08 abril 2020

Trauma Abdominal


O trauma abdominal é uma lesão grave no abdômen, responsável por um número expressivo de mortes evitáveis. As lesões abdominais ocorrem muitas vezes em associação com outras, principalmente do tórax. Isso significa que contusão no abdômen pode estar acompanhada de lesão do tórax, bem como lesões penetrantes do abdômen podem levar a lesões também da cavidade torácica.
O abdômen é a terceira região mais acometida no trauma contuso e lesão traumática importante pode não ser reconhecida de forma suficientemente rápida.

Etiologia

➽Os acidentes são uma causa comum de trauma abdominal fechado;

Os cintos reduzem a incidência de trauma na cabeça e no peito, mas representam uma ameaça para os órgãos abdominais, como os pâncreas e intestino, que normalmente pressionadas contra a coluna vertebral.

As crianças são especialmente vulneráveis ​​a lesões abdominais dos cintos de segurança, porque possuem regiões abdominais mais suaves e o cinto de segurança não foi projetado para encaixá-las.

➽Colisões;
➽Queda de Alturas;
➽Acidentes de bicicleta;
➽Acidentes associadas a pratica de esportes;
➽Ferimento por arma de fogo,
➽Ferimentos por arma branca.

Classificação

⇨O trauma abdominal pode ser fechado ou aberto.

Trauma Abdominal Fechado

Diretos - Às lesões por impacto contra o cinto de segurança nos acidentes.

Indiretos - São de especial consequência às lesões por mecanismo de aceleração/ desaceleração também nos acidentes de trânsito.

Este tipo de trauma, também conhecido como contusão do abdômen, ocorre quando há transferência de energia cinética, através da parede do abdômen, para os órgãos internos, lesando-os. Isso ocorre em colisões do abdômen contra anteparos, como:

⇢Painel;
⇢Cinto de segurança abdominal;
⇢Volante de veículos;
⇢Choque de objetos contra o abdômen em atividades esportivas;
⇢Agressões Físicas;
⇢Ondas de choque provocadas por explosões em acidentes de trabalho;
⇢Choque contra equipamentos de recreação infantil (balanças, gangorras);

Outro mecanismo que leva a lesões de estruturas abdominais é a desaceleração súbita que ocorre em quedas de desníveis, como:

⇢Muros;
⇢Telhados e andaimes.

Levando à ruptura das estruturas abdominais sólidas ou ocas, nos seus pontos de fixação.

Enfim, qualquer trauma contra a região abdominal que não leve à solução de continuidade da parede abdominal e que transfira energia, lesando órgãos intra-abdominais.

O trauma abdominal fechado pode ser associado à fratura da pelve, que leva à perda adicional de grande quantidade de sangue par a cavidade abdominal ou retroperitônio, sem sinais externos de hemorragia.

O diafragma, músculo que separa o tórax do abdômen, pode romper-se em contusões abdominais de vísceras, fazendo migrar o abdômen para o tórax, comprometendo a expansão dos pulmões e a ventilação.

Trauma Abdominal Aberto

Penetrantes

Afetam o peritônio, comunicando a cavidade abdominal com o exterior. É quando ocorre solução de continuidade, ou seja, a penetração da parede abdominal por objetos, projéteis, armas brancas, ou a ruptura da parede abdominal provocada por esmagamentos. A penetração limita-se à parede do abdômen sem provocar lesões internas.

Perfurantes

Quando há envolvimento visceral (de víscera oca ou maciça). É quando o objeto que penetrar na cavidade abdominal atingir alguma víscera, lesando órgãos e estruturas.

Lembrar sempre que o projétil de arma de fogo ou a arma branca podem lesar estruturas do tórax associadas ao abdômen. O ponto de penetração refere se não somente à parede anterior do abdômen como também à parede lateral e à região dorsal ou lombar.

Objetos introduzidos na vagina ou no reto (situações conhecidas como empalamento) podem penetrar a cavidade abdominal, pela lesão dessas estruturas, com grave repercussão.

