15 janeiro 2020

Apendicite

Apendicite é a inflamação do apêndice, um pequeno órgão linfático parecido com o dedo de uma luva, localizado no ceco, a primeira porção do intestino grosso.

Na maioria dos casos, o problema ocorre por obstrução da luz dessa pequena saliência do ceco pela retenção de materiais diversos com restos fecais.


Na maioria dos casos, a apendicite é provocada pela obstrução do apêndice com restos de fezes, corpo estranho ou, em casos raros, vermes.  resultando em inflamação ou ruptura.

A apendicite é a causa mais frequente de dor abdominal grave e súbita e de cirurgia abdominal do Mundo. Mais de 5% da população desenvolve apendicite em algum momento. A apendicite ocorre mais comumente durante a adolescência e na faixa dos 20 anos, mas pode ocorrer com qualquer idade.

Sintomas

Dor do lado inferior direito do abdome. É uma dor pontual, contínua e localizada, fraca no início, mas que vai aumentando de intensidade;
·       Náuseas,
·       Vômitos;

·       Flatulência;

·       Indigestão;
·       Diarreia;
·       Constipação;
·       Febre, que, geralmente, começa após 1 ou 2 dias;
·       Perda de apetite;
Mal-estar geral, que pode ser confundido com um problema alimentar.

Menos de 50% das pessoas com apendicite têm os sintomas tradicionalmente descritos em que a dor começa no abdômen superior ou ao redor do umbigo e depois surgem náuseas e vômitos e então, depois de algumas horas, a náusea passa e a dor muda para a parte inferior direita do abdômen. Há sensibilidade quando se pressiona essa área e, quando a pressão é removida, a dor pode aumentar agudamente (dor à descompressão). 
  • Febre de 37,7°C a 38,3°C é comum. 
  • Mover-se e tossir aumentam a dor.
Em muitas pessoas, principalmente em bebês e crianças, a dor pode ser generalizada, em vez de localizada na região inferior direita do abdômen. Em pessoas idosas e gestantes, a dor costuma ser menos grave e a área é menos sensível.

Diagnóstico
  • Exame Clínico;
  • Exames por imagem;
  • Exames Laboratoriais.
Exame de sangue costuma mostrar um aumento moderado no número de leucócitos decorrente da infecção, mas não existe um exame de sangue definitivo para a apendicite.

Exame de urina também pode mostrar alteração, devido ao contato do apêndice inflamado com o ureter e a bexiga.


Tratamento

Após a confirmação do diagnóstico, o tratamento é exclusivamente cirúrgico, com a remoção do apêndice.
A cirurgia deve ser realizada o mais rapidamente possível para evitar complicações.
Este procedimento pode ser feito através de uma incisão no abdómen (laparotomia) ou de várias pequenas incisões com a ajuda de câmaras (laparoscopia).

A cirurgia diminui o risco de complicações ou morte associados à rutura do apêndice.

Retardar a cirurgia até a causa da dor abdominal ser identificada pode ser fatal, um apêndice infectado pode apresentar ruptura em menos de 36 horas após iniciarem os sintomas.

Complicações

Caso a apendicite aguda não seja identificada rapidamente ou o tratamento não for feito da maneira correta, podem haver algumas complicações, tais como: 

  • Abcesso, que é o excesso de pus acumulado em torno do apêndice;​
  • Peritonite, que é a inflamação da cavidade do abdômen;
  • Hemorragia;
  • Obstrução intestinal;
  • Fístula em que ocorre uma ligação anormal entre um órgão abdominal e a superfície da pele;
  • Sepse, que é uma infecção grave de todo o organismo.
Estas complicações normalmente ocorrem quando o apêndice não é retirado a tempo e se rompe.

Prevenção

Não há maneira de prevenir apendicite. No entanto, a apendicite é menos comum em pessoas que comem alimentos ricos em fibras, como frutas e vegetais frescos.



