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12 fevereiro 2020

Cistite


Cistite é uma infecção e/ou inflamação da bexiga. Em geral é causada por bactérias (cerca de 70 a 90% dos casos são provocados por enterobactérias, do tipo Escherichia coli), presente naturalmente no intestino e importante para a digestão, mas outros micro-organismos também podem provocar cistite. Homens, mulheres e crianças estão sujeitos à doença.

A cistite tem uma frequência maior em mulheres do que em homens, isto devido em grande parte por diferenças anatômicas, os homens possuem uma uretra mais longa, permitindo uma melhor proteção. Em média, a uretra das mulheres mede 4 cm, já os homens contem em média com 20 cm de uretra. A probabilidade de que as bactérias subam a uretra e cheguem à bexiga em um homem é muito menor.

Além disso, a uretra da mulher é bastante próximo ao ânus, outro fator que explica a maior incidência de cistite em mulheres. O risco das mulheres de terem cistite ou infecção urinária é 8 vezes maior do que nos homens. Algumas fontes chegam a mencionar um risco 10 a 20 vezes maior na idade adulta.

Causas e Fatores de Risco

A principal causa é a bactéria (E. Coli) que sobem nas via urinárias, sendo assim, algumas situações podem ser favoráveis ao seu desenvolvimento, tais como:

➨Má higienização das partes íntimas;

➨Relações sexuais;

➨Más formações do aparelho urinário;

➨Cálculos urinários (litíase urinária);

➨Diabetes (tipo I ou II);

➨Sondas vesicais;
Em razão dos cateteres frequentemente utilizados em ambiente hospitalarem, é elevado o número de pessoas acometidas por cistite em hospitais.

➨Na gravidez (há compressão do feto sobre a bexiga, o que impede o esvaziamento total desta);

➨Constipação (prisão de ventre);

➨Menopausa (entre os 50 e 60 anos, o risco de desenvolver cistites recidivantes é relativamente alto), a queda de hormônios neste período reduz o nível de proteção da bexiga. Além disso, há uma alteração do pH vaginal na menopausa, o que favorece a entrada da Escherichia coli (bactéria). Um pH básico ou ácido evita a entrada de bactérias indesejáveis na vagina;

➨Herpes genital;

➨Os espermicidas encontrados em preservativos. Eles aumentam o risco de infecções do trato urinário;

➨Predisposição genética;

➨A baixa imunidade também é um caminho para a doença e pode ser causada por estresse, pneumonia, AIDS, câncer, leucemias e hepatite crônica.

Sinais e Sintomas

  • Sensação de vontade de urinar constante, mesmo indo ao banheiro;
  • Ardência ao urinar;
  • Urinar em jatos curtos e frequentemente;
  • Desconforto ou dor na região pélvica;
  • Urina com cor turva e odor acentuado;
  • Febre.
  • Pouco volume de urina em cada micção.
  • Dor na bexiga, nas costas e no baixo ventre.
  • Desconforto geral.
  • Febre (mais presente nas crianças).
  • Sangue na urina nos casos mais graves.

Diagnóstico

→Anamnese;
→Exames laboratoriais.

Tratamento

→Medicamentoso;
De acordo com o tipo de bactéria encontrada no exame laboratorial.

Complicações

👉A cistite normalmente não traz complicações. No entanto, em alguns casos, se não for corretamente tratada, ela pode permitir que bactérias subissem na região do rim, causando assim uma nefrite ou pielonefrite.

👉Esse tipo de complicação é muito problemático e pode colocar o rim em perigo (risco de insuficiência renal, com diálise).

Prevenção:

⤷Beber água com frequência;

⤷Tentar urinar com frequência;

⤷Urinar depois das relações sexuais favorece a eliminação das bactérias que se encontram no trato urinário;

⤷Cuidados com a higiene pessoal. Mantenha limpas as regiões da vagina e do ânus. Depois de evacuar, passe o papel higiênico de frente para trás e, sempre que possível, lave-se com água e sabão;

⤷Evitar uso de roupas íntimas muito justas ou que retenham calor e umidade;

⤷Evitar o consumo de fumo, álcool, temperos fortes e cafeína. Essas substâncias irritam o trato urinário;

⤷Trocar os absorventes higiênicos com frequência.