As lesões abdominais compreendem ruptura ou laceração dos órgãos ocos, fazendo extravasar conteúdo das vísceras (fezes, alimentos, bile, suco gástrico e pancreático e urina), o que provoca a infecção conhecida por peritonite.

Assim como de estruturas sólidas (fígado, baço, pâncreas e rins), causando hemorragias internas, muitas vezes despercebidas logo após o trauma.

Sinais e sintomas

Todo paciente traumatizado deve ser atendido seguindo-se a sistematização do exame primário do Advanced Trauma Life Support (ATLS).
  • Dor no local do trauma;
  • Dor abdominal difusa - peritonismo;
  • Rigidez de parede - abdome em tábua;
  • Sinais de choque hipovolêmico;
  • Fraturas de costelas inferiores;
  • Equimoses na parede abdominal e na bolsa escrotal, região dos flancos, ao redor do umbigo;
  • Hematomas na parede abdominal;
  • Ferimento na parede do abdome, dorso e no tórax, abaixo do mamilo;
  • Sinal do “cinto de segurança”;
  • Sangramento pela uretra, vagina e reto.

Diagnóstico
  • Exame Físico – Importante, mas não confiável;
  • Por Imagens – Rx, Tomografia;
  • Laboratorial – Hmg, Tipagem Sanguínea.

Atendimento Pré-hospitalar

→No trauma abdominal, a hemorragia constitui prioridade de tratamento, por ser causa de morte nas primeiras horas.

→Nenhum tratamento instituído na fase pré-hospitalar do atendimento vai conter a hemorragia de órgãos e estruturas abdominais. Em algumas vítimas, essa hemorragia é mais lenta e dá certa estabilidade inicial, mas, se não controlada, agrava as condições da vítima.

→As medidas de acesso venoso e infusão de soro não devem retardar o encaminhamento da vítima, mas são úteis em casos de transporte a longa distância, que ultrapassem 10 minutos, e quando não retardem o atendimento definitivo.

→Comunicar rapidamente o médico regulador quanto à natureza do trauma e ao estado hemodinâmico, pela medida da pressão arterial e do pulso.

→Deslocar-se ao hospital de referência após autorização do médico regulador sem maior demora. A ambulância pode ser interceptada no seu percurso ao hospital pelo médico para medidas de suporte avançado.

→Desobstruir as vias aéreas permitindo boa ventilação;

→Ministrar oxigênio a 12 ou 15 litros por minuto;

→Elevar os membros inferiores (posição de choque);

→Aquecer a vítima evitando a hipotermia, que agrava o estado de choque;

→Controlar hemorragias externas de ferimentos ou imobilizar fraturas de ossos longos, como fêmur e úmero, da maneira mais rápida possível, sem retardar o transporte, para minimizar perdas adicionais de sangue;

→Em caso de evisceração (saída de vísceras por ferimentos abdominais), limpar essas vísceras de detritos grosseiros com soro fisiológico e cobri-las com plástico esterilizado próprio para esse fim ou com compressas úmidas a fim de isolá-las do meio ambiente. Em hipótese alguma, tentar reintroduzir as vísceras no abdômen, porque o sangramento se agrava ou propicia o extravasamento de fezes.



→Em casos de objetos que penetrem no abdômen, como pedaços de ferro, madeira ou outros, nunca os retirar. Corte-os, se necessário, e proteja-os para que não se movam durante o transporte. Esses corpos estranhos só podem ser retirados em centro cirúrgico, onde haja condições de controlar o sangramento.


02 abril 2020

Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)


Para compreender o que é a esclerose lateral amiotrófica, é necessário antes saber como funciona a interação entre nervos e músculos.

O sistema motor é que nos permite executar todos os movimentos. Qualquer contração muscular voluntária é realizada graças à ativação de um grupo de neurônios chamados de “neurônio motor”. Se você mexe as penas, levanta os braços, abaixa a cabeça ou resolve sentar, todos esses movimentos nasceram dentro do seu cérebro, que, através de estímulos elétricos, fez a mensagem chegar aos grupamentos musculares que você pretende usar.
 
