09 janeiro 2014

Hidatidose, Equinococose ou Cisto Hidático.


A equinococose, também conhecida como cisto hidático é uma doença bastante grave causada pela ingestão acidental de larvas dos parasitas platelmintes de canídeos, do género Echinococcus.

Há duas formas de equinococose: cística (hidática) e equinococose alveolar. É uma das poucas parasitoses que ainda é algo frequentes nos países de clima temperado, inclusivamente nos desenvolvidos.

A classe Cestoda que abrange endoparasitas diferem em alguns tipos de Tênias, Taenia solium, Taenia saginata, Echinococcus g. , Dibothriocefalus l.

Diferentes casos referentes à ingestão desses parasitas ou cistos causam de fato problemas também diferentes.

A Hidatide é uma larva Echinococcus g. que desenvolve-se na fase adulta e transforma-se em uma Tênia que parasita o intestino de alguns animais carnívoros(também o homem). A ingestão de ovos dessas Tênias faz com que os ovos liberem larvas Hidatides, uma vez ocorrido esse fato, as larvas passam a parasitar órgãos como figado, pulmão, cérebro. Essa parasitose causada pelas larvas Hidatides é chamada de Hidatidose e é extremamente perigosa, o que diz respeito ao crescimento das mesmas no cérebro que chegam a uma média de 15 cm a 30 cm. O homem e outros animais quando parasitados por larvas são Hospedeiros Intermediários.

No entanto, a ingestão de larvas já formadas acarreta no parasita do intestino, isto é, a Tênia procura o intestino do animal levando boa parte da vitamina B12, causando anemia. Esse problema é nomeado de Echinococose e agora esse animal é o Hospedeiro Definitivo.

Ciclo de vida:


O parasita adulto (hermafrodita) vive durante cerca de um ano no intestino do hóspede definitivo os seus ovos . Os ovos são então ingeridos na água ou plantas pelo hospedeiro o homem e um dos seus principais hospedeiro intermediário, normalmente uma ovelha, um roedor ou outros herbívoros, mas acidentalmente também pelo Homem.

No intestino destes animais, os ovos libertam as larvas, que penetram na mucosa do intestino e depois nas veias, migrando pelo sangue até órgãos bem irrigados, principalmente o fígado (que recebe o sangue vindo dos intestinos primeiro), mas também no pulmão ou outros órgãos. ou seja, estes cistos têm membranas múltiplas externas e crescem até se transformarem em cistos hidáticos , Os mesmos podem crescer até 15 centímetros de diâmetro, mas frequentemente são maiores, e podem multiplicar-se por fragmentação.

Os animais são infectados quando consomem carne contendo estes protoscocelos, que se desenvolvem no seu intestino em formas adultas exclusivamente intestinais (como as ténias nos seres humanos).

Contudo o Homem não é habitualmente consumido por canídeos, e nele os cistos continuam crescendo e causam problemas de saúde. No caso da Equinococose, é frequente os cistos crescerem pela protuberância e posterior desprendimento de cistos "filhos", que podem até disseminar-se pelo sangue alojando-se em órgãos distantes.

Epidemiologia:

O E.granulosus existe em todo o mundo, sendo mais frequente nos países do Mediterrâneo, Europa de Leste, África, Austrália, Ásia e América Latina incluindo Brasil, sendo muito comum em áreas rurais do Rio Grande do Sul.

O E.multilocularis é um parasita do hemisfério norte, existindo na Rússia, Norte da China, Ásia Central, Irão, Turquia, na Europa Central (Alemanha, França oriental, Suíça, Áustria, Polónia e República Checa) e no Canadá e Norte dos Estados Unidos, incluindo o Alasca. Não existe no Brasil ou na África. Nos países desenvolvidos infecta principalmente as raposas selvagens, de cujos parasitas provém as infecções humanas.

Desenvolvimento:

Após infecção, inicialmente é assintomática, já que os cistos são ainda pequenos. Se continuarem a crescer podem, depois de alguns anos, causar problemas nos órgãos afetados, principalmente se forem em maior número.

Na infecção por E. granulosus, os cistos tendem a expandir-se como um balão. Se atingirem o fígado (60% dos casos) há dor na região do órgão (à direita junto às costelas), hepatomegalia, e possivelmente icterícia.

Os pulmões (25% dos casos) causa tosse, dores de peito, falta de ar.

O cérebro (raro) pode haver problemas neurológicos ou até distúrbios de personalidade.

A infecção com E. multilocularis é quase sempre (99% dos casos) no fígado. Os cistos crescem de forma infiltrativa e frequentemente separam-se em cistos filhos, podendo inclusivamente "metastizar" para outros órgãos. O seu comportamento é semelhante, em casos avançados não tratados, ao do cancro/câncer, com disseminação de cistos filhos para vários órgãos.

Sintomas:

Os sintomas dependem do tamanho e da localização do cisto hidático.
  • Coceira;
  • Lesões de pele;
  • Febre;
  • Fadiga;
  • Náuseas;
  • Dores abdominais e torácicas;
  • Anemia;
  • Icterícia;
  • Perda de peso;
  • Dores ósseas;
  • Tosse;
  • Crises de asma;
  • Problemas neurológicos.
Se um cisto cheio de líquido rebentar, espontaneamente ou após trauma o líquido cheio de antigénios do parasita é detectado pelo sistema imunitário que reage desproporcionadamente.

Após ruptura de cistos pequenos há prurido e exantema cutâneo, febre e tremores; mas após ruptura de um grande pode surgir o choque anafilático, com alto risco de morte. Se o doente sobreviver à ruptura, pode curar-se ou cada verme (dos cerca de 20) formar um cisto novo, aumentando o seu número.

Diagnóstico:
Laboratorial:

  • Prova biológica - Reação de Casoni, que identifica anticorpos específicos no organismo do indivíduo.
Por imagem:
  • Raios-X, 
  • Ecografia e Tomografia.

Tratamento:
  • Medicamentoso;
  • Cirugico.
Prevenção:

Nas áreas endémicas do E. granulosum pode-se tratar os cães contra a parasitose, e impedi-los de consumir carne crua ou mal cozinhada, e não os alimentar de nenhum modo com vísceras como fígado ou pulmões. Tomar medidas higiénicas sempre que em contato com os cães, como lavar sempre as mãos antes de comer.

Contra o E. multilocularis a prevenção é mais difícil já que infecta principalmente animais selvagens. Há programas de controlo do parasita nas raposas em alguns países, e é aconselhável lavar bem ou cozinhar as plantas comestíveis selvagens ou agrícolas acessíveis às raposas.



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