10 fevereiro 2020

Abscesso

O abscesso é uma bolsa de tecido inflamado preenchido com pus, resultado de quando uma infecção, geralmente bacteriana, penetra a pele e o sistema imune do corpo tenta combatê-la.

Os abscessos podem aparecer em qualquer lugar do corpo, tanto na pele, quanto em órgãos ou tecidos debaixo da epiderme. Porém as manifestações da doença são mais frequentes em áreas de dobra, como as axilas e virilha, por serem áreas com grande concentração de gânglios linfáticos, responsáveis por combater os microorganismos invasores que causam a infecção.

Causas

➨Pode ser causado por vários agentes patogénicos microbiológicos, como as bactérias piogénicas (incluindo, estreptococos, gonococos, entre outros).

Outras causas que podem levar a formação da doença:

➜Microorganismos

O abscesso também pode ser causado por outros microorganismos, como fungos ou infestação de amebas, parasita responsável por abscessos no fígado. A doença atinge os órgãos internos através da corrente sanguínea ou após penetrar os tecidos sobre a pele.

➜Substâncias químicas

A doença também pode ser causada por algumas substâncias químicas, como a essência de terebintina, líquido feito através da destilação de árvores que normalmente é utilizado em misturas de tintas, vernizes e polidores.

➜Bacilo de Koch

O bacilo de Koch, bactéria responsável pela tuberculose, também é capaz de formar abscessos.

Fatores de risco

➠Qualquer um pode adquirir a doença, mas sua ocorrência é mais frequente em pessoas com imunidade baixa, como em casos de:
  • Diabéticos;
  • Obesos;
  • Fumantes;
  • Alcoólatras;
  • Usuários de drogas;
  • Indivíduos expostos a higiene precária;
  • Imunodeficientes;
  • Pessoas que mantém alimentação rica em gorduras, principalmente carne de porco;
  • Pacientes com HIV, problemas circulatórios ou síndrome metabólica;
  • Pacientes em tratamento com corticoterapia ou quimioterapia.
Sinais e sintomas

Os sintomas de um abscesso podem variar de acordo com a área atingida, porém mantém as seguintes características independente da região:

⤍Manifestação de um nódulo, uma elevação na pele ou em qualquer tecido, caracterizado pelo aumento do volume na região;
⤏Dor ao toque;
⤏Inchaço;
⤏Calor;
⤏Rubor;
⤏Edema.


Tratamento

→Pequeno abscesso compressas quentes;

→Abscesso volumoso se faz necessário à drenagem;

→Abscesso de maiores dimensões, a drenagem, deixa um amplo espaço vazio (espaço morto), sofrerá cicatrização por segunda intenção e costuma ser usando drenos artificiais.

→Uso de antibióticos para evitar possível infecção.



03 fevereiro 2020

Seroma

O seroma é uma complicação que pode ocorrer após qualquer cirurgia, sendo caracterizada pelo extravasamento de um líquido semelhante ao plasma, que se acumula abaixo da pele, na região da cicatriz cirúrgica.
Esse acúmulo de líquido é mais comum após cirurgias em que houve corte e manipulação da pele e do tecido gorduroso, causando inflamação. Ocorre após alguns dias da cirurgia e pode demorar semanas para desaparecer totalmente.

Sinais e sintomas:

➥Saída de líquido claro ou transparente pela cicatriz;
➥Inchaço e flutuação locais;
➥Abaulamento da cicatriz;
➥Flutuação no local da cicatriz;
➥Dor na região da cicatriz;
➥Pele avermelhada e aumento da temperatura ao redor da cicatriz.

Tratamento
➨Punção do líquido por meio de agulhas;
➨Colocação de um dreno;
➨Uso de analgésicos e anti-inflamatórios;
➨Uso antibiótico preventivamente, uma vez que o seroma é um excelente meio de cultura para bactérias.

Complicações
👉Caso não seja absorvido espontaneamente ou não for drenado, pode se tornar em uma cápsula fibrosa envolvendo do o local da incisão, logo tratamento adequado tem de ser cirúrgico.