Fontes:
Dr. Dráuzio Varella
Hospital Infantil Sabará
Hospital Israelita Albert Einstein







13 janeiro 2020

Arritmia


Uma arritmia é um distúrbio do batimento ou ritmo cardíaco, como batimento muito rápido (taquicardia), muito lento (bradicardia) ou irregular.

Causas

Normalmente, o coração é capaz de bombear o sangue pelo corpo sem ter que se esforçar mais do que o necessário.

Para ajudar nisso, o coração possui um sistema elétrico que garante que as contrações aconteçam de forma ordenada.

O impulso elétrico que sinaliza que seu coração deve contrair começa no nódulo sinoatrial (também chamado de nódulo SA ou nódulo sinusal). Esse é o marcapasso natural do coração.

O sinal deixa o nódulo SA e viaja através de duas cavidades superiores (átrios).

Então, o sinal passa por outro nódulo (nódulo AV, ou nódulo atrioventricular). Finalmente, o sinal passa pelas cavidades inferiores (ventrículos).

Mensagens diferentes enviadas pelos nervos sinalizam para o coração bater mais lento ou mais rápido.

As arritmias são causadas por problemas com o sistema elétrico de condução do coração. Outras áreas do sistema elétrico também podem enviar sinais.

Em algumas ocasiões, os sinais elétricos não são capazes de se mover tão facilmente ou, até mesmo, completamente.

Quando a arritmia está presente, o batimento cardíaco pode ser:

ü Muito lento (bradicardia)
ü Muito rápido (taquicardia)
ü Irregular.

Os problemas podem surgir em qualquer parte deste sistema de condução, causando diversas arritmias. Por exemplo:

®  Fibrilação atrial ou palpitação;
®  Taquicardia por reentrada nodal atrioventricular (TRNAV);
®  Obstrução do coração ou obstrução atrioventricular;
®  Taquicardia atrial multifocal;
®  Taquicardia supraventricular paroxística;
®  Síndrome do nódulo sinusal;
®  Fibrilação ventricular;
®Taquicardia ventricular - ritmo cardíaco acelerado que se origina nas cavidades inferiores (ventrículos);
®  Síndrome de Wolff-Parkinson-White.

O risco de contrair taquicardia ou bradicardia varia muito, dependendo de:

·  Desequilíbrios químicos sanguíneos, como níveis anormais de potássio;
·  Cardiomiopatia - uma fraqueza do músculo do coração ou uma alteração nesse mesmo músculo;
·    Insuficiência cardíaca;
·    Hipertireoidismo;
·    Ataque cardíaco prévio.

As arritmias também podem ser causadas por algumas substâncias ou drogas, por exemplo:

- Anfetaminas;
- Cafeína;
- Cocaína;
- Betabloqueadores;
- Psicotrópicos;
- Simpatomiméticos.

Às vezes, medicamentos contra a arritmia -- prescritos para tratar um tipo de arritmia -- podem, na verdade, causar outro tipo da doença.

Exames

®Monitoramento cardíaco ambulatorial com Holter (por 24 horas), monitor de eventos ou gravador de eventos cardíacos (por duas semanas ou mais)
®  Angiografia coronária;
®  ECG (eletrocardiograma);
®  Ecocardiograma;
®  Estudo eletrofisiológico;

Se a arritmia é detectada, vários testes podem ser realizados para confirmar ou descartar as causas suspeitas. O exame de estudo eletrofisiológico pode ser feito para descobrir a arritmia e determinar o melhor tratamento, principalmente quando se considera implantação de marcapasso ou procedimento de ablação por cateter.

Sintomas

Uma arritmia pode estar sempre presente ou desaparecer e retornar. É possível não sentir os sintomas da arritmia quando ela está presente. Ou pode-se somente senti-los quando se está mais ativo.

Os sintomas podem estar presentes de forma leve, grave, inclusive representando risco de vida.

Outros sintomas incluem:

Þ  Dor torácica;
Þ  Desmaio;
Þ  Batimentos acelerados ou lentos (palpitações);
Þ  Vertigem, tontura;
Þ  Palidez;
Þ  Falta de ar;
Þ  Batidas fora do ritmo - mudanças no padrão do pulso;
Þ  Sudorese.

