11 janeiro 2020

AVC


Acidente vascular cerebral. Esse é o nome correto do que os leigos costumam chamar simplesmente de derrame, problema que responde por 10% das mortes no mundo a cada ano. Aliás, o nome que caiu na boca do povo é apenas um dos tipos desses ataques ao cérebro - o AVC hemorrágico - que nem sequer é o mais comum.
Nele, um vaso se rompe e o sangue extravasa alagando uma área da massa cinzenta. Já no AVC isquêmico, que representa 80% dos casos, acontece algo parecido ao que ocorre no coração dos infartados: uma obstrução de uma artéria bloqueia o fluxo de sangue que deveria irrigar uma determinada região.

Mas nos dois tipos o resultado é o mesmo: as células da área afetada morrem, causando diversas seqüelas. Dependendo do local da lesão, pode provocar desde a morte da pessoa até paralisias, problemas de fala, de visão, de memória, entre outros. Isso é uma realidade para 2/3 dos pacientes que sobrevivem a um ataque desses.

AVC Hemorrágico

Este tipo é mais grave e de pior prognóstico. Por sorte responde pela minoria dos casos - cerca de 20% deles. É mais comum em jovens e pode vir acompanhado de uma forte dor de cabeça, náuseas e vômitos. Mas às vezes não dá nenhum sinal. Sabe-se que alguns hábitos, como fumar, usar contraceptivos orais (principalmente os que têm muito estrógeno) e o abuso de álcool e drogas favorecem esse tipo de ataque.

Há duas formas dessas hemorragias

Sub-aracnóide - um vaso da superfície se rompe, derramando sangue no espaço entre o cérebro e o crânio. A causa mais comum é o rompimento de um aneurisma, as dilatações nas artérias que ficam cheias de sangue como um balão. Em geral o gatilho para esse estouro é a pressão alta.

Hemorragia intra-cerebral - o derramamento de sangue é no meio da massa cinzenta, normalmente por causa do envelhecimento dos vasos ou da hipertensão crônica. Só 10% dos AVC se enquadram aqui.

Sinais

Fique atento a estes sinais. Você deve correr para um hospital imediatamente à menor suspeita deles:
  • Falta de sensibilidade ou fraqueza que surge de repente no rosto, no braço ou na perna, especialmente se for de um lado só do corpo;
  • Confusão repentina, problemas para falar ou entender o que os outros dizem;
  • Dificuldade de enxergar com um dos olhos;
  • Dificuldade de caminhar, tonturas, perda do equilíbrio ou da coordenação;
  • Forte dor de cabeça que surge de repente, sem causa aparente.

Tratamento

Atualmente há drogas capazes de evitar a morte ou as seqüelas em quem sofre um AVC. Elas desfazem os coágulos e reestabelecem prontamente a circulação. O grave porém é que, para surtirem efeito, devem ser ingeridas no máximo três horas depois do início do ataque. Daí a importância de reconhecer os sintomas e correr para o hospital ao menor sinal deles.

No caso dos hemorrágicos, os médicos lançam mão dos medicamentos para estancar o sangue e reduzir a inflamação que acontece logo depois. Dependendo da causa, pode ser necessário uma cirurgia para tratar um aneurisma ou eliminar um coágulo que tenha se formado com o derramamento de sangue.

Além disso, a reabilitação é fundamental para a recuperação de um AVC. Ela deve começar ainda no hospital e se prolongar pelo tempo que for preciso. É ela que vai permitir reconquistar habilidades como falar, comer e até andar. Normalmente é feita por fisioterapeutas e fonoaudiólogos, mas há programas que incluem até equitação e atividades na água.

AVC Isquêmico
Nesses casos, sintomas como dificuldades de falar ou de compreensão, perda da sensibilidade nos membros e do equilíbrio se desenrolam em poucos minutos e vão piorando ao longo das horas. A falta de irrigação no cérebro pode ter dado algum sinal de aviso semanas ou até meses antes, na forma de um "mini-ataque", em que os sinais apareceram e sumiram de repente.

Dependendo da causa da obstrução, os isquêmicos podem ser de três tipos:

Trombótico - aqui o causador do entupimento é um coágulo formado numa artéria que irriga o cérebro devido à aterosclerose. Responde por 60% dos casos.