👉O excesso de líquido no seroma pode levar a um aumento de pressão local, podendo ocasionar:

  • Necroses;
  • Infecções;
  • Deiscências.
Prevenção
Embora seja uma complicação bastante comum, pode ser evitada com alguns cuidados:
⇢Curativos compressivos;
⇢Utilizar uma cinta por cima do local da cicatriz;
⇢Repouso.



30 janeiro 2020

Prisão de Ventre: Os Riscos do Laxante.

Recorrer a remédios para resolver o problema funciona, mas eles não devem ser usados de forma contínua.

Ao lado da insônia, a prisão de ventre é uma das questões cotidianas que mais incomodam. Só quem sofre diariamente com o intestino preso sabe a aflição que é não conseguir ir ao banheiro.

A constipação intestinal provoca uma sensação desagradável de estufamento e se caracteriza por uma frequência evacuatória inferior a três vezes por semana.

“Em alguns casos, a pessoa constipada não consegue a evacuação completa ou tem dor e desconforto para evacuar”.

Entre as causas do problema estão propensão familiar, alimentação pobre em fibras e rica em gorduras e açúcares e baixa ingestão de água, além de ausência de atividade física regular. Algumas doenças podem levar à constipação, como hipotireoidismo e diabetes, além de cardiopatias e algumas alergias alimentares.

O tratamento ideal para a prisão de ventre deve envolver, primeiramente, uma avaliação com um especialista, para descobrir o que está causando o problema.
“A maioria, no entanto melhora após uma mudança na dieta, com a inclusão de fibras e de suplementos alimentares ricos em fibras, além do aumento na ingestão de água”, Em alguns casos, é indicado tratamento medicamentoso.

Cautela com os laxantes

Prisão de ventre crônica é um problema bastante prevalente, especialmente em mulheres. Sem orientação adequada, muitas recorrem ao uso de laxantes, um recurso que pode até ajudar na evacuação, mas não deve ser usado sempre.

Há vários tipos de laxantes disponíveis no mercado brasileiro. Eles variam, explica Martins, de acordo com o modo de ação. O laxantes osmóticos atuam mantendo o conteúdo fecal mais úmido. Os emolientes são oleosos e atuam amolecendo as fezes, o que facilita a movimentação e a eliminação pelo reto. Já os laxantes catárticos aumentam o trânsito intestinal, facilitando a movimentação das fezes. Essa última categoria é o tipo mais usado pela população, pois sua ação parece ser mais rápida. É aí que está o grande problema.

“As substâncias catárticas podem, em longo prazo, gerar colite e, em muitos casos, causar o aparecimento de sintomas piores do que a constipação em si. Alguns indivíduos podem evoluir para uma inflamação da mucosa intestinal, com dores e até evacuação com sangue”.

Nos casos de uso prolongado, o melhor é optar pelos laxantes do tipo osmótico ou do tipo lubrificante, pois causam nenhuma ou pouca alteração clínica na mucosa intestinal.

“Muitas vezes, somente a dieta e a ingestão de água não são suficientes para manter a evacuação normal. Nesses casos, o laxante auxilia na evacuação. Após um período a dose do laxante pode ser reduzida e retirada, quando a dieta torna-se o tratamento principal.

Manter o laxante como tratamento único não é o melhor caminho.

Dicas

Para evitar a prisão de ventre, é preciso ter uma alimentação balanceada. Veja algumas dicas:
  • Consuma alimentos ricos em fibras, como frutas e verduras;
  • Beba pelo menos 1 litro de água pura por dia;
  • Faça atividade física regularmente;
  • Só use medicamentos contra a prisão de ventre sob orientação médica.


29 janeiro 2020

Refluxo Gastroesofágico




O refluxo gastroesofágico ou doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) consiste no refluxo de conteúdo alimentar presente no estômago para o esôfago, normalmente com pH ácido, embora possa ser também de conteúdo biliar, neste caso chamado refluxo alcalino.

O refluxo, que contém material ácido, atinge a faringe e até a boca, provocando, tal como na pirose, ardor, queimação, mal estar e em casos extremos a morte.