Tratamento

Quando a arritmia é grave, é necessário tratamento urgente para restaurar o ritmo normal do coração.
Isso pode ser:
·       Terapia de eletrochoque (desfibrilação ou cardioversão);
·  Implante de um marcapasso temporário para interromper a arritmia;
·       Medicações intravenosas;

Às vezes, dar um tratamento melhor para a angina ou insuficiência cardíaca existentes diminui as chances de se desenvolver uma arritmia.

Podem ser utilizados medicamentos para evitar a recorrência de uma arritmia ou impedir alterações no batimento cardíaco. Esses medicamentos são denominados drogas antiarrítmicas.

Algumas delas têm efeitos colaterais. Nem todas as arritmias respondem bem à medicação.

A ablação cardíaca é um procedimento usado para destruir as áreas do coração que possam estar motivando problemas no batimento cardíaco. Ablação significa "corte".

Um desfibrilador cardíaco implantável é colocado em pessoas que possuem alto risco de sofrerem morte súbita cardíaca.

Um desfibrilador pode ser necessário em casos de episódios de taquicardia ventricular ou fibrilação ventricular com risco de morte, ou se o coração é fraco, muito grande e não bombeia o sangue muito bem.

Assim que a arritmia inicia, o desfibrilador envia um choque para interrompê-la ou para dar ritmo.

Pessoas que sofrem de bradicardia (batimento lento do coração) podem usar marca-passo. Alguns marca-passos podem ser utilizados para interromper um ritmo cardíaco acelerado (taquicardia) ou irregular.

Expectativas

O resultado depende de diversos fatores:

O tipo de arritmia se é uma taquicardia supraventricular ou um tipo mais perigoso, como a taquicardia ventricular ou fibrilação ventricular;
A quantidade de bombeamento do coração (fração de ejeção);
Presença de doença cardíaca (doença da artéria coronária, insuficiência cardíaca, doença das válvulas do coração) e suas condições para tratamento;
Alguns tipos de arritmias poderão constituir risco à vida se não forem tratadas imediata e adequadamente.

Para bradicardias tratadas com um marca-passo permanente, o resultado costuma ser satisfatório.

Complicações possíveis

ü Angina;
ü Ataque cardíaco;
ü Insuficiência cardíaca;
ü Derrame;
ü Morte súbita.

Prevenção

Realizar ações para evitar a doença da artéria coronária pode reduzir a chance de desenvolver uma arritmia. Essas práticas consistem em:
·       Seguir uma dieta bem balanceada de baixa gordura
·       Praticar exercícios regularmente
·       Não fumar.


11 janeiro 2020

AVC


Acidente vascular cerebral. Esse é o nome correto do que os leigos costumam chamar simplesmente de derrame, problema que responde por 10% das mortes no mundo a cada ano. Aliás, o nome que caiu na boca do povo é apenas um dos tipos desses ataques ao cérebro - o AVC hemorrágico - que nem sequer é o mais comum.
Nele, um vaso se rompe e o sangue extravasa alagando uma área da massa cinzenta. Já no AVC isquêmico, que representa 80% dos casos, acontece algo parecido ao que ocorre no coração dos infartados: uma obstrução de uma artéria bloqueia o fluxo de sangue que deveria irrigar uma determinada região.

Mas nos dois tipos o resultado é o mesmo: as células da área afetada morrem, causando diversas seqüelas. Dependendo do local da lesão, pode provocar desde a morte da pessoa até paralisias, problemas de fala, de visão, de memória, entre outros. Isso é uma realidade para 2/3 dos pacientes que sobrevivem a um ataque desses.

AVC Hemorrágico

Este tipo é mais grave e de pior prognóstico. Por sorte responde pela minoria dos casos - cerca de 20% deles. É mais comum em jovens e pode vir acompanhado de uma forte dor de cabeça, náuseas e vômitos. Mas às vezes não dá nenhum sinal. Sabe-se que alguns hábitos, como fumar, usar contraceptivos orais (principalmente os que têm muito estrógeno) e o abuso de álcool e drogas favorecem esse tipo de ataque.