Existem 2 tipos de neurônio motor:
➨Neurônio motor superior, também chamado de primeiro neurônio motor;

➨Neurônio motor inferior, conhecido como segundo neurônio motor.

O primeiro neurônio motor fica dentro do cérebro, em uma área chamada córtex cerebral. Para que qualquer músculo de contração voluntária se mova, o primeiro neurônio emite um impulso elétrico que viaja pelo cérebro, passa pelo tronco cerebral e chega à medula espinhal localizada na coluna vertebral.

Na medula espinhal encontra-se o segundo neurônio motor, que é estimulado ao receber o impulso elétrico vindo do primeiro neurônio. O segundo neurônio motor dá origem aos nervos periféricos que se distribuem pelo corpo de forma a inervar os músculos.

A medula espinhal ocupa todo o canal central da coluna vertebral, indo da região cervical (pescoço) até o início da coluna lombar. As regiões do corpo são inervadas de cima para baixo, ou seja, os segundos neurônios motores que inervam os membros superiores se localizam na região da coluna cervical, enquanto que os segundos neurônios motores que inervam os membros inferiores localizam-se mais embaixo, na altura das primeiras vértebras lombares.

Os nervos periféricos são principalmente constituídos de axônios, às vezes muito longos, como os que levam informações da medula até a ponta dos pés.

Obs: no caso dos nervos cranianos, que inervam os músculos da face, como olhos e boca, o segundo neurônio motor fica no tronco cerebral, região logo abaixo do cérebro.

Quando uma pessoa sofre um acidente com grave injúria da medula espinhal, ela perde exatamente esse contato entre o primeiro neurônio motor do cérebro e do segundo neurônio motor na medula. 

Se a lesão medular for na altura da coluna cervical, o paciente perde os movimentos do pescoço para baixo. Se a lesão for mais baixa, no final da coluna torácica ou na coluna lombar, ele perde apenas os movimentos dos membros inferiores.
Esclerose Lateral Amiotrófica é uma doença que afeta o sistema nervoso de forma degenerativa e progressiva e acarreta em paralisia motora irreversível. Pacientes com a doença sofrem paralisia gradual e morte precoce como resultado da perda de capacidades cruciais, como falar, movimentar, engolir e até mesmo respirar. 

O físico britânico Stephen Hawking, morto em 2018, foi um dos portadores mais conhecidos mundialmente da ELA.

Não há cura para a Esclerose Lateral Amiotrófica. Com o tempo, as pessoas com doença perdem progressivamente a capacidade funcional e de cuidar de si mesmas. O óbito, em geral, ocorre entre três e cinco anos após o diagnóstico. Cerca de 25% dos pacientes sobrevivem por mais de cinco anos depois do diagnóstico.

A descrição do seu nome, Esclerose Lateral Amiotrófica.

Esclerose - endurecimento e cicatrização.

Lateral - endurecimento da porção lateral da medula espinhal.

Amiotrófica - fraqueza que resulta na redução do volume real do tecido muscular, atrofia.

A ELA é uma das principais doenças neurodegenerativas ao lado das doenças de Parkinson e Alzheimer. A idade é o fator preditor mais importante para a sua ocorrência, sendo mais prevalente nos pacientes entre 55 e 75 anos de idade.
Por ser um distúrbio progressivo, a ELA envolve a degeneração do sistema motor em vários níveis:
  • Bulbar;
  • Cervical;
  • Torácico;
  • Lombar.

A incidência da ELA - Esclerose Lateral Amiotrófica (média cerca de 1 / 50, 000 por ano) e prevalência (média cerca de 1 / 20, 000) são relativamente uniformes nos países ocidentais, apesar de terem descritos focos de maior frequência no Pacífico Ocidental. No geral, há uma ligeira preponderância do sexo masculino (razão entre homens e mulheres de cerca de 1,5:1).