Sinais e sintomas

O sintoma mais comum é a azia (sensação de queimor retroesternal e epigástrica,subir até à garganta) e sensação de regurgitação.
➡Tosse seca crônica;
➡Sibilos;
➡Asma e pneumonia recorrente;
➡Náusea;
➡Vômitos;
➡Dor de garganta, rouquidão ou laringite - inchaço e irritação das cordas vocais;
➡Dificuldade ou dor à deglutição;
➡Dor no peito ou parte superior do abdome;
➡Erosão dentária e mau hálito.

Fatores de risco

→Obesidade;

→Aumento da pressão intra-abdominal;

→Ingestão de alimentos como, café, chá preto, chá mate, chocolate, molho de tomate, comidas ácidas, bebidas alcoólicas e gasosas.

→Gestação - A pirose e a regurgitação aumentam durante a gestação pelo crescimento do útero e compressão do estômago;

→Hérnia de hiato Os fatores anatômicos de contensão do refluxo gastroesofágico são alterados pela presença da hérnia hiatal, principalmente nas hérnias moderadas a grandes;

→Uso de medicamentos como os antidepressivos, anti-hipertensivos ente outros aumentam a incidência de refluxos;

→Tabagismo;

→Bebidas alcoólicas;

→Refeições copiosas;

→Esforços físicos excessivo Carregar pesos e atividade física após alimentação.

Diagnóstico
  • Clinico;
  • Laboratorial;
  • Por Imagens.

➼O diagnóstico é baseado nos aspectos clínicos do pacientes.

➼A Endoscopia Digestiva Alta (EDA), método utilizado para diagnosticar as complicações da DRGE e a esofagite de refluxo (presente em 40% dos pacientes com essa patologia).

➼Para detecção do DRGE, o exame padrão ouro é a pHmetria de 24 horas.

Complicações

➩Broncoespasmo (irritação e espasmo das vias respiratórias devido ao suco gástrico) e asma;

➩Fibrose pulmonar;

➩Tosse ou rouquidão crônica;

➩Problemas dentais;

➩Úlcera esofágica;

➩Inflamação do esôfago;

➩Infecções de vias aéreas superiores como sinusite e otite;

➩Estrangulamento (um estreitamento do esôfago devido à cicatrização da inflamação);

➩Esofagite - irritação do esôfago pelo ácido refluído do estômago que danifica o seu revestimento e causa sangramento ou úlceras. Os adultos que têm esofagite crônica, durante muitos anos, são mais propensos a desenvolver alterações pré-cancerosas do esôfago;

➩Estenoses (estreitamentos) que levam a dificuldades de deglutição;

➩Esôfago de Barrett, uma condição em que o tecido que reveste o esôfago é substituído por tecido semelhante ao revestimento do intestino. Um pequeno número de pessoas com esôfago de Barrett desenvolve um tipo raro, no entanto, muitas vezes mortal de câncer do esôfago.

Imagem endoscópica de um esôfago de Barrett.
Observe a mancha de "cor salmão" da lesão causada pela exposição prolongada do esôfago ao conteúdo gástrico ácido.
   

Tratamento
  • Clinico;
  • Medicamentosos;
  • Cirurgicos.
➦Clínico é baseado na mudança do estilo e hábitos de vida, no controle da secreção de ácido pelo estômago e acelerando o esvaziamento gástrico.

➦Medicamentosos são os chamados inibidores de bomba protônica (omeprazol, lanzoprazol, rabeprazol), que diminuem muito a secreção de ácido pelo estômago e os pró-cinéticos (bromoprida, domperidona), que promovem o esvaziamento gástrico mais rápido.

➦Cirúrgico geralmente é realizado por videolaparoscopia e consiste em se confeccionar uma válvula utilizando o fundo gástrico que é costurado em volta do esôfago.

Pode-se corrigir a hérnia de hiato (quando esta estiver presente) colocando o estômago na sua posição normal e diminuindo o hiato esofágico através da crurorrafia, que é a aproximação dos músculos do pilar diafragmático.

A cirurgia só é indicada quando o paciente não se adapta às medidas comportamentais e aos medicamentos ou quando não se obtém o desaparecimento dos sintomas.

O tratamento cirúrgico deve ser individualizado caso a caso e é quase consenso diante do esôfago de Barrett.

Quase 95% dos pacientes ficam livres dos sintomas e de medicamentos com a cirurgia.