Há duas formas dessas hemorragias

Sub-aracnóide - um vaso da superfície se rompe, derramando sangue no espaço entre o cérebro e o crânio. A causa mais comum é o rompimento de um aneurisma, as dilatações nas artérias que ficam cheias de sangue como um balão. Em geral o gatilho para esse estouro é a pressão alta.

Hemorragia intra-cerebral - o derramamento de sangue é no meio da massa cinzenta, normalmente por causa do envelhecimento dos vasos ou da hipertensão crônica. Só 10% dos AVC se enquadram aqui.

Sinais

Fique atento a estes sinais. Você deve correr para um hospital imediatamente à menor suspeita deles:
  • Falta de sensibilidade ou fraqueza que surge de repente no rosto, no braço ou na perna, especialmente se for de um lado só do corpo;
  • Confusão repentina, problemas para falar ou entender o que os outros dizem;
  • Dificuldade de enxergar com um dos olhos;
  • Dificuldade de caminhar, tonturas, perda do equilíbrio ou da coordenação;
  • Forte dor de cabeça que surge de repente, sem causa aparente.

Tratamento

Atualmente há drogas capazes de evitar a morte ou as seqüelas em quem sofre um AVC. Elas desfazem os coágulos e reestabelecem prontamente a circulação. O grave porém é que, para surtirem efeito, devem ser ingeridas no máximo três horas depois do início do ataque. Daí a importância de reconhecer os sintomas e correr para o hospital ao menor sinal deles.

No caso dos hemorrágicos, os médicos lançam mão dos medicamentos para estancar o sangue e reduzir a inflamação que acontece logo depois. Dependendo da causa, pode ser necessário uma cirurgia para tratar um aneurisma ou eliminar um coágulo que tenha se formado com o derramamento de sangue.

Além disso, a reabilitação é fundamental para a recuperação de um AVC. Ela deve começar ainda no hospital e se prolongar pelo tempo que for preciso. É ela que vai permitir reconquistar habilidades como falar, comer e até andar. Normalmente é feita por fisioterapeutas e fonoaudiólogos, mas há programas que incluem até equitação e atividades na água.

AVC Isquêmico
Nesses casos, sintomas como dificuldades de falar ou de compreensão, perda da sensibilidade nos membros e do equilíbrio se desenrolam em poucos minutos e vão piorando ao longo das horas. A falta de irrigação no cérebro pode ter dado algum sinal de aviso semanas ou até meses antes, na forma de um "mini-ataque", em que os sinais apareceram e sumiram de repente.

Dependendo da causa da obstrução, os isquêmicos podem ser de três tipos:

Trombótico - aqui o causador do entupimento é um coágulo formado numa artéria que irriga o cérebro devido à aterosclerose. Responde por 60% dos casos.

Por embolia - Em 20% dos casos o coágulo foi formado em outra parte do corpo e viajou até obstruir alguma artéria que leva sangue à massa cinzenta ou que fica por lá.

Insuficiência circulatória - aqui o problema é uma falha no coração, que deixa de bombear sangue corretamente levando à deficiência de circulação na cabeça. Isso explica por que um ataque do coração pode levar a um AVC.

Fatores de risco

Os estudos mostram que o grupo mais vulnerável a um AVC engloba homens, com mais de 55 anos e histórico familiar da doença. Além disso, os fatores de risco são praticamente os mesmos que estão por trás de um infarto:
  • Pressão alta - este o mais importante fator de risco que pode ser modificado;
  • Cigarro - ele diminui a oxigenação do sangue e lesa a parede dos vasos, facilitando a formação de coágulos. Em combinação com alguns contraceptivos orais, seu efeito é ainda pior;
  • Diabete - a doença lesa a parede dos vasos, facilitando a formação de placas;
  • Entupimentos nas carótidas, as artérias do pescoço que levam o sangue ao cérebro;
  • Problemas cardíacos - a fibrilação, por exemplo, gera um descompasso nas batidas do coração que pode favorecer a formação de coágulos. Soltos na corrente sangüínea, podem ir parar no cérebro;
  • Colesterol alto - conhecido formador de placas;
  • Sedentarismo;
  • Obesidade.
Diagnóstico

