03 fevereiro 2020

Seroma

O seroma é uma complicação que pode ocorrer após qualquer cirurgia, sendo caracterizada pelo extravasamento de um líquido semelhante ao plasma, que se acumula abaixo da pele, na região da cicatriz cirúrgica.
Esse acúmulo de líquido é mais comum após cirurgias em que houve corte e manipulação da pele e do tecido gorduroso, causando inflamação. Ocorre após alguns dias da cirurgia e pode demorar semanas para desaparecer totalmente.

Sinais e sintomas:

➥Saída de líquido claro ou transparente pela cicatriz;
➥Inchaço e flutuação locais;
➥Abaulamento da cicatriz;
➥Flutuação no local da cicatriz;
➥Dor na região da cicatriz;
➥Pele avermelhada e aumento da temperatura ao redor da cicatriz.

Tratamento
➨Punção do líquido por meio de agulhas;
➨Colocação de um dreno;
➨Uso de analgésicos e anti-inflamatórios;
➨Uso antibiótico preventivamente, uma vez que o seroma é um excelente meio de cultura para bactérias.

Complicações
👉Caso não seja absorvido espontaneamente ou não for drenado, pode se tornar em uma cápsula fibrosa envolvendo do o local da incisão, logo tratamento adequado tem de ser cirúrgico.


👉O excesso de líquido no seroma pode levar a um aumento de pressão local, podendo ocasionar:

  • Necroses;
  • Infecções;
  • Deiscências.
Prevenção
Embora seja uma complicação bastante comum, pode ser evitada com alguns cuidados:
⇢Curativos compressivos;
⇢Utilizar uma cinta por cima do local da cicatriz;
⇢Repouso.



01 fevereiro 2020

Trauma Facial

Trauma facial trata-se de qualquer ferimento físico localizado na face, podendo afetar, consecutivamente, sua pele, gordura, músculos, nervos e ossos e, nos casos mais graves, se associar a dano cerebral. O trauma facial pode acarretar em perda de sensibilidade na pele, cicatrizes anti-estéticas, retrações, lesões na visão, dificuldade na respiração, paralisia facial e perdas dentárias.


O trauma é um problema mundial de saúde pública. As lesões por trauma intencional ou acidental afetam crianças, adolescentes, adultos jovens e idosos são as principais causas de morte entre pacientes de 1 a 44 anos e a quarta maior causa considerando-se todas as faixas etárias. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), as lesões em cabeça e face podem representar metade das mortes traumáticas.

Considerações anatômicas

O tipo de fratura do esqueleto facial e sua extensão são determinados por fatores anatômicos de forma, tamanho, densidade das estruturas ósseas e suas relações com cavidades ósseas, estruturas musculares e tecido mole que o reveste. Isso vai influenciar no maior ou menor deslocamento dos segmentos fraturados ou proteção da estrutura óssea.

➡A cabeça é constituída pelos ossos do crânio e ossos da face. 

➡O crânio ou neurocrânio, como é chamado, delimita a cavidade craniana, local onde se encontra o encéfalo e as meninges, estruturas do Sistema Nervoso Central (SNC). É constituído pelos ossos:

Frontal, Parietais, Temporais, Esfenoide, Etmoide e Occipital.
O arcabouço facial, viscerocrânio, constitui-se pelos ossos:

Mandíbula, Vômer, Conchas nasais inferiores, Lacrimais, Nasais, Zigomáticos (ou malares), Palatinos, Maxilas e osso hioide.



Ossos da face

Mandíbula - é um osso ímpar e móvel, articula-se com os temporais através dos côndilos, formando a articulação têmporo-mandibular (ATM). A mandíbula consta de um corpo, em forma de ferradura, que apresenta os alvéolos da arcada dentária inferior, e dois ramos, continuação do corpo numa angulação conhecida como ângulo da mandíbula. O ramo da mandíbula apresenta um côndilo, que se articula com a fossa mandibular do temporal, e um processo coronóide; entre o côndilo e o processo coronóide há uma incisura mandibular.

