13 outubro 2018

Iodoterapia


Iodoterapia é um tratamento feito à base do iodo radioativo, chamado Iodo131. Cerca de um mês depois de retirar o câncer de tireóide por meio de cirurgia, o paciente vai para um hospital onde ingere uma dose de iodo radioativo via oral, por meio de um canudinho. (O líquido é transparente e não tem gosto).

Em seguida, ele fica em um quarto durante até três dias, e não pode receber visitas porque seu corpo emitirá radiação neste período. O objetivo do tratamento é eliminar qualquer resíduo de tumor de tireóide que possa existir no corpo.

O tratamento é indolor e exige apenas alguns cuidados. O paciente deve evitar contato físico com outras pessoas durante a internação e durante mais alguns dias depois de voltar para casa. Seus talheres, copos, toalhas devem ser separados das outras pessoas durante cerca de uma semana após a alta. Depois de pouco tempo, toda a radioatividade é eliminada do corpo e a pessoa volta às suas atividades normais.

Outros cuidados incluem a ingestão de bastante água para eliminar a radiação mais rápido. Também é recomendado o bochecho de água com limão para incentivar a produção de saliva e eliminar o iodo das glândulas salivares, que podem ficar um pouco doloridas. Balinhas também podem ajudar neste processo. Por alguns dias o paladar fica estranho, diferenciando pouco os gostos, mas depois passa.

Um detalhe importante sobre a iodoterapia é a necessidade de tirar todos os alimentos com iodo da dieta do paciente durante os 15 dias anteriores ao tratamento. Esta é uma maneira de deixar as células da tireóide “sedentas” por iodo. Assim, quando se ingere o iodo radioativo, estas células o absorvem rapidamente e são destruídas.
A dieta com iodo exclui o consumo de sal com iodo, lácteos, frutos do mar, pães industrializados, corantes vermelhos, chocolates, e outros alimentos que o médico vai orientar.

Apesar de ser mais simples do que a radioterapia ou quimioterapia usadas no tratamento de outros tipos de câncer, a iodoterapia é uma etapa difícil do tratamento porque o paciente fica isolado por alguns dias, justamente quando está mais frágil: ele acaba de ser operado e ainda tem muitas incertezas sobre o futuro.

Por isso, é importante ter paciência e se preparar da melhor forma possível. Levar revistas, palavras cruzadas e outros passatempos que não exijam muita atenção é uma boa ideia. Também vale levar frutas porque a comida do hospital costuma ser muito ruim, especialmente quando se está enjoado, o que é comum durante a iodoterapia.

Para a família e amigos, é importante entender a dificuldade de estar isolado em um momento naturalmente difícil. Alguns pacientes preferem receber muitas ligações durante a internação, outros preferem o silêncio! Converse com seu amigo ou parente para descobrir o que ele precisa.

O segredo neste momento é saber ouvir, mesmo se não souber o que falar!




Arteriosclerose


Arteriosclerose é o processo degenerativo normal que acompanha o envelhecimento. Para alguns autores não é uma doença e não está sujeita à acção dos fatores de risco. Deste processo de envelhecimento resulta um endurecimento e espessamento progressivo da parede das artérias com diminuição da elasticidade arterial.

Este processo é o responsável pelo aumento progressivo da pressão arterial sistólica sem aumento da pressão arterial diastólica. É quase universal na senescência (velhice) e predominantemente no sexo masculino. Porém, pós a menopausa, o predomínio masculino desaparece.

A doença pode acometer qualquer vaso sangüíneo, sendo os mais freqüentes: artéria aorta (principal vaso do corpo humano), artérias coronárias (as que irrigam o coração), artérias cerebrais (as que irrigam o cérebro) e as artérias periféricas (as que irrigam braços e pernas).

A arteriosclerose é caracterizada pela falta de flexibilidade das artérias (veias de grande calibre que levam o sangue do coração aos órgãos) resultante do espessamento e endurecimento das paredes em determinadas zonas do corpo. É mais frequente nos homens e idosos.

É classificada patologicamente em 3 tipos: 
arteriosclerose calcificante focal (esclerose de Monkberg), a arteriosclerose e a aterosclerose.

A aterosclerose é a mais frequente, atinge artérias de grande e médio calibre, desencadeada pela acumulação de gordura, cálcio e outras substâncias nas paredes internas das artérias. A zona onde há a acumulação chama-se de placa. Esta reduz o calibre da artéria provocando diminuição da quantidade de sangue que consegue passar e consequente aumento do esforço do coração para bombear. Este esforço provoca hipertensão arterial sistólica.