Causas

As causas ainda não são conhecidas, no entanto sabe-se que em cerca de 10% dos casos ela é causada por um defeito genético. Na prática, os neurônios dos pacientes acometidos pela doença se desgastam ou morrem e já não conseguem mais mandar mensagens aos músculos.

Isso gera a curto e médio prazo enfraquecimento dos músculos, contrações involuntárias e incapacidade de mover os braços, as pernas e o corpo. A doença piora lentamente. Quando os músculos do peito param de trabalhar, fica muito difícil respirar por conta própria.
Além disso, outras causas que podem estar são:

➔Mutação genética;

➜Desequilíbrio químico no cérebro (níveis de glutamato mais elevado), o que é tóxico para as células nervosas;

➜Doenças autoimunes;

➜Mau uso de proteínas.

Fatores de Risco

Não existem fatores de risco ou comportamentos de risco conhecidos. No entanto, sabe-se que parentes próximos de alguém que tenha a doença têm chances de adquiri-la também, tendo em vista que uma das causas são exatamente os fatores genéticos/hereditários.

Sintomas

Os sintomas começam a aparecer após os 50 anos, mas também podem surgir em pessoas mais novas. Entre outros sinais e sintomas:

⇨Perda gradual de força e coordenação muscular;

⇨Incapacidade de realizar tarefas rotineiras, como subir escadas, andar e levantar;

⇨Dificuldades para respirar e engolir;

⇨Engasgar com facilidade;

⇨Babar;

⇨Gagueira (disfemia);

⇨Cabeça caída;

⇨Cãibras musculares;

⇨Contrações musculares;

⇨Problemas de dicção, como um padrão de fala lento ou anormal (arrastando as palavras);

⇨Alterações da voz, rouquidão;

⇨Perda de peso.
ELA - Esclerose Lateral Amiotrófica não afeta os sentidos (visão, olfato, paladar, audição e tato) e raramente atinge o funcionamento da bexiga, dos intestinos ou a capacidade de pensamento e raciocínio de uma pessoa.

 

 Diagnóstico

Análise clínica e exame físico, que pode mostrar algumas deficiências físicas, sinais e sintomas que podem estar relacionados à doença.

👉Tremores;

👉Espasmos e contrações musculares, ou perda de tecido muscular (atrofia)

👉Atrofia e contrações involuntárias da língua são comuns.

👉Além disso, a pessoa pode ter um jeito de andar rígido ou desajeitado. 

👉Os reflexos são anormais. Há mais reflexos nas articulações, mas pode haver perda do reflexo faríngeo;

👉Alguns pacientes têm problemas para controlar o choro ou o riso, estado chamado de "incontinência emocional".

👉Exames de sangue, para descartar outras doenças;

👉Teste respiratório, para verificar se os músculos do pulmão foram afetados;

👉Tomografia computadorizada;

👉Ressonância magnética da coluna cervical, para garantir que não exista uma doença ou lesão no pescoço, que pode ser semelhante à ELA;

👉Eletromiografia;

👉Teste genético, se houver um histórico familiar de ELA;

👉Estudos de condução nervosa;

👉Testes de deglutição;

👉Punção lombar.

Tratamento
 

👉A cura ainda não existe, porém o MS dispõe de uma medicação por nome de riluzol que é distribuído gratuitamente por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).


O riluzol reduz a velocidade de progressão da doença e prolonga a vida do paciente.

O tratamento, portanto, visa desacelerar a progressão da doença, impedir suas complicações e melhorar a qualidade de vida.

A fisioterapia, apoio psicológico, fonoaudiólogo e nutricional são essenciais para se atingir estes objetivos.

O Ministério da Saúde oferece ainda Práticas Integrativas e Complementares, como cuidados paliativos terapêuticos, ajudando na promoção, prevenção e tratamento de doenças crônicas ou raras, como ELA. Essas práticas possuem recursos tecnológicos simplificados e potentes, que podem contribuir ao longo de todo o tratamento, tanto para o paciente quanto para os familiares.