Por embolia - Em 20% dos casos o coágulo foi formado em outra parte do corpo e viajou até obstruir alguma artéria que leva sangue à massa cinzenta ou que fica por lá.

Insuficiência circulatória - aqui o problema é uma falha no coração, que deixa de bombear sangue corretamente levando à deficiência de circulação na cabeça. Isso explica por que um ataque do coração pode levar a um AVC.

Fatores de risco

Os estudos mostram que o grupo mais vulnerável a um AVC engloba homens, com mais de 55 anos e histórico familiar da doença. Além disso, os fatores de risco são praticamente os mesmos que estão por trás de um infarto:
  • Pressão alta - este o mais importante fator de risco que pode ser modificado;
  • Cigarro - ele diminui a oxigenação do sangue e lesa a parede dos vasos, facilitando a formação de coágulos. Em combinação com alguns contraceptivos orais, seu efeito é ainda pior;
  • Diabete - a doença lesa a parede dos vasos, facilitando a formação de placas;
  • Entupimentos nas carótidas, as artérias do pescoço que levam o sangue ao cérebro;
  • Problemas cardíacos - a fibrilação, por exemplo, gera um descompasso nas batidas do coração que pode favorecer a formação de coágulos. Soltos na corrente sangüínea, podem ir parar no cérebro;
  • Colesterol alto - conhecido formador de placas;
  • Sedentarismo;
  • Obesidade.
Diagnóstico

Diante de uma suspeita de AVC, o médico geralmente pede uma tomografia ou uma ressonância magnética do cérebro. Esses exames mostram com exatidão a dimensão, a causa, o local e a gravidade da lesão. Também é possível fazer exames das artérias para ver a quantas anda o fluxo sangüíneo por lá.

Prevenção

É perfeitamente possível prevenir 80% dos AVC. E não há nenhum mistério nisso. Basta controlar os fatores de risco. Isso significa:
  • Controlar sua pressão arterial. Não hesite em tratá-la se estiver alta;
  • Verificar com um cardiologista se você tem alguma fibrilação atrial;
  • Parar de fumar;
  • Beber com moderação;
  • Manter as taxas de colesterol no lugar;
  • Se for diabético, manter a doença sob controle;
  • Exercitar-se regularmente;
  • Consumir pouco sal.


13 outubro 2018

Sífilis

Sinônimos: cancro duro

Sífilis é uma doença sexualmente transmissível (DST) causada pela bactéria Treponema pallidum.

A sífilis é um mal silencioso e requer cuidados. Após a infecção inicial, a bactéria pode permanecer no corpo da pessoa por décadas para só depois manifestar-se novamente.

Causas

A sífilis é causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum, que é geralmente transmitida via contato sexual e que entra no corpo por meio de pequenos cortes presentes na pele ou por membranas mucosas;
  • Transfusão de sangue;
  • Transplante de órgão,
  • Transmissão congênita sendo passada de mãe para filho durante a gravidez ou parto.
Só é contagiosa nos estágios primário e secundário e, às vezes, durante o início do período latente. Raramente, a doença pode ser transmitida pelo beijo.

Uma vez curada, a sífilis não pode reaparecer – a não ser que a pessoa seja reinfectada por alguém que esteja contaminado.

Fatores de risco

Alguns fatores são considerados de risco para contrair sífilis:

Manter relações sexuais desprotegidas com uma ou mais pessoas;
Estar infectado com o vírus do HIV.

Sintomas

A sífilis desenvolve-se em diferentes estágios, e os sintomas variam conforme a doença evolui. No entanto, as fases podem se sobrepor umas às outras. 
Os sintomas, portanto, podem seguir ou não uma ordem determinada. Geralmente, a doença evolui pelos seguintes estágios: primário, secundário, latente e terciário.

Sífilis primária

A sífilis primária é o primeiro estágio. Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o contágio. Não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha. 

Não é possível observar as feridas ou qualquer sintoma, principalmente se as feridas estiverem situadas no reto ou no colo do útero. As feridas desaparecem em cerca de quatro a seis semanas depois, mesmo sem tratamento. A bactéria torna-se dormente (inativa) no organismo nesse estágio.