Vômer - é um pequeno osso situado na face inferior do crânio, onde se articula com o osso esfenoide; possui uma lâmina que, juntamente com a lâmina perpendicular do osso etmoide, concorre para a formação do septo nasal ósseo.
Conchas nasais inferiores - são ossos independentes, laminares, situados na cavidade nasal, podem ser observadas através da abertura piriforme do nariz.

Lacrimais - estão situados na parte anterior da parede medial da órbita, e delimitam a fossa do saco lacrimal, que se continua no canal naso-lacrimal, que se abre no meato inferior da cavidade nasal.

Nasais - os ossos nasais, direito e esquerdo, articulam-se entre si no plano mediano, formam o esqueleto ósseo de parte do dorso do nariz.

Zigomáticos (ou malares) - os ossos zigomáticos, direito e esquerdo, são duas massas ósseas salientes que formam as proeminências da face; através do seu processo temporal do osso zigomático, que se articula com o processo zigomático do osso temporal, forma o arco zigomático; limitam a órbita juntamente com a maxila.

Palatinos - direito e esquerdo, são dois pequenos ossos em forma de L, com uma lâmina horizontal e outra, lâmina vertical, localizados atrás das maxilas e anteriormente aos processos pterigóides do osso esfenoide, participam da delimitação das cavidades bucal, nasal e orbitária.

Maxilas - direita e esquerda, ocupam quase toda a face, formando o maxilar. Cada maxila apresenta um corpo, um processo frontal, que se articula com o osso frontal, um processo palatino que, juntamente com a lâmina horizontal do osso palatino, forma o palato duro; processo alveolar, em cujos alvéolos estão implantados os dentes, e um processo zigomático.

Osso hioide - é um osso pequeno, em forma de ferradura, ímpar, e não pertence nem ao crânio nem à face, estando situado na região do pescoço, abaixo da mandíbula e acima da cartilagem tireoide da laringe.


Classificação
  • Fratura nasal;
  • Fratura alvéolo dentária;
  • Fratura de mandíbula;
  • Terço médio da face.
➠Fratura naso-orbitoetmoidal - A fratura ocorre quando há o envolvimento da estrutura nasal, da maxila e órbita. São fraturas complexas e necessitam de cirurgia sob anestesia geral para redução e fixação das fraturas. Geralmente, ocorre em trauma de alto impacto e muitas vezes há fraturas e lesões concomitantes em outras partes do corpo.

➠Fratura do zigoma.

Os danos do tecido mole incluem:
  • Abrasão dentária;
  • Lacerações;
  • Extirpação, contusão e outros.
➠Em fraturas faciais, os ossos mais acometidos são geralmente os ossos nasais, enquanto que o arco zigomático se encontra em segundo lugar e o osso frontal o mais resistente de todos os outros.

Causas

A causa mais frequente de fraturas e ferimentos faciais graves ainda São:

→Acidente automobilístico;
→Ferimentos por arma de fogo;
→Ferimento por arma branca;
→Agressões Físicas, 
→Acidentes domésticos (quedas em escadas, jardins, colégio, praça, etc.),
→Acidentes no trabalho e trauma esportivo.

Recém-nascidos podem sofrer fraturas nasais em seus partos por conta da força na expulsão ou por conta do uso de fórceps.

Os segmentos da população mais afetados são os adolescentes e os adultos jovens.

Sinais e sintomas

As fraturas dos ossos faciais, como em outras fraturas, podem estar relacionadas a dor e inchaço dos tecidos circundantes (tais sintomas podem ocorrer na ausência de fraturas também).

➪Fraturas nasais, na base do crânio ou na maxila podem estar associadas a hemorragias profusas.

➪Deformidades na face, como um osso malar (zigomático) afundado ou dentes que não estão alinhados corretamente, sugerem a presença de fraturas.

