É o aumento excessivo do volume do líquido
amniótico, classicamente considerado quando superior a 2.000 ml. Sua frequência
é ao redor de 1% e sua importância se deve ao aumento da morbidade e
mortalidade perinatais.
- Alterações do Volume do Líquido Amniótico
 - Aumento acima 95% percentil para idade gestacional
 - Aumento acima 97,5% percentil para IG
 - Volume superior a 2.000 ml
 - Incidência: 0,4 e 1,5% das gestações
 
Etiologia
- Malformação Fetal (50%);
 
- SNC: Anencefalia, mielomeningocele, hidrocefalia;
 
- TGI (Trato Gastro Intestinal): atresia do esôfago, hérnia diafragmática, estenose do duodeno, pâncreas anular, gastrosquise, onfalocele, fenda palatina;
 
- Respiratório: MAC (malformação adenomatóide cística congênita), hipoplasia palatina;
 
- Urinárias: doença multicística, tumores renais;
 
- Cardíacas: doenças valvares, arritmias cardíacas;
 
- Musculoesqueléticas: displasias esqueléticas.
 
Outras
Causas Fetais
- Doença Hemolítica Perinatal (DHPN);
 
- Infecções;
 
- Hidropisia Não-Imune.
 
Maternas
→Diabetes;
→Aloimunização Rh - Consiste na sensibilização
ao antígeno D presente na superfície eritrocitária. Durante a gestação e parto,
pequenas quantidades de hemácias fetais podem atingir a circulação materna.
Patologias placentárias: Síndrome do
transfusor transfundido, corioangioma, placenta circunvalada (não é uma
patologia de malformação placentária e sim de inserção da membrana que leva a
uma produção aumentada de LA).
Idiopática - (34-63% dos casos)
Classificação
Quanto
ao volume: leve, moderada, acentuada.
Quanto
à instalação: aguda e crônica
Aguda: aparecimento rápido (menos que 24h ou
poucos dias), mais frequente antes da 24ª sem.
Crônica: desenvolvimento no decorrer da
prenhez, mais frequente no terceiro trimestre.
Diagnóstico
O diagnóstico da polidramnia é suspeitado
clinicamente:
- Aumento da altura uterina em relação à idade gestacional;
 - Aumento do ganho ponderal materno;
 - Sobredistensão uterina e dificuldade de palpação das partes fetais e de ausculta dos BCF.
 - Sistematicamente, devem ser pesquisados o Diabetes mellitus e a presença de malformações fetais.
 - De certeza, o diagnóstico é ultra-sonográfico, dado pelo achado do ILA maior que o percentil 95 para a idade gestacional considerada.
 
Conduta
Investigar infecções congênitas:
- Toxoplasmose;
 - Rubéola;
 - Citomegalovírus;
 - Varicela (catapora);
 - Parvovírus B19;
 - HIV (AIDS);
 - Sífilis;
 - Herpes;
 - Hepatite B.
 - Rastrear diabetes mellitus;
 - TS e Teste de Coombs;
 - USG morfológico;
 
- Ecocardiográfica fetal;
 - Estudo citogenetico fetal;
 - Teste de kleihauer.
 
Se houver sinais de desconforto materno o
esvaziamento deverá ser realizado. O esvaziamento é feito pela amniocentese e
através de agulha calibrosa e inserção de cateter ligado a frasco a vácuo.
Recomenda-se a retirada lenta e gradual do
líquido amniótico, para evitar a descompressão brusca, podendo levar a riscos
maternos e fetais (descolamento prematuro da placenta, choque materno, óbito
fetal, etc.). Sugere-se a retirada de cerca de 200 ml/hora (ou cerca de 3
ml/minuto) até a melhora da sintomatologia respiratória materna ou até atingir
um total máximo de 500 a 1000 ml. O polidrâmnio volta a se formar e
excepcionalmente nova punção pode ser realizada.
No sentido de diminuir a formação de líquido
amniótico pode-se empregar o uso drogas medicamentosas, cuja função é diminuir
a função renal fetal, não devendo ultrapassar a 34ª semana. Tais cuidados são
necessários para evitar complicações temidas do uso de medicamentos na
gestação, que é o fechamento precoce do duto arterioso.
Para o parto é recomendável o prévio
esvaziamento. Muitas vezes surge quadro de hipossistolia, o que pode ser
corrigido com ocitócicos. A via de parto é escolhida de acordo com a indicação
obstétrica.
Tratamento
de acordo com a etiologia
- Corrigir causas maternas;
 - Corrigir causas fetais;
 - Controle do peso materno;
 - Controle altura uterina;
 - Controle circunferência abdominal;
 - Obsevar edema materno;
 - Repouso relativo;
 - Dieta hiperprotéica.
 
Complicações
- Dispnéia materna;
 - TPP - Trabalho de parto prematuro;
 - RPM - Rotura prematura das membranas;
 - DPP - Descolamento prematuro de placenta;
 - Prolapso de cordão.
 