A superfície interna da artéria é lisa. Com aterosclerose torna-se irregular, o que constitui um obstáculo à circulação e facilita a formação de coágulos (trombos) no local da placa entupindo total ou parte da artéria impedindo ou diminuindo a passagem do sangue.

Os trombos formados sobre e placa ao se soltarem no cérebro provocam uma embolia ou trombose cerebral, se for no coração provocam um enfarte mas se for num membro (perna) o doente claudica (manca). Se a obstrução da perna for total, o sangue não passa e provoca gangrena. A gravidade e consequência da doença dependem do local onde ocorreu.

Causas
  • Hipertensão - Aumenta os riscos de doença cardíaca e insuficiência cardíaca;
  • Diabetes;
  • Doenças renais crônicas podem aumentar;
  • Obesidade;
  • Sedentarismo;
  • Hereditariedade (antecedentes familiares da doença);
  • Altos níveis de colesterol LDL (colesterol ruim), baixos níveis de colesterol HDL (colesterol bom);
  • Idade - O risco de doenças cardíacas aumenta;
  • Sexo - Homens têm um mais risco de desenvolver doenças cardíacas do que mulheres em idade fértil. Após a menopausa, o risco para mulheres é mais próximo ao de homens;
  • Raça. Afro-americanos, mexicanos-americanos, ameríndios, havaianos e alguns asiáticos-americanos também têm mais risco de problemas cardíacos;
  • Pessoas com artérias estreitadas em outras partes do corpo (exemplos são derrame e fluxo precário de sangue para as pernas) têm maior probabilidade de apresentar doença cardíaca;
  • Abuso de substâncias (como cocaína);
  • Estresse.

Diagnóstico
  • Angiografia/arteriografia coronária um exame invasivo que avalia as artérias coronárias em raios X;
  • Angiografia por tomografia computadorizada - uma maneira não invasiva de realizar a angiografia coronária;
  • Ecocardiograma;
  • Eletrocardiograma (ECG);
  • Tomografia computadorizada por feixe de elétrons, para verificar o nível de cálcio no interior das artérias - quanto mais cálcio, maior o risco de DCC;
  • Teste de esforço físico;
  • Tomografia computadorizada do coração;
  • Angiografia por ressonância magnética;
  • Teste de esforço nuclear.

Sintomas

Os sintomas da aterosclerose podem ser bastante evidentes, mas, em alguns casos, você pode ter a doença e não apresentar nenhum sintoma.
Os sintomas dependem do local onde ocorre a diminuição do fluxo sanguíneo e da gravidade da doença.
  • Podem acontecer cãibras musculares de ocorrem alterações nas artérias das pernas;
  • Angina pectoris ou um ataque cardíaco se houver danos nas artérias do coração;
  • Infarto cerebral ou ataques isquêmicos transitórios se houver alteração nas artérias do pescoço;
  • Cãibras abdominais se houver alteração das artérias do abdômen;
  • Dor no peito ou desconforto (angina) é o sintoma mais comum da aterosclerose;
  • Falta de ar;
  • Fadiga;
  • Fraqueza.

Tratamento

O tratamento depende dos seus sintomas e da gravidade da doença.
O tratamento consiste em retirar as placas de gordura que estão presas nas paredes das artérias e curar as lesões que ficam no local.
  • Medicamentosos;
  • Mudança do estilo de Vida;
  • Cateterismo,
  • Angioplastia;
  • Cirúrgico.




Corioamnionite


A corioamnionite ou infecção ovular caracteriza-se como um processo inflamatório agudo e às vezes difuso das membranas extraplacentárias, placa coriônica da placenta e cordão umbilical. Pode ocorrer com membranas íntegras, mas é mais comum em casos de rotura de membranas ovulares, decorrente do tempo prolongado de rotura e/ou da realização de toques vaginais. Às vezes não há história típica de rotura de membranas ou a rotura não é percebida pela paciente.

A infecção corioamniótica é mais frequentemente uma infecção polimicrobiana, destacando-se entre os agentes mais comuns os anaeróbicos, bastonetes aeróbios gram-negativos, estreptococos do grupo B, micoplasmas, Gardnerella vaginalis.