Diante de uma suspeita de AVC, o médico geralmente pede uma tomografia ou uma ressonância magnética do cérebro. Esses exames mostram com exatidão a dimensão, a causa, o local e a gravidade da lesão. Também é possível fazer exames das artérias para ver a quantas anda o fluxo sangüíneo por lá.

Prevenção

É perfeitamente possível prevenir 80% dos AVC. E não há nenhum mistério nisso. Basta controlar os fatores de risco. Isso significa:
  • Controlar sua pressão arterial. Não hesite em tratá-la se estiver alta;
  • Verificar com um cardiologista se você tem alguma fibrilação atrial;
  • Parar de fumar;
  • Beber com moderação;
  • Manter as taxas de colesterol no lugar;
  • Se for diabético, manter a doença sob controle;
  • Exercitar-se regularmente;
  • Consumir pouco sal.


13 outubro 2018

Sífilis

Sinônimos: cancro duro

Sífilis é uma doença sexualmente transmissível (DST) causada pela bactéria Treponema pallidum.

A sífilis é um mal silencioso e requer cuidados. Após a infecção inicial, a bactéria pode permanecer no corpo da pessoa por décadas para só depois manifestar-se novamente.

Causas

A sífilis é causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum, que é geralmente transmitida via contato sexual e que entra no corpo por meio de pequenos cortes presentes na pele ou por membranas mucosas;
  • Transfusão de sangue;
  • Transplante de órgão,
  • Transmissão congênita sendo passada de mãe para filho durante a gravidez ou parto.
Só é contagiosa nos estágios primário e secundário e, às vezes, durante o início do período latente. Raramente, a doença pode ser transmitida pelo beijo.

Uma vez curada, a sífilis não pode reaparecer – a não ser que a pessoa seja reinfectada por alguém que esteja contaminado.

Fatores de risco

Alguns fatores são considerados de risco para contrair sífilis:

Manter relações sexuais desprotegidas com uma ou mais pessoas;
Estar infectado com o vírus do HIV.

Sintomas

A sífilis desenvolve-se em diferentes estágios, e os sintomas variam conforme a doença evolui. No entanto, as fases podem se sobrepor umas às outras. 
Os sintomas, portanto, podem seguir ou não uma ordem determinada. Geralmente, a doença evolui pelos seguintes estágios: primário, secundário, latente e terciário.

Sífilis primária

A sífilis primária é o primeiro estágio. Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o contágio. Não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha. 

Não é possível observar as feridas ou qualquer sintoma, principalmente se as feridas estiverem situadas no reto ou no colo do útero. As feridas desaparecem em cerca de quatro a seis semanas depois, mesmo sem tratamento. A bactéria torna-se dormente (inativa) no organismo nesse estágio.

Sífilis secundária

A sífilis secundária acontece cerca de duas a oito semanas após as primeiras feridas se formarem. Aproximadamente 33% daqueles que não trataram a sífilis primária desenvolvem o segundo estágio. Aqui, o paciente pode apresentar dores musculares, febre, dor de garganta e dificuldade para deglutir. Esses sintomas geralmente somem sem tratamento e, mais uma vez, a bactéria fica inativa no organismo.

Sífilis latente – fase assintomática

Não aparecem sinais ou sintomas;
É dividida em sífilis latente recente (menos de um ano de infecção) e sífilis latente tardia (mais de um ano de infecção);
A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.