➪Assimetrias podem sugerir a fraturas faciais ou danos a determinados nervos do rosto. Sujeitos com fraturas mandibulares possuem, frequentemente, dores e dificuldades em abrir e fechar a boca, e podem ter dormência no lábio e no queixo.

➪Comumente, a pessoa que está com trauma facial sente dor na região frontal, hipoestesia na região do supratroclear, epistaxe e rinoliquorragia, isto é, laceração da dura.

Diagnóstico

O diagnóstico de fraturas faciais é basicamente clínico, com uma avaliação da história do trauma do paciente, através do mesmo ou por familiares e amigos.
  • Através de palpação e inspeção procurando sinais de trauma;
  • Assimetria facial;
  • Afundamento da face;
  • Hemorragia subconjuntival;
  • Observar deslocamentos e movimentações ósseas e edemas.
  • Exames por Imagens:
  • RX;
  • Tomografia computadorizada;
  • Ressonância magnética.
Prevenção
  • Uso o cinto de segurança;
  • Uso de "airbag";
  • Fazer o uso do capacete;
  • O uso de equipamentos de proteção adequados na pratica esportiva;
  • Obedecer às normas de segurança no trabalho.



Depressão pós-parto (DPP)


É uma forma de depressão que afeta mulheres após terem dado à luz a um bebê. Estima-se que cerca de 60% das novas mães passam por uma forte melancolia após o parto conhecida internacionalmente como baby blues. No Brasil cerca de 40% desenvolvem depressão sendo que 10% apresentem a sua forma mais severa. Recomenda-se que uma psicoterapia seja iniciada o mais rápido possível.

A depressão pós-parto ocorre logo após o parto. Os sintomas incluem tristeza e desesperança. Muitas novas mães experimentam alterações de humor e crises de choro após o parto, que se desvanecem rapidamente. Elas acontecem principalmente devido às alterações hormonais decorrentes do término da gravidez. No entanto, algumas mães experimentam esses sintomas com mais intensidade, dando origem à depressão pós-parto. Raramente, pode ocorrer uma forma extrema de depressão pós-parto, conhecida como psicose pós-parto.

Acreditava-se que somente as mães sofriam desse mal, no entanto, novos estudos mostram que elas também podem afetar os pais.

Depressão pós-parto não é uma falha de caráter ou uma fraqueza. Se você tem depressão pós-parto, o tratamento imediato pode ajudar a gerir os seus sintomas e desfrutar de seu bebê.

Causas

A depressão pós-parto, assim como a maioria dos transtornos psicológicos, tem como causas fatores biológicos, psicológicos e sociais. Caso a mãe já apresente depressão antes do parto é provável que ocorra seu agravamento. As grandes alterações hormonais durante a gravidez e a diminuição após o parto são um dos principais responsáveis, porém existe uma clara relação entre o suporte social principalmente do parceiro e família, do planejamento da gravidez, de problemas de saúde da criança, dificuldade em voltar ao trabalho, dificuldade sócio-econômica e estado civil com a presença e gravidade da depressão.

Incidência

No Brasil estudos mostram uma prevalência por volta de 40%, enquanto a americana de 60%.

Sintomas

Alguns dos sintomas mais comuns são:
  • Tristeza;
  • Desesperança;
  • Baixa auto-estima;
  • Culpa;
  • Anedonia;
  • Distúrbios de sono;
  • Distúrbios na alimentação;
  • Cansaço e falta de energia;
  • Desinteresse sexual;
  • Aumento na ansiedade;
  • Irritabilidade;
  • Sentimento de incompetência;
  • Isolamento social.