Sífilis secundária

A sífilis secundária acontece cerca de duas a oito semanas após as primeiras feridas se formarem. Aproximadamente 33% daqueles que não trataram a sífilis primária desenvolvem o segundo estágio. Aqui, o paciente pode apresentar dores musculares, febre, dor de garganta e dificuldade para deglutir. Esses sintomas geralmente somem sem tratamento e, mais uma vez, a bactéria fica inativa no organismo.

Sífilis latente – fase assintomática

Não aparecem sinais ou sintomas;
É dividida em sífilis latente recente (menos de um ano de infecção) e sífilis latente tardia (mais de um ano de infecção);
A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.

Sífilis terciária

Esta fase é caracterizada pela formação de gomas sifilíticas, tumorações amolecidas vistas na pele e nas membranas mucosas, mas que podem ocorrer em diversas partes do corpo, inclusive no esqueleto. Outras características da sífilis não tratada incluem as juntas de Charcot (deformidade articular), e as juntas de Clutton (efusões bilaterais do joelho). As manifestações mais graves incluem neurossífilis e a sífilis cardiovascular.

Sífilis congênita

Decorre da disseminação hematogênica do Treponema pallidum, da gestante infectada não tratada, ou inadequadamente tratada, para o seu concepto, por via transplantaria em qualquer fase gestacional ou estágio da doença.

A sífilis congênita pode ser classificada em:

Recente: quando os sintomas aparecem nos primeiros dois anos de vida, sendo mais manifestos do primeiro ao terceiro mês.

Tardia: quando os sintomas aparecem a partir do segundo ano, ocasionando deformações de dentes, surdez, alterações oculares, dificuldades de aprendizagem, retardo mental.

A maioria dos bebês que nasce infectado não apresenta nenhum sintoma da doença. No entanto, alguns podem apresentar rachaduras nas palmas das mãos e nas solas dos pés. Mais tarde, a criança pode desenvolver sintomas mais graves, como surdez e deformidades nos dentes.

Diagnóstico

Antes do advento do teste sorológico (sorologia de lues ou VDRL acrónimo inglês para laboratório de investigação de doença venérea), o diagnóstico era difícil e a sífilis era confundida facilmente com outras doenças. 
Hoje em dia, o VDRL é amplamente utilizado como exame de rastreio.

Após o estádio primário, algumas vezes negligenciado pelo paciente ou simplesmente associado como uma consequência natural pelo contato sexual (na falta de informações amplas sobre a doença), a sífilis entra na fase secundária. Dos pacientes tratados no estádio secundário, cerca de 25% deles não se lembram dos sinais do contágio primário. 
Nessa fase, diagnosticar a doença é extremamente difícil tanto para o paciente como para um médico.
Caso a sífilis não seja identificada no seu estádio primário (10 a 90 dias) ou no seu estádio secundário (1 a 6 meses, mas que também pode perdurar por anos na sua forma latente ou assintomática), a sífilis entra no estádio terciário. Nessa fase o diagnóstico é bem preciso mas várias sequelas podem advir da doença.

No Brasil, os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA's) permitem aos cidadãos realizar testes laboratoriais gratuitamente e receber informações e aconselhamento sobre as DSTs.

Exames de sangue

Os exames de sangue realizados para o diagnóstico da sífilis são divididos em não-treponêmicos e treponêmicos.

Os exames não treponêmicos geralmente são os primeiros a serem realizados, e incluem o VDRL (do inglês venereal disease research laboratory) e RPR (rapid plasma reagin). Entretanto, estes exames apresentam altas taxas de falso positivo (teste positivo quando paciente não está doente). Por este motivo, é necessária a confirmação com um teste treponêmico.

O VDRL baseia-se na detecção de anticorpos não treponemais. É usada a cardiolipina, um antígeno presente no ser humano (parede de células danificadas pelo Treponema) e talvez no Treponema, que reage com anticorpos contra ela em soro, gerando reações de floculação visível ao microscópio.
Este teste pode dar falsos positivos, e são realizados testes para a detecção de anticorpos treponemais caso surjam resultados positivos.
Os exames treponêmicos mais usados são o FTA-Abs e o TPHA. Geralmente são usados para confirmar o resultado positivos dos testes não-treponêmicos, ou seja, do VDRL, fechando o diagnóstico. Frequentemente realizados na fase latente ou terciária.