Sífilis terciária

Esta fase é caracterizada pela formação de gomas sifilíticas, tumorações amolecidas vistas na pele e nas membranas mucosas, mas que podem ocorrer em diversas partes do corpo, inclusive no esqueleto. Outras características da sífilis não tratada incluem as juntas de Charcot (deformidade articular), e as juntas de Clutton (efusões bilaterais do joelho). As manifestações mais graves incluem neurossífilis e a sífilis cardiovascular.

Sífilis congênita

Decorre da disseminação hematogênica do Treponema pallidum, da gestante infectada não tratada, ou inadequadamente tratada, para o seu concepto, por via transplantaria em qualquer fase gestacional ou estágio da doença.

A sífilis congênita pode ser classificada em:

Recente: quando os sintomas aparecem nos primeiros dois anos de vida, sendo mais manifestos do primeiro ao terceiro mês.

Tardia: quando os sintomas aparecem a partir do segundo ano, ocasionando deformações de dentes, surdez, alterações oculares, dificuldades de aprendizagem, retardo mental.

A maioria dos bebês que nasce infectado não apresenta nenhum sintoma da doença. No entanto, alguns podem apresentar rachaduras nas palmas das mãos e nas solas dos pés. Mais tarde, a criança pode desenvolver sintomas mais graves, como surdez e deformidades nos dentes.

Diagnóstico

Antes do advento do teste sorológico (sorologia de lues ou VDRL acrónimo inglês para laboratório de investigação de doença venérea), o diagnóstico era difícil e a sífilis era confundida facilmente com outras doenças. 
Hoje em dia, o VDRL é amplamente utilizado como exame de rastreio.

Após o estádio primário, algumas vezes negligenciado pelo paciente ou simplesmente associado como uma consequência natural pelo contato sexual (na falta de informações amplas sobre a doença), a sífilis entra na fase secundária. Dos pacientes tratados no estádio secundário, cerca de 25% deles não se lembram dos sinais do contágio primário. 
Nessa fase, diagnosticar a doença é extremamente difícil tanto para o paciente como para um médico.
Caso a sífilis não seja identificada no seu estádio primário (10 a 90 dias) ou no seu estádio secundário (1 a 6 meses, mas que também pode perdurar por anos na sua forma latente ou assintomática), a sífilis entra no estádio terciário. Nessa fase o diagnóstico é bem preciso mas várias sequelas podem advir da doença.

No Brasil, os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA's) permitem aos cidadãos realizar testes laboratoriais gratuitamente e receber informações e aconselhamento sobre as DSTs.

Exames de sangue

Os exames de sangue realizados para o diagnóstico da sífilis são divididos em não-treponêmicos e treponêmicos.

Os exames não treponêmicos geralmente são os primeiros a serem realizados, e incluem o VDRL (do inglês venereal disease research laboratory) e RPR (rapid plasma reagin). Entretanto, estes exames apresentam altas taxas de falso positivo (teste positivo quando paciente não está doente). Por este motivo, é necessária a confirmação com um teste treponêmico.

O VDRL baseia-se na detecção de anticorpos não treponemais. É usada a cardiolipina, um antígeno presente no ser humano (parede de células danificadas pelo Treponema) e talvez no Treponema, que reage com anticorpos contra ela em soro, gerando reações de floculação visível ao microscópio.
Este teste pode dar falsos positivos, e são realizados testes para a detecção de anticorpos treponemais caso surjam resultados positivos.
Os exames treponêmicos mais usados são o FTA-Abs e o TPHA. Geralmente são usados para confirmar o resultado positivos dos testes não-treponêmicos, ou seja, do VDRL, fechando o diagnóstico. Frequentemente realizados na fase latente ou terciária.

O VDRL é único teste que poderá dar resultado negativo após um tratamento bem sucedido para a sífilis. No entanto, não é um requisito para a conclusão do sucesso ou não do tratamento. Ele faz parte dos testes não treponemais e é amplamente usado na atualidade como exame de rastreio. Por norma os valores no VDRL diminuirão para níveis ínfimos, mas ainda assim positivos, após o paciente estar tratado.