Os achados clínicos associados à corioamnionite aguda que se desenvolve na gravidez a termo são, frequentemente, benignos. Entretanto, podem ocorrer consequências mais drásticas, como: aumento das mortes fetais em 2,6 vezes nos casos leves e 4,1 vezes nos casos moderados ou graves. A maioria desses óbitos se relaciona à sepse.

Diagnóstico:

Clínico: é sugerido pela presença, em graus variáveis, de febre, taquicardia materna ou fetal, hipersensibilidade uterina. Se houver rotura prolongada de membranas, o líquido amniótico pode apresentar odor fétido ou mostrar-se purulento.

Avaliação Laboratorial:
  • Hemograma com contagem diferencial de leucócitos. Pode haver leucocitose ou leucopenia (conforme os agentes bacterianos envolvidos), geralmente com desvio à esquerda;
  • Coleta de secreção endocervical com cotonete, para bacterioscopia e cultura;
  • Hemoculturas;
  • Amniocentese: para casos com membranas íntegras onde existe a suspeita diagnóstica;
  • Gasometria arterial (casos mais graves ou suspeita de quadro séptico).

Conduta:

Iniciar antibioticoterapia de largo espectro, utilizando, um anaerobicida (metronidazol ou clindamicina) e um aminoglicosídeo (gentamicina ou amicacina).

Se não houver resposta, associar ampicilina ao esquema adotado ou ampliar o espectro antibacteriano com outros antibióticos. 
A utilização de penicilina como anaerobicida de 1ª escolha, reduz o espectro antibacteriano.

A via vaginal é preferencial. Deve-se iniciada a indução de parto, desde que não exista contra-indicação obstétrica e a situação clínica materna permita um tempo de espera na resolução do quadro, que não deve ser superior a 12 ou, no máximo, 24 horas.

Se for indicada uma cesariana, proteger a cavidade com compressas, para reduzir a contaminação bacteriana intraperitoneal.

Lavar cavidade, fazer suturas com pontos separados, inclusive no útero infectado.

Avaliar no intra-operatório a responsividade uterina aos ocitócicos. Colocar drenos intraperitoneais se houver dúvida quanto à possibilidade de formação de abscessos.

Complicações:
  • Infecção puerperal;
  • Bacteremia na mãe ou no neonato em 10% dos casos;
  • Protraimento do trabalho de parto; resposta diminuída à ocitocina;
  • Aumento de duas a três vezes na proporção de cesarianas;
  • Aumento no número de mortes perinatais;
  • Síndrome de angústia respiratória e infecções em lactentes com baixo peso ao nascer.


Técnica operatória para cesariana com corioamnionite

A histerotomia em pacientes com a cavidade uterina contaminada ou infectada, coloca em contato direto a flora bacteriana uterina com a cavidade peritonial. Daí a necessidade de promover-se uma técnica operatória diferenciada para diminuir ao máximo a contaminação:

  • A antibioticoterapia deve ser iniciada no pré-operatório para os casos de corioamnionite;
  • Considerar, em alguns casos, a laparotomia longitudinal infraumbilical que, por não descolar a aponeurose, tem menos risco de abscessos de parede;
  • Proteção da cavidade peritoneal superior, com a colocação de duas compressas protetoras, uma em cada goteira parietocólica, antes da histerotomia;
  • Manter o decúbito da paciente em céfalo-aclive, para evitar a passagem de material contaminado para o abdome superior;
  • Histerorrafia com fio de absorção lenta (vicril), número zero, que tem menos risco de deiscência frente a um quadro de endometrite;
  • Lavagem da pelve com soro fisiológico morno após a histerorrafia;
  • Trocar luvas após dequitação.




Anemia Falciforme


Doença hereditária que causa malformação das hemácias e provoca complicações em praticamente todos os órgãos do corpo, a anemia falciforme tem alta incidência no mundo, especialmente entre as populações afrodescendentes.

No Brasil, a prevalência é de uma a cada mil pessoas, em média. Na Bahia, onde o contingente de negros é maior, a doença atinge um em cada 650 indivíduos nascidos vivos.

A doença piora continuamente ao longo do tempo, reduzindo a expectativa de vida do paciente para uma média de 40 anos.

O tratamento se torna cada vez mais difícil, uma vez que adultos apresentam lesões crônicas em todos os órgãos, com crises agudas de dor provocadas pela oclusão dos vasos sanguíneos, além de sequelas neurológicas e outras alterações degenerativas graves.