27 janeiro 2020

Hipotireoidismo

O hipotireoidismo é a alteração na produção dos hormônios da tireoide, que é uma glândula localizada na região do pescoço.
No hipotireoidismo os hormônios triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4) passam a ser produzidos em um nível inferior do que o organismo necessita, interferindo no funcionamento do metabolismo.
O T3 é produzido em pouca quantidade e atua no ritmo do funcionamento dos órgãos, já o T4 é produzido em maior quantidade, porém é menos potente no organismo e, no decorrer do trajeto percorrido pelo corpo, ele é transformado em T3.

Essa falha na produção do T3 e T4 que causa o hipotireoidismo.

Causas

A causa mais comum é a Tireoidite de Hashimoto, uma doença autoimune que atinge com mais frequência mulheres com mais de 50 anos, no qual a glândula tiroide passa a ser alvo dos anticorpos, agindo como se fosse nociva ao próprio corpo.

Considerada uma doença congênita, o hipotireoidismo pode ocorrer em pessoas que possuem familiares próximos com a doença ou que já tenham sofrido intervenções cirúrgicas para retirada parcial ou total da tireoide.

A baixa produção dos hormônios pela tireoide também pode estar relacionada à deficiência de iodo, aumento do tamanho da tireoide e até mesmo consequência do tratamento para hipertireoidismo, pois com a ingestão dos hormônios que já estão presentes no organismo, a tireoide passa a diminuir a produção natural.

Além dessas causas, outros fatores podem indicar hipotireoidismo:

→Quem fez radioterapia na região da cabeça ou pescoço;
→Pessoas com diabetes tipo 1;
→Pessoas com doença autoimune;
→Casos de insuficiência cardíaca;
→Portadores de Síndrome de Down;
→Portadores de Síndrome de Turner;
→Produção de leite sem estar amamentando ou fora da gravidez.

Sintomas

Os sintomas do hipotireoidismo estão relacionados à alteração no metabolismo e muitas vezes são percebidos somente no decorrer dos anos, sendo os mais comuns:
  • Cansaço;
  • Desânimo;
  • Indisposição;
  • Dores nos músculos e articulações;
  • Diminuição de concentração;
  • Sensação de frio excessivo;
  • Ganho de peso sem causa aparente;
  • Alteração nos batimentos cardíacos;
  • Pele seca, unhas frágeis e quebradiças.

Diagnóstico

O hipotireoidismo pode ser diagnosticado através de exames físicos, laboratoriais e ultrassom.

➟O exame físico consiste na análise manual realizada pelo médico, que palpa a região do pescoço e analisa se há inchaço e alteração de formato. Diferente do hipertireoidismo, o hipotireoidismo não costuma ter alteração visual.

➞O exame laboratorial é a realização de exames de sangue para detectar as dosagens dos hormônios T3, T4 e TSH. O TSH é o hormônio estimulante da tireoide, que por sua vez é produzido pela glândula hipófise.
Também pode ser realizado um exame de anticorpos para que se tenha conhecimento se a glândula tiroide já possui alterações ou se ainda vai desenvolvê-las.

➞A realização do ultrassom é feita para identificar possíveis nódulos sentidos durante a palpação.

Tratamento

O tratamento para o hipotireoidismo consiste basicamente na reposição hormonal, que deve ser realizada de acordo com cada paciente.
➠É recomendada a ingestão de hormônios T4, que são absorvidos pelo corpo e transformados no hormônio T3 naturalmente pelo corpo.
➠O ajuste da dose de hormônios deve ser feita de forma regular, com acompanhamento médico, que verifica a partir dos níveis de TSH a necessidade de aumentar ou diminuir a ingestão de T4.

Alimentação como parte do tratamento do hipotireoidismo

A alimentação também pode contribuir positivamente para o tratamento do hipotireoidismo, auxiliando na diminuição dos sintomas.

Os alimentos que podem ajudar na conversão dos hormônios de forma ativa são:

Vitamina A: cenoura, abóbora, manga, mamão e batata doce;

Zinco: feijão e oleaginosas como castanhas, grão de bico e amendoim;

Ômega 3: peixes de água salgada, como sardinha e pescada.