Os cuidados paliativos são uma abordagem de tratamento que promove a qualidade de vida de pacientes que enfrentam doenças que ameacem a continuidade de vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento. Estão previstos nos cuidados paliativos tratamentos para dor e outros problemas de natureza física, psíquica, espiritual e social.

Reabilitação

No âmbito da reabilitação, a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) pode englobar medidas relacionadas à dor, prevenção de contraturas musculares e articulares fixas com uso de órteses, tratamento das dificuldades da fala, da deglutição, dificuldades respiratórias e suporte familiar. Esses tratamentos podem ser feitos nos Centros Especializados em Reabilitação do SUS.

O acompanhamento na reabilitação é baseado em avaliações multidisciplinares das necessidades e capacidades das pessoas com deficiência, incluindo dispositivos e tecnologias assistivas, e com foco na produção da autonomia e o máximo de independência em diferentes aspectos da vida. 

O processo de reabilitação tem o objetivo de melhorar a funcionalidade e promover a inclusão social das pessoas com deficiência em seu ambiente social, por meio de medidas de prevenção da perda funcional, de redução do ritmo da perda funcional, da melhora ou recuperação da função; da compensação da função perdida; e da manutenção da função atual.

Complicações
  • Aspiração de comida ou líquido;
  • Perda da capacidade de cuidar de si mesmo;
  • Insuficiência pulmonar;
  • Pneumonia;
  • Escaras (úlceras de pressão);
  • Perda de peso acentuada;
  • Incapacidade de respirar sozinho;
  • Incapacidade de engolir;
  • Incapacidade de falar;
  • Morte.

Prevenção

Infelizmente, não existem evidências na literatura médica e científica mundial formas de prevenir a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).



09 março 2020

Meningite


Meningite é uma inflamação aguda das membranas protetoras que revestem o cérebro e a medula espinal, denominadas coletivamente por meninges.

Causas

A meningite de origem infecciosa pode ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas.

Existem muitos tipos de bactérias que podem causar meningite. As principais causas no Brasil são:
  • Neisseria meningitidis (meningococo);
  • Streptococcus pneumoniae (pneumococo);
  • Haemophilus influenzae;
  • Mycobacterium tuberculosis;
  • Streptococcus sp., especialmente os do Grupo B;
  • Listeria monocytogenes;
  • Escherichia coli;
  • Treponema pallidum;
  • Entre outras

As causas mais comuns de meningite bacteriana variam de acordo com o grupo etário:

👉Recém-nascidos: Streptococcus do grupo B, Streptococcus pneumoniae, Listeria monocytogenes, Escherichia coli.

👉Bebes e crianças: Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae, Streptococcus do grupo B.

👉Adolescentes e adultos jovens: Neisseria meningitidis, Streptococcus pneumoniae.

👉Idosos: Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae, Streptococcus do grupo B, Listeria monocytogenes.

Os principais agentes virais que podem causar meningite são:

⤷Enterovírus não-pólio (tais como os vírus Coxsackie, e Echovírus);

⤷Vírus do grupo Herpes (incluindo o herpes simplex, o vírus da varicela zoster, Epstein-Barr e Citomegalovírus);

⤷Arbovírus (tais como dengue, Zika, Chikungunya, febre amarela, e o vírus da febre do Nilo Ocidental);

⤷Vírus do Sarampo;

⤷Vírus da Caxumba;

⤷Adenovírus;

⤷Entre outros.

Por Fungos:

  • Cryptococcus neoformans;
  • Cryptococcus gatti;
  • Candida albicans;
  • Candida tropicalis;
  • Histoplasma capsulatum;
  • Paracoccidioides brasiliensis;
  • Aspergillus fumigatus.

Por Protozoários
  • Toxoplasma gondii;
  • Trypanosoma cruzi;
  • Plasmodium sp.

Por Helmintos

  • Infecção larvária da Taenia solium;
  • Cysticercus cellulosae (Cisticercose);
  • Angyostrongylus cantonensis.