Sinais e Sintomas:
  • Dor nos ossos;
  • Falta de ar;
  • Crescimento retardado na puberdade;
  • Fadiga;
  • Febre;
  • Palidez;
  • Úlceras nas pernas (em adolescentes e adultos);
  • Icterícia;
  • Dor no peito;
  • Sede excessiva;
  • Micção frequente;
  • Ereção prolongada e dolorosa (priapismo – ocorre em 10 a 40% dos homens com a doença);
  • Visão diminuída/cegueira;
  • AVC;
  • Úlceras na pele.

Diagnóstico:
  • Hemograma completo;
  • Eletroforese de hemoglobina;
  • Exame de células falciformes;
  • Bilirrubina;
  • Oxigênio no sangue;
  • Tomografia computadorizada ou ressonância magnética;
  • Esfregaço periférico;
  • Creatinina sérica;
  • Hemoglobina sérica;
  • Potássio sérico;
  • Cilindros urinários ou sangue na urina;
  • Contagem de leucócitos.

Complicações:
  • Síndrome pulmonar aguda;
  • Anemia;
  • Cegueira/defeito visual;
  • Sintomas cerebrais e do sistema nervoso (neurológicos) e AVC;
  • Morte;
  • Doença de vários sistemas do organismo (rins, fígado, pulmões);
  • Abuso de drogas (narcóticos);
  • Disfunção erétil (como resultado de priapismo);
  • Cálculos biliares;
  • Crise hemolítica;
  • Infecção, incluindo pneumonia, inflamação da vesícula biliar (colecistite), infecção dos ossos (osteomielite) e infecção do trato urinário;
  • Destruição das articulações;
  • Úlceras na perna;
  • Perda de função do baço;
  • Infecção por parvovírus B19, provocando uma baixa produção de hemácias (crise aplástica);
  • Síndrome de sequestração esplênica;
  • Necrose do rim.

Tratamento:

A proposta do tratamento é gerenciar e controlar os sintomas, bem como limitar a frequência das crises.

→Transplante de medula óssea: tem provado ser eficaz em crianças.

→Terapia transfusional: As transfusões de sangue são frequentemente utilizadas no tratamento da doença das células falciformes, em casos mais graves, e para a prevenção de complicações, diminuindo o número de glóbulos vermelhos (RBC), adicionando glóbulos vermelhos normais;

→Hidroxiureia: A primeira droga aprovada para o tratamento da anemia falciforme e mostrou aumentar o tempo de sobrevivência num estudo.Tudo isto é conseguido, em parte, pela reactivação da hemoglobina fetal que provoca anemia das células falciformes. A hidroxiureia foi utilizada anteriormente como um agente quimioterápico, e existe alguma preocupação de que o uso a longo prazo possa ser prejudicial;

→Uso de ácido fólico ( essencial para produzir hemácias) porque as hemácias se deformam muito rapidamente );

→Administração de analgésicos e de muito líquido;

Medicamentos não narcóticos podem ser eficazes, mas alguns pacientes precisam de altas doses de narcóticos;

Antibióticos e vacinas são usados para prevenir as infecções bacterianas, que são comuns em crianças com anemia falciforme.

Tratamentos para as complicações podem incluir:
  • Diálise ou transplante de rim para doença renal;
  • Reabilitação de drogas e acompanhamento de complicações psicológicas;
  • Remoção da vesícula biliar (se tiver cálculos biliares);
  • Substituição do quadril para necrose avascular do quadril;
  • Irrigação ou cirurgia para ereções persistentes e dolorosas (priapismo);
  • Cirurgia para problemas oculares;
  • Curativo, óxido de zinco ou cirurgia para úlceras da perna.
O transplante de medula ou de células tronco pode curar a anemia falciforme. Entretanto, os transplantes envolvem muitos riscos, inclusive infecção, rejeição.

Manifesta se de forma diferente em cada indivíduo. Uns têm apenas alguns sintomas leves, outros apresentam um ou mais sinais. Os sintomas geralmente aparecem na segunda metade do primeiro ano de vida da criança.

Anemia falciforme está presente desde que o paciente nasce, porém muitos bebês não mostram qualquer sintoma até quatro meses de idade.

Dor abdominal e Taquicardia.

Os pacientes com anemia falciforme exigem tratamento constante, mesmo que não estejam tendo uma crise. Eles devem tomar suplementos de ácido fólico (essencial para produzir hemácias) porque as hemácias se deformam muito rapidamente.