Tratamento

Pode ser tratada com Inibidor seletivo de receptação de serotonina, porém como a maioria dos antidepressivos passam para o leite materno é necessário o uso de substitutos adequados. Logo a psicoterapia é o tratamento mais recomendado. Para mães que preferem resultados mais rápidos a terapia cognitivo-comportamental e a terapia analítico-comportamental demoram por volta de 6 meses.
Uma alimentação adequada, rica em Ômega 3 e sais minerais, e exercícios também são importantes para melhorar o humor e a saúde em geral.
Não há uma única causa para depressão pós-parto. Fatores físicos, emocionais e de estilo de vida podem influenciar de alguma forma no surgimento da doença.

Mudanças físicas

Após o parto, ocorre uma queda dramática nos hormônios estrogênio e progesterona, e essas mudanças por si só podem contribuir para um quadro de depressão pós-parto. Outro hormônio produzido pela glândula tireoide também pode cair bruscamente - o que pode aumentar o cansaço e sensação de tristeza. Mudanças no seu volume de sangue, pressão arterial, sistema imunológico e metabolismo podem contribuir para a fadiga e alterações de humor.

Fatores emocionais

Quando você está privado de sono e sofrendo algum tipo de estresse ou pressão psicológica, você pode ter problemas para lidar com situações do dia a dia. A mãe também pode se sentir menos atraente ou sentir que perdeu o controle sobre sua vida. Qualquer um desses fatores pode contribuir para a depressão pós-parto.

No caso dos homens, a depressão pós-parto pode surgir por conta da preocupação com sua própria capacidade de educar um recém-nascido. A ansiedade em prover uma boa vida para a criança, o aumento das responsabilidades e o suporte que se deve dar ao parceiro (a) estão entre as causas do problema. Apesar de essas causas serem comuns nos pais, também podem ocorrer com as mães.

Estilo de vida

Muitos fatores de estilo de vida podem levar à depressão pós-parto, incluindo um bebê exigente, dificuldade de amamentação, filhos mais velhos com ciúmes, problemas financeiros, falta de apoio do parceiro ou de outros entes queridos.

Fatores de risco

➡História de depressão pós-parto anterior;
➡Falta de apoio da família, parceiro e amigos;
➡Estresse, como um recém-nascido doente, problemas financeiros ou problemas familiares;
→Limitações físicas anteriores ou após o parto;
➡Depressão durante a gravidez;
➡Depressão anterior;
➡Transtorno bipolar;
➡História familiar de depressão ou transtorno bipolar;
➡História de desordem disfórica pré-menstrual (PMDD), que é a forma grave de tensão pré-menstrual (TPM);

Violência doméstica, que podem aumentar durante a gravidez e quando um casal está se ajustando a um novo bebê. Se o seu parceiro é violento ou emocionalmente abusivo, você e seu bebê estão fisicamente em risco, e você tem um maior risco de depressão pós-parto. Procure ajuda se possível.
  • Perder ou ganhar peso;
  • Vontade de comer mais ou menos do que o habitual;
  • Dormir muito ou não dormir o suficiente;
  • Inquietação ou indisposição;
  • Cansaço e energia;
  • Sentimento de indignação ou culpa;
  • Dificuldade para se concentrar ou tomar decisões;
  • Ansiedade e excesso de preocupação.

Psicose pós-parto

Existem também o risco de psicose pós-parto, estimado entre 2 e 4 a cada 1000 partos. Muito mais grave que a depressão, na psicose a perda de contato com a realidade que pode incluir alucinação, delírios, fala desorganizada, humor instável, medo patológico e comportamentos violentos contra si e contra os outros. Pode ser necessário a internação.

Esta condição grave é mais susceptível de afetar as mulheres que têm distúrbio bipolar ou histórico de psicose pós-parto. Os sintomas, que começam geralmente durante as primeiras três semanas após o parto, incluem:

👉Sentir-se desconectada com seu bebê e com as pessoas em seu entorno;
👉Sono perturbado, mesmo quando o bebê está dormindo;
👉Pensamento extremamente confuso e desorganizado, aumentando o risco de prejudicar o bebê, a si mesma ou qualquer pessoa;
👉Mudanças drásticas de humor e comportamento bizarro;
Extrema agitação ou inquietação;
👉Alucinações, que pode ser visuais, auditivas, olfativas ou pode contato;
👉Pensamento delirante que não se baseia na realidade.