Alguns alimentos podem interferir na conversão dos hormônios e sugere-se que sejam evitados por quem possui hipotireoidismo. 

Esses alimentos são:
  • Soja e derivados
  • Flúor
  • Cloro contido nos adoçantes.


24 janeiro 2020

Doenças diarreicas agudas (DDA)

As doenças diarreicas agudas (DDA) correspondem a um grupo de doenças infecciosas gastrointestinais. São caracterizadas por uma síndrome em que há ocorrência de no mínimo três episódios de diarreia aguda em 24 horas, ou seja, diminuição da consistência das fezes e aumento do número de evacuações, quadro que pode ser acompanhado de náusea, vômito, febre e dor abdominal. Em geral, são doenças autolimitadas com duração de até 14 dias. Em alguns casos, há presença de muco e sangue, quadro conhecido como disenteria. A depender do agente causador da doença e de características individuais dos pacientes, as DDA podem evoluir clinicamente para quadros de desidratação que variam de leve a grave.

A diarreia pode ser de origem não infecciosa podendo ser causada por medicamentos, como antibióticos, laxantes e quimioterápicos utilizados para tratamento de câncer, ingestão de grandes quantidades de adoçantes, gorduras não absorvidas, e até uso de bebidas alcoólicas, por exemplo. Além disso, algumas doenças não infecciosas também podem desencadear diarreia, como a doença de Chron, as colites ulcerosas, a doença celíaca, a síndrome do intestino irritável e intolerâncias alimentares como à lactose e ao glúten.

IMPORTANTE: Se tratadas incorretamente ou não tratadas, as doenças diarreicas agudas podem levar à desidratação grave e ao distúrbio hidroeletrolítico, podendo ocorrer óbito, principalmente quando associadas à desnutrição ou à imunodepressão.

Etiologia

As doenças diarreicas agudas (DDA) podem ser causadas por diferentes microrganismos infecciosos (bactérias, vírus e outros parasitas, como os protozoários) que geram a gastroenterite – inflamação do trato gastrointestinal – que afeta o estômago e o intestino.
➪Consumo de água e alimentos contaminados,
➪Contato com objetos contaminados e também pode ocorrer pelo contato com outras pessoas, por meio de mãos contaminadas, e contato de pessoas com animais.

Fatores de Riscos

Qualquer pessoa, de qualquer faixa etária e gênero, pode manifestar sinais e sintomas das doenças diarreicas agudas após a contaminação. No entanto, alguns comportamentos podem colocar as pessoas em risco e facilitar a contaminação como:

→Ingestão de água sem tratamento adequado;

→Consumo de alimentos sem conhecimento da procedência, do preparo e armazenamento;

→Consumo de leite in natura (sem ferver ou pasteurizar) e derivados;

→Consumo de produtos cárneos e pescados e mariscos crus ou malcozidos;

→Consumo de frutas e hortaliças sem higienização adequada;

→Viagem a locais em que as condições de saneamento e de higiene sejam precárias;

→Falta de higiene pessoal.

ATENÇÃO ESPECIAL: Crianças e idosos com DDA correm risco de desidratação grave. Nestes casos, a procura ao serviço de saúde deve ser realizada em caráter de urgência.

Sinais e sintomas

Ocorrência de no mínimo três episódios de diarreia aguda no período de 24hrs (diminuição da consistência das fezes – fezes líquidas ou amolecidas – e aumento do número de evacuações) podendo ser acompanhados de:
  • Cólicas abdominais.
  • Dor abdominal.
  • Febre.
  • Sangue ou muco nas fezes.
  • Náusea.
  • Vômitos.

Diagnostico

O diagnóstico das causas etiológicas, ou seja, dos microrganismos causadores da DDA é realizado apenas por exame laboratorial por meio de exames parasitológicos de fezes, cultura de bactérias (coprocultura) e pesquisa de vírus.

O diagnóstico laboratorial é importante para determinar o perfil de agentes etiológicos circulantes em determinado local e, na vigência de surtos, para orientar as medidas de controle. Em casos de surto, solicitar orientação da equipe de vigilância epidemiológica do município para coleta de amostras.

IMPORTANTE: As fezes devem ser coletadas antes da administração de antibióticos e outros medicamentos ao paciente. Recomenda-se a coleta de 2 a 3 amostras de fezes por paciente.