Culta de bactérias: colher amostras de uma secreção expelida por alguma ferida presente no corpo, que será analisada em microscópio. Este tipo de teste só pode ser realizado durante os dois primeiros estágios da sífilis, cujos sintomas envolvem o surgimento de feridas. A análise dessas substâncias pode indicar a presença da bactéria no organismo do paciente.

Punção lombar: se há a suspeita de que o paciente está com complicações neurológicas causadas pela sífilis, será coletado uma pequena amostra do líquido céfalo-raquidiano.

Se você foi diagnosticado com sífilis, é importante notificar ao seu parceiro ou parceira para que ele ou ela possa também realizar os exames necessários para o diagnóstico. Se der positivo, quanto antes dar início ao tratamento melhor.

Tratamento

Quando diagnosticada precocemente, a sífilis não costuma causar maiores danos à saúde e o paciente costuma ser curado rapidamente.

O tratamento é feito à base de penicilina, um antibiótico comprovadamente eficaz contra a bactéria causadora da doença. Uma única injeção de penicilina já é o bastante para impedir a progressão da doença, principalmente se ela for aplicada no primeiro ano após a infecção. Se não, o paciente poderá precisar de mais de uma dose.

A penicilina, é o único tratamento recomendado para mulheres grávidas diagnosticadas com sífilis. Mesmo que o tratamento nesses casos seja bem-sucedido, o bebê também deverá ser tratado com antibióticos depois de nascer.

Durante o primeiro dia de tratamento, o paciente poderá apresenta reação de Jarisch-Herxheimer, que inclui uma série de sintomas:
  • Febre,
  • Calafrios,
  • Náuseas,
  • Dores nas articulações e dor de cabeça. 

Esses sintomas não costumam demorar mais do que um dia.

É necessária a realização de exames de sangue de acompanhamento após três, seis, 12 e 24 meses para garantir que não há mais infecção. 
Deve-se ser solicitado exame específico para HIV, para garantir que o paciente não desenvolverá complicações mais graves por causa do vírus da Aids. 
A atividade sexual deve ser evitada até que o segundo exame mostre que a infecção foi curada. 
A sífilis é extremamente contagiosa por meio do contato sexual nos estágios primário e secundário.

Medicamentos usados para Sífilis
  • Benzetacil;
  • Bepeben;
  • Clordox;
  • Doxiciclina;
  • Eritromicina.
NUNCA se automedique. Não interrompa o tratamento em uso sem antes consultar seu médico.

Complicações possíveis

➨Sem tratamento, a sífilis pode evoluir, se espalhar pelo corpo e causar complicações mais graves para os pacientes infectados. Além disso, pode aumentar o risco de infecção por HIV e, em mulheres, pode causar complicações na gravidez.

➨É importante ressaltar que o tratamento pode impedir problemas futuros, mas não pode reverter danos causados anteriormente. Por isso, o tratamento precoce é essencial.

Algumas complicações que podem surgi se a sífilis não tratada:

Surgimento de inchaços na pele, ossos, fígado e outros órgãos no último estágio da doença. 
Com tratamento, esses inchaços costumam desaparecer, mas se não tratados eles podem evoluir para tumores.

Problemas neurológicos também podem aparecer, como AVC, meningite, surdez, problemas de visão e demência.

Aneurisma e inflamação da aorta e de outras artérias e vasos sanguíneos, danos às válvulas do coração e outros problemas cardiovasculares também são algumas das complicações possíveis.
As chances de contrair o vírus do HIV aumentam significativamente em pessoas com sífilis, pois as feridas presentes na pele – características dos dois primeiros estágios da doença – costumam sangrar facilmente, facilitando a entrada do vírus da Aids no organismo durante uma relação sexual.

➥Na gravidez, a mulher infectada pode passar a doença para o feto. Sífilis congênita pode elevar os riscos de aborto e os de morte do bebê durante a gestação ou após os primeiros dias de vida.

Prevenção

→O uso do preservativo. A camisinha é medida preventiva não só para sífilis, mas também para todas as outras doenças sexualmente transmissíveis (DST’s).