O VDRL é único teste que poderá dar resultado negativo após um tratamento bem sucedido para a sífilis. No entanto, não é um requisito para a conclusão do sucesso ou não do tratamento. Ele faz parte dos testes não treponemais e é amplamente usado na atualidade como exame de rastreio. Por norma os valores no VDRL diminuirão para níveis ínfimos, mas ainda assim positivos, após o paciente estar tratado.

Culta de bactérias: colher amostras de uma secreção expelida por alguma ferida presente no corpo, que será analisada em microscópio. Este tipo de teste só pode ser realizado durante os dois primeiros estágios da sífilis, cujos sintomas envolvem o surgimento de feridas. A análise dessas substâncias pode indicar a presença da bactéria no organismo do paciente.

Punção lombar: se há a suspeita de que o paciente está com complicações neurológicas causadas pela sífilis, será coletado uma pequena amostra do líquido céfalo-raquidiano.

Se você foi diagnosticado com sífilis, é importante notificar ao seu parceiro ou parceira para que ele ou ela possa também realizar os exames necessários para o diagnóstico. Se der positivo, quanto antes dar início ao tratamento melhor.

Tratamento

Quando diagnosticada precocemente, a sífilis não costuma causar maiores danos à saúde e o paciente costuma ser curado rapidamente.

O tratamento é feito à base de penicilina, um antibiótico comprovadamente eficaz contra a bactéria causadora da doença. Uma única injeção de penicilina já é o bastante para impedir a progressão da doença, principalmente se ela for aplicada no primeiro ano após a infecção. Se não, o paciente poderá precisar de mais de uma dose.

A penicilina, é o único tratamento recomendado para mulheres grávidas diagnosticadas com sífilis. Mesmo que o tratamento nesses casos seja bem-sucedido, o bebê também deverá ser tratado com antibióticos depois de nascer.

Durante o primeiro dia de tratamento, o paciente poderá apresenta reação de Jarisch-Herxheimer, que inclui uma série de sintomas:
  • Febre,
  • Calafrios,
  • Náuseas,
  • Dores nas articulações e dor de cabeça. 

Esses sintomas não costumam demorar mais do que um dia.

É necessária a realização de exames de sangue de acompanhamento após três, seis, 12 e 24 meses para garantir que não há mais infecção. 
Deve-se ser solicitado exame específico para HIV, para garantir que o paciente não desenvolverá complicações mais graves por causa do vírus da Aids. 
A atividade sexual deve ser evitada até que o segundo exame mostre que a infecção foi curada. 
A sífilis é extremamente contagiosa por meio do contato sexual nos estágios primário e secundário.

Medicamentos usados para Sífilis
  • Benzetacil;
  • Bepeben;
  • Clordox;
  • Doxiciclina;
  • Eritromicina.
NUNCA se automedique. Não interrompa o tratamento em uso sem antes consultar seu médico.

Complicações possíveis

➨Sem tratamento, a sífilis pode evoluir, se espalhar pelo corpo e causar complicações mais graves para os pacientes infectados. Além disso, pode aumentar o risco de infecção por HIV e, em mulheres, pode causar complicações na gravidez.

➨É importante ressaltar que o tratamento pode impedir problemas futuros, mas não pode reverter danos causados anteriormente. Por isso, o tratamento precoce é essencial.

Algumas complicações que podem surgi se a sífilis não tratada:

Surgimento de inchaços na pele, ossos, fígado e outros órgãos no último estágio da doença. 
Com tratamento, esses inchaços costumam desaparecer, mas se não tratados eles podem evoluir para tumores.

Problemas neurológicos também podem aparecer, como AVC, meningite, surdez, problemas de visão e demência.

Aneurisma e inflamação da aorta e de outras artérias e vasos sanguíneos, danos às válvulas do coração e outros problemas cardiovasculares também são algumas das complicações possíveis.
As chances de contrair o vírus do HIV aumentam significativamente em pessoas com sífilis, pois as feridas presentes na pele – características dos dois primeiros estágios da doença – costumam sangrar facilmente, facilitando a entrada do vírus da Aids no organismo durante uma relação sexual.