O diagnóstico etiológico das Doenças Diarreicas Agudas nem sempre é possível, uma vez que há uma grande dificuldade para a realização das coletas de fezes, o que se deve, entre outras questões, à baixa solicitação de coleta de amostras pelos profissionais de saúde e à reduzida aceitação e coleta pelos pacientes.

Desse modo, é importante que o indivíduo doente seja bem esclarecido quanto à relevância da coleta de fezes, especialmente na ocorrência de surtos, casos com desidratação grave, casos que apresentam fezes com sangue e casos suspeitos de cólera a fim de possibilitar a identificação do microrganismo que causou diarreia. Essa informação será útil para prevenir a transmissão da doença para outras pessoas.

A coleta de fezes para análise laboratorial é de grande importância para a identificação de agentes circulantes e, especialmente em caso de surtos, para se identificar o agente causador do surto, bem como a fonte da contaminação.

Tratamento

O tratamento das doenças diarreicas agudas se fundamenta na prevenção e na rápida correção da desidratação por meio da ingestão de líquidos e solução de sais de reidratação oral (SRO) ou fluidos endovenosos, dependendo do estado de hidratação e da gravidade do caso. Por isso, apenas após a avaliação clínica do paciente, o tratamento adequado deve ser estabelecido, conforme os planos A, B e C descritos abaixo.

Para indicar o tratamento é imprescindível a avaliação clínica do paciente e do seu estado de hidratação. A abordagem clínica constitui a coleta de dados importantes na anamnese, como: início dos sinais e sintomas, número de evacuações, presença de muco ou sangue nas fezes, febre, náuseas e vômitos; presença de doenças crônicas; verificação se há parentes ou conhecidos que também adoeceram com os mesmos sinais/sintomas.

O exame físico, com enfoque na avaliação do estado de hidratação, é importante para avaliar a presença de desidratação e a instituição do tratamento adequado, além disso, o paciente deve ser pesado, sempre que possível.

Se não houver dificuldade de deglutição e o paciente estiver consciente, a alimentação habitual deve ser mantida e deve-se aumentar a ingestão de líquidos, especialmente de água.

Plano A

O plano A consiste em cinco etapas direcionadas ao paciente hidratado para realizar no domicílio:

⇨Aumento da ingestão de água e outros líquidos incluindo solução de SRO principalmente após cada episódio de diarreia, pois dessa forma evita-se a desidratação;

⇨Manutenção da alimentação habitual; continuidade do aleitamento materno;

⇨Retorno do paciente ao serviço, caso não melhore em 2 dias ou apresente piora da diarreia, vômitos repetidos, muita sede, recusa de alimentos, sangue nas fezes ou diminuição da diurese;

⇨Orientação do paciente/responsável/acompanhante para reconhecer os sinais de desidratação; preparar adequadamente e administrar a solução de SRO e praticar ações de higiene pessoal e domiciliar (lavagem adequada das mãos, tratamento da água e higienização dos alimentos);

⇨Administração de Zinco uma vez ao dia, durante 10 a 14 dias.

Plano B

O Plano B consiste em três etapas direcionadas ao paciente com desidratação, porém sem gravidade, com capacidade de ingerir líquidos, que deve ser tratado com SRO na Unidade de Saúde, onde deve permanecer até a reidratação completa.

➠Ingestão de solução de SRO, inicialmente em pequenos volumes e aumento da oferta e da frequência aos poucos. A quantidade a ser ingerida dependerá da sede do paciente, mas deve ser administrada continuamente até que desapareçam os sinais da desidratação;

➠Reavaliação do paciente constantemente, pois o Plano B termina quando desaparecem os sinais de desidratação, a partir de quando se deve adotar ou retornar ao Plano A;

➠Orientação do paciente/responsável/acompanhante para reconhecer os sinais de desidratação; preparar adequadamente e administrar a solução de SRO e praticar ações de higiene pessoal e domiciliar (lavagem adequada das mãos, tratamento da água e higienização dos alimentos);

Plano C

O Plano C consiste em duas fases de reidratação endovenosa destinada ao paciente com desidratação grave. Nessa situação o paciente deverá ser transferido o mais rapidamente possível. Os primeiros cuidados na unidade de saúde são importantíssimos e já devem ser efetuados à medida que o paciente seja encaminhado ao serviço hospitalar de saúde.