Sintomas

Meningite bacteriana

Os sintomas da meningite incluem início súbito de febre, dor de cabeça e rigidez do pescoço. Muitas vezes há outros sintomas, como:

→Mal estar;
→Náusea;
→Vômito;
→Fotofobia (aumento da sensibilidade à luz);
→Status mental alterado (confusão).

Com o passar do tempo, alguns sintomas mais graves de meningite bacteriana podem aparecer, como: convulsões, delírio, tremores e coma.

Em recém-nascidos e bebês, alguns dos sintomas descritos acima podem estar ausentes ou difíceis de serem percebidos. O bebê pode ficar irritado, vomitar, alimentar-se mal ou parecer letárgico ou irresponsivo a estímulos. Também podem apresentar a fontanela (moleira) protuberante ou reflexos anormais.

Na septicemia meningocócica (também conhecida como meningococemia) que é uma infecção na corrente sanguínea causada pela bactéria Neisseria meningitidis, além dos sintomas descritos acima, podem aparecer outros como:
  • Fadiga;
  • Mãos e pés frios;
  • Calafrios;
  • Dores severas ou dores nos músculos, articulações, peito ou abdômen (barriga);
  • Respiração rápida;
  • Diarreia;
  • Manchas vermelhas pelo corpo.

Meningite viral

Os sintomas iniciais da meningite viral são semelhantes aos da meningite bacteriana. No entanto, a meningite bacteriana é geralmente mais grave.
  • Febre;
  • Dor de cabeça;
  • Rigidez no pescoço;
  • Náusea;
  • Vômito;
  • Falta de apetite;
  • Irritabilidade;
  • Sonolência ou dificuldade para acordar do sono;
  • Letargia (falta de energia);
  • Fotofobia (aumento da sensibilidade à luz).

Em recém-nascidos e bebês, alguns dos sintomas descritos acima podem estar ausentes ou difíceis de serem percebidos. O bebê pode ficar irritado, vomitar, alimentar-se mal ou parecer letárgico (falta de energia) ou irresponsivo a estímulos. Também podem apresentar a fontanela (moleira) protuberante ou reflexos anormais.

Meningite de parasitas

Tal como acontece com a meningite causada por outras infecções, as pessoas que desenvolvem este tipo de meningite podem apresentar dores de cabeça, rigidez no pescoço, náuseas, vômitos, fotofobia (sensibilidade à luz) e/ou estado mental alterado (confusão).

Meningite por fungos

Os sinais e sintomas de meningite fúngica são parecidos com os causados por outros tipos de agentes etiológicos, como segue: febre, dor de cabeça, rigidez no pescoço, náusea, vômitos, fotofobia (sensibilidade à luz), e status mental alterado (confusão).

Transmissão

A transmissão varias de acordo o tipo.

Meningite Bacteriana

Geralmente, as bactérias que causam meningite bacteriana se espalham de uma pessoa para outra por meio das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. Já outras bactérias podem se espalhar por meio dos alimentos, como é o caso da Listeria monocytogenes e da Escherichia coli.
É importante saber que algumas pessoas podem transportar essas bactérias dentro ou sobre seus corpos sem estarem doentes. Essas pessoas são chamadas de “portadoras”. A maioria dessas pessoas não adoece, mas ainda assim pode espalhar as bactérias para outras pessoas.

Meningite Viral

As meningites virais podem ser transmitidas de diversas maneiras a depender do vírus causador da doença.
No caso dos Enterovírus, a contaminação é fecal-oral, e os vírus podem ser adquiridos por contato próximo (tocar ou apertar as mãos) com uma pessoa infectada; tocar em objetos ou superfícies que contenham o vírus e depois tocar nos olhos, nariz ou boca antes de lavar as mãos, trocar fraldas de uma pessoa infectada, depois tocar nos olhos, nariz ou boca antes de lavar as mãos, beber água ou comer alimentos crus que contenham o vírus. Já os Já os Arbovírus são transmitidos por meio de picada de mosquitos contaminados.