➥Na gravidez, a mulher infectada pode passar a doença para o feto. Sífilis congênita pode elevar os riscos de aborto e os de morte do bebê durante a gestação ou após os primeiros dias de vida.

Prevenção

→O uso do preservativo. A camisinha é medida preventiva não só para sífilis, mas também para todas as outras doenças sexualmente transmissíveis (DST’s).



Iodoterapia


Iodoterapia é um tratamento feito à base do iodo radioativo, chamado Iodo131. Cerca de um mês depois de retirar o câncer de tireóide por meio de cirurgia, o paciente vai para um hospital onde ingere uma dose de iodo radioativo via oral, por meio de um canudinho. (O líquido é transparente e não tem gosto).

Em seguida, ele fica em um quarto durante até três dias, e não pode receber visitas porque seu corpo emitirá radiação neste período. O objetivo do tratamento é eliminar qualquer resíduo de tumor de tireóide que possa existir no corpo.

O tratamento é indolor e exige apenas alguns cuidados. O paciente deve evitar contato físico com outras pessoas durante a internação e durante mais alguns dias depois de voltar para casa. Seus talheres, copos, toalhas devem ser separados das outras pessoas durante cerca de uma semana após a alta. Depois de pouco tempo, toda a radioatividade é eliminada do corpo e a pessoa volta às suas atividades normais.

Outros cuidados incluem a ingestão de bastante água para eliminar a radiação mais rápido. Também é recomendado o bochecho de água com limão para incentivar a produção de saliva e eliminar o iodo das glândulas salivares, que podem ficar um pouco doloridas. Balinhas também podem ajudar neste processo. Por alguns dias o paladar fica estranho, diferenciando pouco os gostos, mas depois passa.

Um detalhe importante sobre a iodoterapia é a necessidade de tirar todos os alimentos com iodo da dieta do paciente durante os 15 dias anteriores ao tratamento. Esta é uma maneira de deixar as células da tireóide “sedentas” por iodo. Assim, quando se ingere o iodo radioativo, estas células o absorvem rapidamente e são destruídas.
A dieta com iodo exclui o consumo de sal com iodo, lácteos, frutos do mar, pães industrializados, corantes vermelhos, chocolates, e outros alimentos que o médico vai orientar.

Apesar de ser mais simples do que a radioterapia ou quimioterapia usadas no tratamento de outros tipos de câncer, a iodoterapia é uma etapa difícil do tratamento porque o paciente fica isolado por alguns dias, justamente quando está mais frágil: ele acaba de ser operado e ainda tem muitas incertezas sobre o futuro.

Por isso, é importante ter paciência e se preparar da melhor forma possível. Levar revistas, palavras cruzadas e outros passatempos que não exijam muita atenção é uma boa ideia. Também vale levar frutas porque a comida do hospital costuma ser muito ruim, especialmente quando se está enjoado, o que é comum durante a iodoterapia.

Para a família e amigos, é importante entender a dificuldade de estar isolado em um momento naturalmente difícil. Alguns pacientes preferem receber muitas ligações durante a internação, outros preferem o silêncio! Converse com seu amigo ou parente para descobrir o que ele precisa.

O segredo neste momento é saber ouvir, mesmo se não souber o que falar!




Arteriosclerose


Arteriosclerose é o processo degenerativo normal que acompanha o envelhecimento. Para alguns autores não é uma doença e não está sujeita à acção dos fatores de risco. Deste processo de envelhecimento resulta um endurecimento e espessamento progressivo da parede das artérias com diminuição da elasticidade arterial.

Este processo é o responsável pelo aumento progressivo da pressão arterial sistólica sem aumento da pressão arterial diastólica. É quase universal na senescência (velhice) e predominantemente no sexo masculino. Porém, pós a menopausa, o predomínio masculino desaparece.

A doença pode acometer qualquer vaso sangüíneo, sendo os mais freqüentes: artéria aorta (principal vaso do corpo humano), artérias coronárias (as que irrigam o coração), artérias cerebrais (as que irrigam o cérebro) e as artérias periféricas (as que irrigam braços e pernas).

A arteriosclerose é caracterizada pela falta de flexibilidade das artérias (veias de grande calibre que levam o sangue do coração aos órgãos) resultante do espessamento e endurecimento das paredes em determinadas zonas do corpo. É mais frequente nos homens e idosos.