➪Realizar reidratação endovenosa no serviço saúde (fases rápida e de manutenção);

➪O paciente deve ser reavaliado após duas horas, se persistirem os sinais de choque, repetir a prescrição; caso contrário, iniciar balanço hídrico com as mesmas soluções preconizadas;

➪Administrar por via oral a solução de SRO em doses pequenas e frequentes, tão logo o paciente aceite. Isso acelera a sua recuperação e reduz drasticamente o risco de complicações.

➪Suspender a hidratação endovenosa quando o paciente estiver hidratado, com boa tolerância à solução de SRO e sem vômitos.

OBSERVAÇÃO: O Tratamento com antibiótico deve ser reservado apenas para os casos de DDA com sangue ou muco nas fezes (disenteria) e comprometimento do estado geral ou em caso de cólera com desidratação grave, sempre com acompanhamento médico.

Complicações

A principal complicação é a desidratação, que se não for corrigida rápida e adequadamente, em grande parte dos casos, especialmente em crianças e idosos, pode causar complicações mais graves.

O paciente com diarreia deve estar atento e voltar imediatamente ao serviço de saúde se não melhorar ou se apresentar qualquer um dos sinais e sintomas:
  • Piora da diarreia;
  • Vômitos repetidos;
  • Muita sede;
  • Recusa de alimentos;
  • Sangue nas fezes;
  • Diminuição da urina.


Transmissão

A transmissão das doenças diarreicas agudas pode ocorrer pelas vias oral ou fecal-oral.

Transmissão indireta - Pelo consumo de água e alimentos contaminados e contato com objetos contaminados, como por exemplo, utensílios de cozinha, acessórios de banheiros, equipamentos hospitalares.

Transmissão direta - Pelo contato com outras pessoas, por meio de mãos contaminadas e contato de pessoas com animais.

Os manipuladores de alimentos e os insetos podem contaminar, principalmente, os alimentos, utensílios e objetos capazes de absorver, reter e transportar organismos contagiantes e infecciosos. Locais de uso coletivo, como escolas, creches, hospitais e penitenciárias apresentam maior risco de transmissão das doenças diarreicas agudas.

O período de incubação, ou seja, tempo para que os sintomas comecem a aparecer a partir do momento da contaminação/infecção, e o período de transmissibilidade das DDA são específicos para cada agente etiológico.

Prevenção

As intervenções para prevenir a diarreia incluem ações institucionais de saneamento e de saúde, além de ações individuais que devem ser adotadas pela população:

👉Lave sempre as mãos com sabão e água limpa principalmente antes de preparar ou ingerir alimentos, após ir ao banheiro, após utilizar transporte público ou tocar superfícies que possam estar sujas, após tocar em animais, sempre que voltar da rua, antes e depois de amamentar e trocar fraldas.

👉Lave e desinfete as superfícies, os utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos.

👉Proteja os alimentos e as áreas da cozinha contra insetos, animais de estimação e outros animais (guarde os alimentos em recipientes fechados).

👉Trate a água para consumo (após filtrar, ferver ou colocar duas gotas de solução de hipoclorito de sódio a 2,5% para cada litro de água, aguardar por 30 minutos antes de usar).

👉Guarde a água tratada em vasilhas limpas e com tampa, sendo a “boca” estreita para evitar a recontaminação;

👉Não utilize água de riachos, rios, cacimbas ou poços contaminados para banhar ou beber.

👉Evite o consumo de alimentos crus ou malcozidos (principalmente carnes, pescados e mariscos) e alimentos cujas condições higiênicas, de preparo e acondicionamento, sejam precárias.

👉Ensaque e mantenha a tampa do lixo sempre fechada; quando não houver coleta de lixo, este deve ser enterrado em local apropriado.

👉Use sempre o vaso sanitário, mas se isso não for possível, enterre as fezes sempre longe dos cursos de água;

👉Evite o desmame precoce. Manter o aleitamento materno aumenta a resistência das crianças contra as diarreias.

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