salpingo-ooforectomia bilateral);

⇒Remoção parcial ou completa do omento, camada de gordura que cobre e protege os órgãos no abdômen;

⇒Exame, biopsia ou remoção dos linfonodos e de outros tecidos da pélvis e do abdome;

→A cirurgia feita por um especialista em câncer do aparelho reprodutivo feminino tem o maior índice de sucesso.

→A quimioterapia é usada após a cirurgia para tratar de qualquer resíduo da doença. Ela também pode ser usada se o câncer reincidir. A administração da quimioterapia pode ser feita nas veias ou, algumas vezes, diretamente na cavidade abdominal (intraperitoneal).

→A radioterapia é raramente usada em casos de câncer de ovário nos Estados Unidos.

Após a cirurgia e a quimioterapia, as pacientes devem fazer:

➡Um exame físico (incluindo exame pélvico) a cada dois a quatro meses nos primeiros dois anos, depois a cada seis meses durante três anos e depois anualmente;

➡Um exame de sangue CA 125 a cada consulta médica se o nível inicial estava alto;

➡Uma tomografia computadorizada do tórax, abdome e região pélvica e uma radiografia do tórax, caso solicitadas pelo médico.

Expectativas:

O câncer de ovário é raramente diagnosticado nos seus estágios iniciais. Ele geralmente está muito avançado quando o diagnóstico é feito.
Cerca de três a cada quatro mulheres com câncer de ovário sobrevivem um ano após o diagnóstico.
Cerca de 50% vivem mais que cinco anos após o diagnóstico.
Se o diagnóstico for feito no início da doença, e o tratamento acontecer antes que o câncer se espalhe para fora do ovário, à taxa de sobrevivência de cinco anos é muito alta.

Complicações:
  • Espalhamento do câncer para outros órgãos;
  • Perda de função dos órgãos;
  • Líquido no abdome (ascite);
  • Obstrução intestinal.

Prevenção:

👉Não existe uma recomendação padrão para fazer a triagem do câncer de ovário. Fazer a triagem de mulheres com ultrassom pélvico ou exames de sangue, como o Ca-125, não é eficiente nem recomendado;
👉O teste BRCA pode ser feito em mulheres com alto risco de câncer de ovário;
👉A remoção dos ovários e das trompas de mulheres que apresentam mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 pode diminuir o risco de desenvolver o câncer de ovário, embora ele possa se desenvolver em outras áreas da pelve.