É classificada patologicamente em 3 tipos: 
arteriosclerose calcificante focal (esclerose de Monkberg), a arteriosclerose e a aterosclerose.

A aterosclerose é a mais frequente, atinge artérias de grande e médio calibre, desencadeada pela acumulação de gordura, cálcio e outras substâncias nas paredes internas das artérias. A zona onde há a acumulação chama-se de placa. Esta reduz o calibre da artéria provocando diminuição da quantidade de sangue que consegue passar e consequente aumento do esforço do coração para bombear. Este esforço provoca hipertensão arterial sistólica.

A superfície interna da artéria é lisa. Com aterosclerose torna-se irregular, o que constitui um obstáculo à circulação e facilita a formação de coágulos (trombos) no local da placa entupindo total ou parte da artéria impedindo ou diminuindo a passagem do sangue.

Os trombos formados sobre e placa ao se soltarem no cérebro provocam uma embolia ou trombose cerebral, se for no coração provocam um enfarte mas se for num membro (perna) o doente claudica (manca). Se a obstrução da perna for total, o sangue não passa e provoca gangrena. A gravidade e consequência da doença dependem do local onde ocorreu.

Causas
  • Hipertensão - Aumenta os riscos de doença cardíaca e insuficiência cardíaca;
  • Diabetes;
  • Doenças renais crônicas podem aumentar;
  • Obesidade;
  • Sedentarismo;
  • Hereditariedade (antecedentes familiares da doença);
  • Altos níveis de colesterol LDL (colesterol ruim), baixos níveis de colesterol HDL (colesterol bom);
  • Idade - O risco de doenças cardíacas aumenta;
  • Sexo - Homens têm um mais risco de desenvolver doenças cardíacas do que mulheres em idade fértil. Após a menopausa, o risco para mulheres é mais próximo ao de homens;
  • Raça. Afro-americanos, mexicanos-americanos, ameríndios, havaianos e alguns asiáticos-americanos também têm mais risco de problemas cardíacos;
  • Pessoas com artérias estreitadas em outras partes do corpo (exemplos são derrame e fluxo precário de sangue para as pernas) têm maior probabilidade de apresentar doença cardíaca;
  • Abuso de substâncias (como cocaína);
  • Estresse.

Diagnóstico
  • Angiografia/arteriografia coronária um exame invasivo que avalia as artérias coronárias em raios X;
  • Angiografia por tomografia computadorizada - uma maneira não invasiva de realizar a angiografia coronária;
  • Ecocardiograma;
  • Eletrocardiograma (ECG);
  • Tomografia computadorizada por feixe de elétrons, para verificar o nível de cálcio no interior das artérias - quanto mais cálcio, maior o risco de DCC;
  • Teste de esforço físico;
  • Tomografia computadorizada do coração;
  • Angiografia por ressonância magnética;
  • Teste de esforço nuclear.

Sintomas

Os sintomas da aterosclerose podem ser bastante evidentes, mas, em alguns casos, você pode ter a doença e não apresentar nenhum sintoma.
Os sintomas dependem do local onde ocorre a diminuição do fluxo sanguíneo e da gravidade da doença.
  • Podem acontecer cãibras musculares de ocorrem alterações nas artérias das pernas;
  • Angina pectoris ou um ataque cardíaco se houver danos nas artérias do coração;
  • Infarto cerebral ou ataques isquêmicos transitórios se houver alteração nas artérias do pescoço;
  • Cãibras abdominais se houver alteração das artérias do abdômen;
  • Dor no peito ou desconforto (angina) é o sintoma mais comum da aterosclerose;
  • Falta de ar;
  • Fadiga;
  • Fraqueza.

Tratamento

O tratamento depende dos seus sintomas e da gravidade da doença.
O tratamento consiste em retirar as placas de gordura que estão presas nas paredes das artérias e curar as lesões que ficam no local.
  • Medicamentosos;
  • Mudança do estilo de Vida;
  • Cateterismo,
  • Angioplastia;
  • Cirúrgico.