Diagnóstico

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) da Associação Americana de Psiquiatria considera depressão pós-parto um subtipo de depressão maior. De acordo com o manual, para depressão pós-parto ser diagnosticada, os sinais e sintomas da depressão devem se desenvolver dentro de quatro semanas após o parto. Sinais de um episódio depressivo incluem, em parte:

➯Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias;
➯Redução de interesse e prazer nas atividades;
➯Mudança significativa no apetite ou mudança inesperada no peso;
➯Incapacidade de dormir (insônia) ou sonolência excessiva (hipersonia);
➯Agitação ou movimentos mais lentos;
➯Fadiga ou falta de energia;
➯Sentimentos de inutilidade;
➯Capacidade reduzida de pensar, concentrar-se ou tomar decisões;
➯Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio.

Para distinguir entre um caso de curto prazo e uma forma mais grave de depressão, o médico ou médica pode pedir para você preencher um questionário de triagem de depressão. Além disso, o médico provavelmente irá realizar exames de sangue para determinar se uma disfunção da tiroide está contribuindo no quadro.

Se há histórico pessoal de depressão, depressão pós-parto, psicose pós-parto ou transtorno bipolar, é importante acompanhar com o médico ou médica de perto antes mesmo dos sintomas começarem. Alguns especialistas sugerem que as mulheres de alto risco tenham seu primeiro check-up pós-natal três ou quatro semanas após o parto, em vez das habituais seis semanas.

Tratamento:

↪Medicamentosos

Os antidepressivos são frequentemente utilizados, geralmente em combinação com a orientação e suporte.
Os antidepressivos são normalmente utilizados durante pelo menos seis meses.
Inibidores seletivos da receptação de serotonina
Antidepressivos tricíclicos.

↪Psicoterapia

O aconselhamento ajuda a prevenir e tratar a depressão pós-parto e depressão durante a gravidez. Para melhorar o sucesso do tratamento, ambos os pais devem tentar participar.
Terapia cognitivo comportamental ajuda a tomar conta da maneira como você pensa e sente.
Aconselhamento interpessoal fornece suporte emocional e ajuda na resolução de problemas e definição de metas.

↪Terapia hormonal

A reposição hormonal pode ajudar a neutralizar a queda rápida nos níveis de estrogênio que acompanha o parto, aliviando os sintomas de depressão pós-parto em algumas mulheres. Entretanto, ainda não é comprovado que a terapia hormonal possa prevenir ou tratar a depressão pós-parto. Tal como acontece com os antidepressivos, é importante pesar os riscos e benefícios potenciais do tratamento com terapia hormonal.

↪Psicose pós-parto

Psicose pós-parto requer tratamento imediato, muitas vezes no hospital. Quando a segurança da paciente está garantida, uma combinação de medicamentos - como antidepressivos, antipsicóticos e estabilizadores de humor - pode ser usado para controlar os sintomas. Às vezes, a eletroconvulsoterapia é recomendada também.
O tratamento para a psicose pós-parto pode afastar a mãe do bebê por muito tempo e tornar a amamentação difícil, e alguns medicamentos utilizados para tratar a psicose pós-parto não são recomendados para mulheres que estejam amamentando.

Complicações

Se não for tratada, a depressão pós-parto pode interferir com o vínculo mãe-filho e causar problemas familiares. Filhos de mães que têm depressão pós-parto não tratada são mais propensos a ter problemas de comportamento, como dificuldades para dormir e comer, crises de birra e hiperatividade. Os atrasos no desenvolvimento da linguagem são mais comuns também.
Depressão pós-parto não tratada pode durar meses ou mais, por vezes tornar-se um distúrbio depressivo crônico. Mesmo quando tratada, depressão pós-parto aumenta o risco de futuros episódios depressivos.