Fungos

A meningite fúngica não é transmitida de pessoa para pessoa. Geralmente os fungos são adquiridos por meio da inalação dos esporos (pequenos pedaços de fungos) que entram nos pulmões e podem chegar até as meninges (membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal). Alguns fungos encontram-se em solos ou ambientes contaminados com excrementos de pássaros ou morcegos.
Já um outro fungo, chamado Cândida, que também pode causar meningite, geralmente é adquirido em ambiente hospitalar.

Parasitas

Os parasitas que causam meningite não são transmitidos de uma pessoa para outra, e normalmente infectam animais e não pessoas. As pessoas são infectadas pela ingestão de produtos ou alimentos contaminados que tenha a forma ou a fase infecciosa do parasita.

Diagnóstico

Exame Clinico;

→O sinal de Kernig pode ser avaliado deitando a pessoa de costas, com a anca e joelho flectidos 90º. Numa pessoa com sinal de Kernig positivo, a dor limita a extensão excessiva do joelho. 

→Um sinal de Brudziński positivo ocorre quando a flexão do pescoço causa a flexão involuntária do joelho e anca. Embora estes sinais sejam geralmente usados no diagnóstico de meningite, são de sensibilidade limitada; ou seja, nem sempre ocorrem. No entanto, são muito específicos para a meningite, o que significa que raramente ocorrem em outras doenças. 
Exames laboratoriais são solicita imediatamente para detectar marcadores da inflamação.

  • Proteína C - reativa,
  • Hemograma completo);
  • Hemocultura.
  • LCR - Exame mais importante para o diagnóstico definitivo da meningite, obtido por punção lombar.
  • Exame quimiocitológico do líquor;
  • Bacterioscopia direta (líquor);
  • Cultura (líquor, sangue, petéquias ou fezes);
  • Contra-imuneletroforese cruzada – CIE (líquor e soro);
  • Aglutinação pelo látex (líquor e soro).
O aspecto do líquor, embora não considerado um exame, funciona como um indicativo. O líquor normal é límpido e incolor, como “água de rocha”.
Nos processos infecciosos, ocorre o aumento de elementos figurados (células), causando turvação, cuja intensidade varia de acordo com a quantidade e o tipo desses elementos.

Tratamento

A meningite é uma emergência médica potencialmente fatal. Quando não é tratada atempadamente, a taxa de mortalidade é elevada e a demora no tratamento está associada a um prognóstico menos favorável.

Meningites bacterianas, faz-se uso de antibioticoterapia em ambiente hospitalar;

Meningites virais, na maioria dos casos, não se faz tratamento com medicamentos antivirais. Em geral as pessoas são internadas e monitoradas quanto a sinais de maior gravidade, e se recuperam espontaneamente. Porém alguns vírus como herpes vírus e influenza podem vir a provocar meningite com necessidade de uso de antiviral específico. A devida conduta sempre é determinada pela equipe médica que acompanha o caso.

Meningites fúngicas o tratamento é mais longo, com altas e prolongadas dosagens de medicação antifúngica, escolhida de acordo com o fungo identificado no organismo do paciente. A resposta ao tratamento também é dependente da imunidade da pessoa, e pacientes com história de HIV/AIDS, diabetes, câncer e outras doenças imunodepressoras são tratados com maior rigor e cuidado pela equipe médica.

Meningites por parasitas, tanto o medicamento contra a infecção como as medicações para alívio dos sintomas são administrados por equipe médica em paciente internado. Nestes casos, os sintomas como dor de cabeça e febre são bem fortes, e assim a medicação de alívio dos sintomas se faz tão importante quanto o tratamento contra o parasita.

Prevenção

A meningite é uma síndrome que pode ser causada por diferentes agentes infecciosos. Para alguns destes, existem medidas de prevenção primária, tais como vacinas e quimioprofilaxia.

Vacinas disponíveis no calendário de vacinação da criança do Programa Nacional de Imunização:

➜Vacina meningocócica conjugada sorogrupo C: protege contra a Doença Meningocócica causada pelo sorogrupo C;

➜Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite;

➜Pentavalente: protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo b, como meningite, e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B;

➜BCG: protege contra as formas graves da tuberculose.