31 janeiro 2020

Placenta Prévia


Placenta prévia é uma complicação obstétrica na qual a placenta está fixada à parede uterina cobrindo parcial ou totalmente o cérvice uterino.
A placenta fica implantada, inteira ou parcialmente, no segmento inferior do útero, a partir da 22.ª semana de gestação.
Classificação quanto a sua localização como placenta acreta, increta e percreta.
  • Acreta é quando quando está inserida profundamente na decídua – camada interna do útero;
  • Increta quando chega a musculatura uterina;
  • Percreta quando ultrapassa a musculatura uterina podendo invadir até órgãos adjacentes, como a bexiga.
O acretismo placentário é uma patologia não muito frequente, afetando cerca de 1 a cada 2.500 partos. A placenta acreta é muito raramente reconhecida antes do nascimento, sendo muito difícil de ser diagnosticada. Enquanto ela pode causar algum sangramento vaginal durante o terceiro trimestre, ela é mais comumente associada com os fatores que desencadeiam a condição.
Tipos:
Existem Três tipos de placenta prévia. O tipo de placenta prévia define o tratamento mais indicado e se a mãe deve fazer uma cesárea ou poderá optar pelo parto normal.
É importante ressaltar que todos os tipos de placenta prévia podem causar hemorragia intensa em algum momento, implicando na necessidade de cesárea de emergência.

Placenta prévia completa

➡Este é o tipo mais grave, com a placenta cobrindo a totalidade do orifício interno do colo do útero. A cesárea é recomendada e, em casos graves, o bebê pode precisar nascer prematuramente.

Placenta prévia parcial

➡A placenta cobre parcialmente a abertura do colo do útero. Nesse caso, o parto vaginal ainda é possível, mas depende do quanto a placenta está cobrindo a abertura uterina. Se necessário, será feita cesárea.

Placenta prévia marginal

➡A placenta prévia marginal acontece quando a parte inferior na placenta encosta nas margens do orifício interno do colo uterino. Qualquer sobreposição durante o parto pode causar pequenos sangramentos. No entanto, partos vaginais são normalmente seguros.

Causas:

Quando ocorre a fecundação do óvulo, este apresenta 2 regiões distintas, uma que vai dar origem ao embrião e a outra que dará origem à placenta. Normalmente, a placentação ocorre na região corporal ou perto do fundo da cavidade uterina, portanto longe do orifício interno do colo uterino. Em alguns casos, essa implantação se dá na porção mais baixa da cavidade uterina, o que pode predispor à ocorrência da placenta de inserção baixa ou mesmo à placenta prévia. Não se sabe exatamente o que causa a placenta prévia. No entanto, os tipos persistentes de placenta prévia têm sido associados com:
  • Cicatrizes do revestimento do útero, como aquelas formadas em cirurgias;
  • Placentas grandes, como aquelas formadas em gestações múltiplas;
  • Mulheres que tem 35 anos ou mais durante a gravidez;
  • Histórico pessoal de placenta prévia.
Fatores de risco:
  • Idade maior que 35 anos;
  • Ter um histórico de abortos múltiplos;
  • Gravidez gemelar ou mais (como ele pode exigir a placenta para crescer mais, aumentando a sua área de superfície);
  • A fertilização in vitro;
  • Uso de drogas;
  • Cirurgias e procedimentos, como a dilatação e curetagem  e remoção de miomas uterinos;
Ter uma placenta prévia aumenta as chances de desenvolver a placenta acreta, increta ou percreta, onde os tecidos da placenta crescer muito profundamente nas paredes uterinas.

Sintomas:

É comum a placenta prévia não apresentar nenhum sintoma, sendo diagnosticada em exames de rotina. No entanto, podem acontecer alguns sinais de alerta, como:
  • Sangramento indolor, especialmente após a 20- 21 semanas é considerado os sintomas característicos mais importantes, ocorrendo em cerca de 80% de todos os casos;
  • Sangramento na gravidez, principalmente na segunda metade;
  • Sinais de trabalho de parto prematuro, como cólicas abdominais, menor dor nas costas e contrações;
  • Sangramento após relações sexuais;
  • Útero medição maior do que a sua idade gestacional;
  • Bebé restante numa posição transversal da culatra ou devido à falta de espaço no útero mais baixo devido à placenta;
No entanto, também é possível ter nenhum sintoma em tudo, com o problema a ser diagnosticada em um exame de ultra-som de rotina.

Diagnóstico:

Clínico: Clinicamente, pela anamnese, é relatada perda sanguínea por via vaginal, indolor, súbita, de cor vermelho-viva, em geral de pequena quantidade. É episódica, recorrente e progressiva. O exame obstétrico revela volume e tono uterinos normais. Habitualmente, os batimentos cardíacos fetais estão mantidos.

Ultra-sonográfico - Confirma o diagnóstico e a localização placentária. Quando o exame ultra-sonográfico não é possível, o toque não deve ser realizado (precavendo-se contra eventual perda sanguínea placentária maciça) e, de preferência, em ambiente com recursos cirúrgicos.

Tratamento:
A conduta depende dos seguintes parâmetros:
  • Tipo de localização placentária;
  • Volume de sangramento;
  • Idade gestacional e condições de vitalidade fetal.
A via de parto dependerá, além das condições maternas, do tipo de placenta prévia.
  • Nas marginais, a via preferencial é a vaginal.
  • Para as totais a indicação de cesariana, com feto vivo ou morto.
  • Para as parciais, há indicação de cesariana.
Se a placenta prévia é descoberta no início da gestação, as chances de melhorar por conta própria são altas. A posição da placenta pode mudar à medida que o útero cresce. Assim, até ao final da gravidez, a placenta pode estar no lugar correto.
Caso o diagnóstico aconteça após a vigésima semana de gravidez e não há sangramento, serão necessários alguns cuidados para evitar uma visita de emergência ao hospital:
  • Atividades extenuantes, como corrida ou levantamento de peso;
  • Evite manter relações sexuais;
  • nem coloque nada em sua vagina.
Procure ajuda se houver algum sangramento vaginal, pode ser necessária internação. Se a data prevista para o parto está próxima, pode ser feita uma cesárea de emergência, uma vez que o parto vaginal poderia perturbar a placenta e causar hemorragia grave.

Complicações possíveis
  • Sangramento vaginal grave, que pode ocorrer durante o trabalho de parto ou nas primeiras horas após o parto.
  • Parto prematuro, uma vez que hemorragias graves podem requerer cesárea de emergência.
Prevenção:

Como as causas de placenta prévia não são conhecidas, não é possível prevenir o problema. O ideal é fazer o acompanhamento pré-natal e informar qualquer  alteração ou sangramento durante a gravidez.



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