Corioamnionite


A corioamnionite ou infecção ovular caracteriza-se como um processo inflamatório agudo e às vezes difuso das membranas extraplacentárias, placa coriônica da placenta e cordão umbilical. Pode ocorrer com membranas íntegras, mas é mais comum em casos de rotura de membranas ovulares, decorrente do tempo prolongado de rotura e/ou da realização de toques vaginais. Às vezes não há história típica de rotura de membranas ou a rotura não é percebida pela paciente.

A infecção corioamniótica é mais frequentemente uma infecção polimicrobiana, destacando-se entre os agentes mais comuns os anaeróbicos, bastonetes aeróbios gram-negativos, estreptococos do grupo B, micoplasmas, Gardnerella vaginalis.

Os achados clínicos associados à corioamnionite aguda que se desenvolve na gravidez a termo são, frequentemente, benignos. Entretanto, podem ocorrer consequências mais drásticas, como: aumento das mortes fetais em 2,6 vezes nos casos leves e 4,1 vezes nos casos moderados ou graves. A maioria desses óbitos se relaciona à sepse.

Diagnóstico:

Clínico: é sugerido pela presença, em graus variáveis, de febre, taquicardia materna ou fetal, hipersensibilidade uterina. Se houver rotura prolongada de membranas, o líquido amniótico pode apresentar odor fétido ou mostrar-se purulento.

Avaliação Laboratorial:
  • Hemograma com contagem diferencial de leucócitos. Pode haver leucocitose ou leucopenia (conforme os agentes bacterianos envolvidos), geralmente com desvio à esquerda;
  • Coleta de secreção endocervical com cotonete, para bacterioscopia e cultura;
  • Hemoculturas;
  • Amniocentese: para casos com membranas íntegras onde existe a suspeita diagnóstica;
  • Gasometria arterial (casos mais graves ou suspeita de quadro séptico).

Conduta:

Iniciar antibioticoterapia de largo espectro, utilizando, um anaerobicida (metronidazol ou clindamicina) e um aminoglicosídeo (gentamicina ou amicacina).

Se não houver resposta, associar ampicilina ao esquema adotado ou ampliar o espectro antibacteriano com outros antibióticos. 
A utilização de penicilina como anaerobicida de 1ª escolha, reduz o espectro antibacteriano.

A via vaginal é preferencial. Deve-se iniciada a indução de parto, desde que não exista contra-indicação obstétrica e a situação clínica materna permita um tempo de espera na resolução do quadro, que não deve ser superior a 12 ou, no máximo, 24 horas.

Se for indicada uma cesariana, proteger a cavidade com compressas, para reduzir a contaminação bacteriana intraperitoneal.

Lavar cavidade, fazer suturas com pontos separados, inclusive no útero infectado.

Avaliar no intra-operatório a responsividade uterina aos ocitócicos. Colocar drenos intraperitoneais se houver dúvida quanto à possibilidade de formação de abscessos.

Complicações:
  • Infecção puerperal;
  • Bacteremia na mãe ou no neonato em 10% dos casos;
  • Protraimento do trabalho de parto; resposta diminuída à ocitocina;
  • Aumento de duas a três vezes na proporção de cesarianas;
  • Aumento no número de mortes perinatais;
  • Síndrome de angústia respiratória e infecções em lactentes com baixo peso ao nascer.


Técnica operatória para cesariana com corioamnionite

A histerotomia em pacientes com a cavidade uterina contaminada ou infectada, coloca em contato direto a flora bacteriana uterina com a cavidade peritonial. Daí a necessidade de promover-se uma técnica operatória diferenciada para diminuir ao máximo a contaminação:

  • A antibioticoterapia deve ser iniciada no pré-operatório para os casos de corioamnionite;
  • Considerar, em alguns casos, a laparotomia longitudinal infraumbilical que, por não descolar a aponeurose, tem menos risco de abscessos de parede;
  • Proteção da cavidade peritoneal superior, com a colocação de duas compressas protetoras, uma em cada goteira parietocólica, antes da histerotomia;
  • Manter o decúbito da paciente em céfalo-aclive, para evitar a passagem de material contaminado para o abdome superior;
  • Histerorrafia com fio de absorção lenta (vicril), número zero, que tem menos risco de deiscência frente a um quadro de endometrite;
  • Lavagem da pelve com soro fisiológico morno após a histerorrafia;
  • Trocar luvas após dequitação.