Prevenção
  • Manter uma alimentação saudável,
  • Fazer exercício físico e receber apoio na medida do possível.
  • Evitar uso álcool e outras drogas.


31 janeiro 2020

Placenta Prévia


Placenta prévia é uma complicação obstétrica na qual a placenta está fixada à parede uterina cobrindo parcial ou totalmente o cérvice uterino.
A placenta fica implantada, inteira ou parcialmente, no segmento inferior do útero, a partir da 22.ª semana de gestação.
Classificação quanto a sua localização como placenta acreta, increta e percreta.
  • Acreta é quando quando está inserida profundamente na decídua – camada interna do útero;
  • Increta quando chega a musculatura uterina;
  • Percreta quando ultrapassa a musculatura uterina podendo invadir até órgãos adjacentes, como a bexiga.
O acretismo placentário é uma patologia não muito frequente, afetando cerca de 1 a cada 2.500 partos. A placenta acreta é muito raramente reconhecida antes do nascimento, sendo muito difícil de ser diagnosticada. Enquanto ela pode causar algum sangramento vaginal durante o terceiro trimestre, ela é mais comumente associada com os fatores que desencadeiam a condição.
Tipos:
Existem Três tipos de placenta prévia. O tipo de placenta prévia define o tratamento mais indicado e se a mãe deve fazer uma cesárea ou poderá optar pelo parto normal.
É importante ressaltar que todos os tipos de placenta prévia podem causar hemorragia intensa em algum momento, implicando na necessidade de cesárea de emergência.

Placenta prévia completa

➡Este é o tipo mais grave, com a placenta cobrindo a totalidade do orifício interno do colo do útero. A cesárea é recomendada e, em casos graves, o bebê pode precisar nascer prematuramente.

Placenta prévia parcial

➡A placenta cobre parcialmente a abertura do colo do útero. Nesse caso, o parto vaginal ainda é possível, mas depende do quanto a placenta está cobrindo a abertura uterina. Se necessário, será feita cesárea.

Placenta prévia marginal

➡A placenta prévia marginal acontece quando a parte inferior na placenta encosta nas margens do orifício interno do colo uterino. Qualquer sobreposição durante o parto pode causar pequenos sangramentos. No entanto, partos vaginais são normalmente seguros.

Causas:

Quando ocorre a fecundação do óvulo, este apresenta 2 regiões distintas, uma que vai dar origem ao embrião e a outra que dará origem à placenta. Normalmente, a placentação ocorre na região corporal ou perto do fundo da cavidade uterina, portanto longe do orifício interno do colo uterino. Em alguns casos, essa implantação se dá na porção mais baixa da cavidade uterina, o que pode predispor à ocorrência da placenta de inserção baixa ou mesmo à placenta prévia. Não se sabe exatamente o que causa a placenta prévia. No entanto, os tipos persistentes de placenta prévia têm sido associados com:
  • Cicatrizes do revestimento do útero, como aquelas formadas em cirurgias;
  • Placentas grandes, como aquelas formadas em gestações múltiplas;
  • Mulheres que tem 35 anos ou mais durante a gravidez;
  • Histórico pessoal de placenta prévia.
Fatores de risco:
  • Idade maior que 35 anos;
  • Ter um histórico de abortos múltiplos;
  • Gravidez gemelar ou mais (como ele pode exigir a placenta para crescer mais, aumentando a sua área de superfície);
  • A fertilização in vitro;
  • Uso de drogas;
  • Cirurgias e procedimentos, como a dilatação e curetagem  e remoção de miomas uterinos;
Ter uma placenta prévia aumenta as chances de desenvolver a placenta acreta, increta ou percreta, onde os tecidos da placenta crescer muito profundamente nas paredes uterinas.

Sintomas:

É comum a placenta prévia não apresentar nenhum sintoma, sendo diagnosticada em exames de rotina. No entanto, podem acontecer alguns sinais de alerta, como:
  • Sangramento indolor, especialmente após a 20- 21 semanas é considerado os sintomas característicos mais importantes, ocorrendo em cerca de 80% de todos os casos;
  • Sangramento na gravidez, principalmente na segunda metade;
  • Sinais de trabalho de parto prematuro, como cólicas abdominais, menor dor nas costas e contrações;
  • Sangramento após relações sexuais;
  • Útero medição maior do que a sua idade gestacional;
  • Bebé restante numa posição transversal da culatra ou devido à falta de espaço no útero mais baixo devido à placenta;
No entanto, também é possível ter nenhum sintoma em tudo, com o problema a ser diagnosticada em um exame de ultra-som de rotina.

Diagnóstico:

Clínico: Clinicamente, pela anamnese, é relatada perda sanguínea por via vaginal, indolor, súbita, de cor vermelho-viva, em geral de pequena quantidade. É episódica, recorrente e progressiva. O exame obstétrico revela volume e tono uterinos normais. Habitualmente, os batimentos cardíacos fetais estão mantidos.

Ultra-sonográfico - Confirma o diagnóstico e a localização placentária. Quando o exame ultra-sonográfico não é possível, o toque não deve ser realizado (precavendo-se contra eventual perda sanguínea placentária maciça) e, de preferência, em ambiente com recursos cirúrgicos.

Tratamento:
A conduta depende dos seguintes parâmetros:
  • Tipo de localização placentária;
  • Volume de sangramento;
  • Idade gestacional e condições de vitalidade fetal.
A via de parto dependerá, além das condições maternas, do tipo de placenta prévia.
  • Nas marginais, a via preferencial é a vaginal.
  • Para as totais a indicação de cesariana, com feto vivo ou morto.
  • Para as parciais, há indicação de cesariana.
Se a placenta prévia é descoberta no início da gestação, as chances de melhorar por conta própria são altas. A posição da placenta pode mudar à medida que o útero cresce. Assim, até ao final da gravidez, a placenta pode estar no lugar correto.
Caso o diagnóstico aconteça após a vigésima semana de gravidez e não há sangramento, serão necessários alguns cuidados para evitar uma visita de emergência ao hospital:
  • Atividades extenuantes, como corrida ou levantamento de peso;
  • Evite manter relações sexuais;
  • nem coloque nada em sua vagina.
Procure ajuda se houver algum sangramento vaginal, pode ser necessária internação. Se a data prevista para o parto está próxima, pode ser feita uma cesárea de emergência, uma vez que o parto vaginal poderia perturbar a placenta e causar hemorragia grave.

Complicações possíveis
  • Sangramento vaginal grave, que pode ocorrer durante o trabalho de parto ou nas primeiras horas após o parto.
  • Parto prematuro, uma vez que hemorragias graves podem requerer cesárea de emergência.
Prevenção:

Como as causas de placenta prévia não são conhecidas, não é possível prevenir o problema. O ideal é fazer o acompanhamento pré-natal e informar qualquer  alteração ou sangramento durante a gravidez.



As Vitaminas Fundamentais na Gravidez


Manter uma alimentação saudável durante a gestação é fundamental para garantir que o bebê se desenvolva de maneira saudável enquanto ainda está dentro da sua barriga. A formação inicial de sua estrutura física e cerebral fará diferença no seu desenvolvimento a longo prazo.

Pesquisas realizadas por cientistas europeus, em um grande projeto batizado de Nutrimenthe, que estão sendo concluídas este ano, confirmam a importância de certos nutrientes para a saúde da criança. Eles acompanharam centenas de famílias na Europa para observar o desenvolvimento de seus filhos desde antes do nascimento até os 9 anos.

Os estudos concluíram que o ácido fólico (vitamina B9), recomendado pelos obstetras no primeiro trimestre de gravidez, pode reduzir a chance de problemas comportamentais na infância.
Para chegar a esse resultado, os cientistas do Centro Médico Erasmus, em Roterdã, na Holanda, observaram 4 mil crianças de 18 meses. Eles perceberam que aquelas crianças cujas mães não tomaram ácido fólico durante a gestação tiveram mais chances de desenvolver um comportamento retraído, agressivo, depressivo ou ainda ter problemas de atenção.

Outra pesquisa publicada na revista da Associação Médica Americana (JAMA) diz que o consumo diário de ácido fólico pela mulher, antes de engravidar e nas primeiras semanas de gestação, reduz em até 40% o risco de a criança apresentar autismo.

Para a cientista Cristina Campoy, uma das coordenadoras do projeto, “é importante tentar manter uma boa alimentação durante a gravidez e na primeira infância, pois a nutrição adequada pode ter um efeito positivo na performance mental, anos mais tarde”.

É possível garantir a maior parte dos nutrientes por meio de uma alimentação balanceada. Segundo o obstetra Rubens Paulo Gonçalves Filho, do Hospital Israelita Albert Einstein (SP), o único suplemento vitamínico que o médico seguramente vai receitar para quem acabou de descobrir a gravidez ou está planejando engravidar é justamente o ácido fólico devido a sua importância para a formação neural dos bebês. “Há evidências científicas de que essa vitamina precisa ser reposta, mesmo que a mulher se alimente de maneira adequada. Ela deve ser ingerida preferencialmente três meses antes de engravidar e até a 13ª semana de gestação”, explica o médico.

Rubens afirma que pesquisas recentes reforçaram a importância do consumo do óleo de peixe, rico em ômega 3, para a inteligência da criança e da manutenção de níveis adequados de vitamina D no organismo, o que diminuiria a probabilidade de o bebê nascer com baixo peso. A suplementação desses dois nutrientes, no entanto, não é consenso entre os obstetras. Em alguns casos, as gestantes são orientadas a tomar suplemento de ferro, para evitar anemia no pós-parto.

O mais importante é ter um obstetra de confiança e fazer as consultas de pré-natal. Também é papel do médico orientar a gestante sobre a dieta adequada, identificar possíveis carências nutricionais e eventualmente indicar suplementos ou encaminhá-la para um nutricionista. A grávida não deve tomar suplementos vitamínicos sem o aval do médico. Para saber mais sobre as vitaminas e onde encontrá-las, confira a lista abaixo:

VITAMINA A

Participa do desenvolvimento das células, coração, aparelho circulatório e digestivo do bebê.
Onde encontrar: Óleos de peixe, gema de ovo, frutas vermelhas e amarelas, vegetais amarelos, vermelhos e verde escuros.

COMPLEXO B

Essa família inclui as vitaminas B1, B2, B3, B6, B12 e o ácido fólico. Elas contribuem para a formação de células novas. A vitamina B6 ajuda no desenvolvimento do sistema nervoso do bebê e a B12 é importante para a produção de células vermelhas no sangue.

Onde encontrar: Vegetais, grãos integrais, carne, peixe e leite.

VITAMINA C

Essa vitamina ajuda a produzir tecidos novos, portanto é fundamental para o desenvolvimento do bebê. Além disso, ela ajuda o organismo a absorver o ferro dos alimentos.

Onde encontrar: Frutas cítricas, papaia, vegetais verdes e batatas.

VITAMINA D

É fundamental para a absorção do cálcio e para o desenvolvimento dos ossos e dentes do bebê.

Onde encontrar: Peixes de carne gordurosa, como salmão, ovos, margarina e manteiga. Mas lembre-se: tomar banho de sol nos braços e pernas por 15 minutos sem protetor é fundamental para sintetizar essa vitamina.

VITAMINA E

É antioxidante que ajuda a defender as células.

Onde encontrar: Germe de trigo, gema de ovo, sementes, margarinas, nozes e vegetais verdes.